“O proprietário conhece a índole do seu cachorro, sabe se ele é capaz de atacar ou avançar em outra pessoa e, a partir disso, ele escolhe melhor a coleira para ter total controle sobre o mesmo”, comenta a veterinária Camila Albuquerque. O maior erro dos donos é confiar que o bichinho é comportado e não vai correr ou atacar ninguém, pois muitos acidentes acontecem a partir disso. Os animais podem se assustar, correr atrás de algum bicho ou simplesmente querer brincar. Por isso, Camila acrescenta que o uso da coleira em qualquer passeio é indispensável, já que o comportamento do animal pode sempre surpreender.
Outro modelo de coleira é a enforcadora. Ela é usada para conter o animal e se aplica mais a cães de guarda, como rotweiller e pastor-alemão. Ou a qualquer outro que tenha muita força ou um comportamento mais bruto. Do lado inferior da coleira, existem alguns ganchinhos que ajudam a controlar o cão ou que deslizam, apertando mais o pescoço. Mas, segundo a veterinária, esse tipo de coleira não causa nenhum mal ao animal, ela apenas o incomoda e o faz parar.
Anna Carolina Prates é aviadora e tem três shih tzus — Thor, Bella e Shoyu. Por morar em apartamento, ela passeia com seus cães pelo menos duas vezes ao dia e conta que sempre optou pela coleira peitoral por sentir mais segurança na hora do passeio. “Tenho medo de puxar a coleira e machucar ou dar falta de ar porque eles são muito pequenos, e sei que, com a peitoral, isso não acontece.” Anna Carolina já teve outros dois cachorros da raça labrador e conta que, neles, ela preferia usar a coleira tradicional de pescoço, por causa da força que os animais tinham durante o passeio. “Era mais fácil conter os dois com a de pescoço para que eles não me derrubassem”, conta a aviadora.
Na rua e no carro
Os tutores têm um medo infundado: acreditam que a focinheira só pode ser usada em cães ferozes ou de guarda, e que o acessório machuca ou limita a respiração. Mas a realidade é que a focinheira é indicada para qualquer raça, em qualquer passeio. O correto seria sempre usar a coleira em conjunto com a focinheira, obrigatória, de acordo com lei distrital, sobretudo para cães de grande porte, como dobermann e pit-bull.
Apesar disso, muitas pessoas levam seus animais soltos no veículo, com a janela aberta ou no colo de alguém, mas, assim como um ser humano, o cãozinho pode causar algum acidente quando está livre, ou até mesmo correr risco de óbito caso haja uma batida. “O peso do cachorro pode ser triplicado em caso de acidente e isso pode machucar alguém ou ele mesmo”, ressalta a veterinária Camila Albuquerque.
Giulia Pires é estudante de comunicação organizacional e dona de Napoleão, da raça sealyham terrier. Ela diz que sempre usou a coleira peitoral em seu cachorro e o cinto de segurança em todos os passeios de carro. “Pensando na segurança dele, comprei o cinto logo no dia que ele chegou em casa. Tenho medo que aconteça algo e ele se machuque. Já sabia da existência da cadeirinha adaptada para carro, mas fui ao petshop atrás de algo do tipo que ele tivesse mais liberdade e não ficasse totalmente imóvel, e me indicaram o cinto que fica ligado a coleira.” Napoleão se acostumou muito bem com o cinto de segurança e ela deixa a guia mais curta, mas com distância suficiente para que ele possa olhar pela janela.
É o mesmo caso de Letícia Brazil, estudante de pedagogia e dona de Aladdin, um shih tzu que não passeia solto no carro. “O Aladdin é muito agitado. Antes do cinto de segurança, quando ele passeava de carro, ficava muito animado e pulando em todos os cantos. Tinha muito medo de que algo acontecesse com ele, e agora ele fica bem comportadinho.” Caso haja impacto, o cinto trava, impedindo que o animal se machuque.
.