Ele é sedentário e você é malhadora incansável? Ou o contrário? Casais falam sobre superação das diferenças

Em nome do amor, a barreira da diferença não é intransponível

por Revista do CB 09/06/2016 13:00
É comum os casais terem suas diferenças. Quando os dois revelam pensamentos muito opostos quanto ao estilo de vida, cada parte precisa ceder um pouquinho em nome da harmonia. Imagine a negociação se um dos dois é superfitness e o outro não dá a mesma importância para dietas regradas e exercícios pesados... Talvez por isso, a maioria dos cônjuges embarque juntos na onda do bem-estar. Desse modo, um incentiva o outro na manutenção da nova rotina.

Arquivo Pessoal
Viviane começou a malhar aos 15 anos e não parou mais. Jonas, porém, gosta de correr apenas por lazer (foto: Arquivo Pessoal)
Viviane Soares, 21 anos, pratica esportes diariamente desde os 13. Por muito tempo, sua paixão foi a ginástica rítmica. Aos 15, porém, focou nos exercícios de academia e, ao mesmo tempo, passou a controlar a dieta. Ela é estudante de ciências contábeis e também modelo, o que explica seu rigor com a boa forma. Há dois anos, Viviane namora o empresário Jonas Gripp, bem mais relaxado quanto à malhação. “Eu acho bom ela se preocupar com a saúde, mas, às vezes, é um exagero. Ela quase nunca quebra a dieta e eu adoro sair para comer de tudo”, conta o namorado.

A modelo faz musculação cinco vezes na semana e exercício aeróbico pelo menos três. Além disso, sua dieta é à base de verduras, frutas e proteínas, enquanto Jonas não abre mão do fast-food e o único exercício que pratica é a corrida, mas apenas por lazer. Viviane comenta sobre a dificuldade de escolher o restaurante quando eles saem juntos. “Ele sempre me chama pra comer. Até saio da dieta, dependendo da ocasião, mas, por conta do meu trabalho como modelo, geralmente temos que ir pra algum lugar que tenha comida light.”

Não é uma barreira intransponível, é claro, mas Viviane pega no pé do rapaz. “Ela vive falando pra eu comer mais brócolis, cenoura etc., só que eu não gosto dessas coisas. Eu gosto de correr sempre que posso, então saúde não falta. Se a questão é emagrecer, fecho logo a boca por alguns dias e, depois, estou em forma de novo”, brinca Jonas.

A psicóloga Amona Lima, especialista em análise comportamental e terapia de casais, diz que o assunto pode ser conflituoso sim. Portanto, é preciso sensibilidade para lidar com as diferenças. “Pode acontecer de um estimular o outro a ter prazer em ser fitness e ter uma alimentação saudável e, nesse caso, pode fazer com que o outro perceba o quanto é positivo e só existem ganhos nesse tipo de comportamento. Mas pode também apenas existir o respeito por ambos pelo que é prazeroso pra cada um, sem que isso interfira na relação. O que não tem nada de errado, muito pelo contrário”, analisa.

Arquivo Pessoal
Pedro não abre mão da dieta e sempre tenta trazer Samare para o mundo fitness (foto: Arquivo Pessoal)

Pedro Paulo Marra é estudante de jornalismo e namora Samare Campos, estudante de enfermagem. Os dois estão juntos há um ano e, apesar de Pedro ser muito ligado à dieta rigorosa, isso nunca afetou a relação de maneira negativa. Sua dieta é à base de proteína e carboidrato. Ele tenta sempre seguir à risca — comer de três em três horas e só optar por besteiras no “dia do lixo”, a folga uma vez por semana. “Acredito que viver assim é um estilo de vida. Quem gosta faz questão de seguir tudo direitinho com o maior prazer”, conta Pedro.

Samare fala que, desde o início do relacionamento, o namorado não abria mão dos treinos e da alimentação certinha. Ela se esforçava para seguir a rotina dele, mas, por falta de tempo, não era conseguiu acompanhá-lo. “Eu trabalho praticamente o dia inteiro e estudo à noite”, justifica. “Fica difícil para mim, mas o melhor momento é quando saímos para o fast food no ‘dia do lixo’.”

O casal se apoia e aceita as diferenças em nome do crescimento conjunto. Sempre que possível, opta por restaurantes com um menu eclético, para todos saírem satisfeitos. “Ela quase não tem tempo para atividade física, mas, nos fins de semana, procuro chamá-la para dar uma corridinha no parque comigo; assim ela não fica tão parada”, reforça Pedro Paulo.