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Pesquisadores da Suécia descobrem dois novos tipos de leucemia

Usando um método de sequenciamento avançado, os pesquisadores examinaram as mudanças que ocorrem nas células cancerosas com maior detalhe e conseguiram realizar a diferenciação

Correio Braziliense
Mais incidente em crianças, a leucemia linfoblástica adulta acomete células progenitoras da medula óssea - Foto: Aly Song / Reuters
Mais incidente em crianças, a leucemia linfoblástica adulta acomete células progenitoras da medula óssea. A partir do estudo detalhado de células de leucemia retiradas de mais de 200 voluntários, um grupo de pesquisadores da Universidade de Lund, na Suécia, identificou dois novos tipos do câncer que acomete principalmente as crianças: a leucemia linfoblástica aguda. Esse tumor é caracterizado pelo crescimento excessivo das células progenitoras da medula óssea — tecido gelatinoso que preenche a cavidade interna de vários ossos e é responsável pela formação elementos do sangue, como hemácias, leucócitos e plaquetas.

Usando um método de sequenciamento avançado, os pesquisadores examinaram as mudanças que ocorrem nas células cancerosas com maior detalhe e conseguiram realizar a diferenciação. “Um tipo ocorre quando um gene chamado DUX4, que é normalmente inativo nas células do sangue, se torna ativo devido ao deslocamento do gene no genoma. O segundo tipo assemelha-se a outros tipos já conhecidos de leucemia infantil, mas é causado por outras mutações genéticas”, conta Henrik Lilljebjörn, pesquisador e gerente de projeto do estudo, detalhado na revista Nature Communications.

Batizados de DUX4-rearranged e ETV6 / RUNX1-like, os dois tipos descobertos, acredita Lilljebjörn, representam cerca de 10% de todos os casos de leucemia infantil. Médicos e cientistas geralmente trabalham com seis grupos principais de leucemia linfoblástica aguda em crianças. A esperança é de que os resultados levem a um melhor diagnóstico e monitoramento de leucemia infantil, além de a novas formas de tratamento.

Ajustes
A terapia hoje disponível consegue ser bem-sucedida em grande parte dos pacientes, mas requer intervenções pesadas, como quimioterapia e radioterapia, que podem causar diversos efeitos colaterais. Existe, portanto, uma necessidade de distinguir os diferentes tipos de leucemia linfoblástica aguda a fim de adaptar o tratamento de acordo com a gravidade do caso, detectar possíveis recaídas e reduzir os sintomas adversos ao máximo.

“Como todos os tipos de tumor, a leucemia infantil é causada por mutações genéticas em células normais.
Encontrar as mutações diferenciadas nas células doentes é uma condição importante para a compreensão dos mecanismos do câncer e, finalmente, a descoberta de novas terapias”, explica Thoas Fioretos, professor da Divisão de Genética Clínica da Universidade de Lund e principal autor da pesquisa. .