Segundo o cirurgião plástico Rogério Matoso, os resultados das três técnicas, quando comparados a longo prazo, são basicamente os mesmos, porém, em sua opinião, quando se une a tecnologia do laser à lipoaspiração, é possível oferecer ao paciente resultados eficientes associados a uma recuperação mais rápida e menos traumática, permitindo que ele retorne às suas atividades laborais o mais breve possível.
Associar o laser à lipoaspiração convencional, para Gabriel Gontijo, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, é uma forma de otimizar e facilitar o procedimento. “Mas tem médico que não precisa, por fazer muito bem-feito mesmo sem o recurso, por não gostar ou mesmo por não ver vantagens em recorrer ao laser para ajudar na lipoaspiração”, pondera.
O laser, por ser uma luz, promove um calor dentro da célula de gordura, fazendo com que ela fique mais liquefeita. Dissolvida, a aspiração da gordura é facilitada. “Primeiro o médico usa o laser, derretendo a gordura. Depois entra com uma cânula e aspira com mais facilidade. Isso é menos cansativo e também diminui os efeitos pós-operatórios de sangramento”, explica Gontijo.
COMO FUNCIONA
No lipolaser é usada uma cânula especial acoplada a um aparelho de laser. A área de gordura localizada a ser tratada é preparada com a infiltração subcutânea de solução fisiológica resfriada associada a adrenalina. Segundo Rogério Matoso, depois disso, é introduzida a cânula de laser por uma pequena incisão de pele.
O acionamento do laser é feito de forma segura, sob o controle do médico, por meio de um pedal. “Nessa região em que o laser trabalhou, a gordura fica dissolvida e acomodada abaixo da pele. Retiramos a cânula de laser e introduzimos uma fina cânula de lipoaspiração a vácuo para a retirada da gordura liquefeita, observando a imediata remodelação da região”, explica o especialista.
A lipolaser é mais uma das técnicas disponíveis dentro de um leque de opções para tratamento das gorduras localizadas. Para Matoso, como em qualquer técnica, o médico deve sempre fornecer aos pacientes esclarecimentos sobre quando deve ser indicada, suas vantagens, desvantagens, riscos e complicações, além dos resultados esperados.
CUIDADOS
“Como toda técnica de lipoaspiração, o lipolaser também pode ter suas complicações, sendo a mais temida a queimadura de pele e tecidos. Existem parâmetros de calibragem e de segurança durante a realização do procedimento que devem ser respeitados. Portanto, a lipoaspiração deve ser feita em ambiente hospitalar, por ser um procedimento invasivo”, alerta.
Um paciente que opta pela lipolaser deve se informar se o médico tem o devido conhecimento e domínio da técnica. “A grande maioria dos cirurgiões plásticos que fazem a lipolaser já utilizaram, no passado, outras técnicas mais antigas. Nesse ponto, a experiência e a curva de aprendizado são fundamentais para o sucesso da cirurgia”, explica Matoso.
Segundo Gabriel Gontijo, embora todo médico possa realizar o procedimento, os especialistas mais habilitados são o cirurgião plástico e o dermatologista. “Mas é importante que seja um especialista bem formado, com treinamento e experiência em aspiração”, pondera.