Saúde

Casais inovam escolhendo cachorros como pajens

Especialista explica que maioria dos animais pode ser instruída para a tarefa

Revista do CB

Se antes os casais impressionavam os convidados ao realizarem performances artísticas durante a festa de casamento, hoje o destaque do matrimônio pode não estar nos noivos. Muitos pets têm lugar de honra e ficam presentes durante toda a cerimônia, incluindo ensaios conjuntos com a noiva e a produção de vestimenta sob medida. O adestrador Wilson França não recomenda que um cachorro inseguro seja colocado em um ambiente com tanta agitação, pois acredita que ele pode se assustar até mesmo com um espirro ou choro de criança. “Imagina o cachorro fugir com a aliança na boca?”, brinca.


O especialista ressalta, porém, que a maioria dos animais pode ser instruída para a tarefa. “‘Isso vai depender muito do trabalho que o profissional vai desenvolver, da socialização”, pondera. Além disso, ele acredita que levar os cães para a cerimônia ajuda a desmistificar a ideia de que é suficiente para o cão ser alimentado e ter um local para dormir. A maioria dos problemas comportamentais são desenvolvidos pela reclusão e pelo pouco contato social e podem até causar males físicos. “O cachorro também tem o papel dele no meio familiar. Muitas pessoas o tratam como filho e querem levá-lo nesse momento maravilhoso, que vai ser lembrado quando o casal tiver 70 anos e for contar para os netos”, diz. França conta que, apesar de alguns convidados não gostarem de cães, a maioria costuma aprovar a ideia.Conheça as histórias de cinco noivas que tiveram a companhia dos pets em um dos dias mais especiais de suas vidas.



Lara Bindes
Frodo, shih-tzu, 4 anos
Julho de 2015

Lara conheceu o marido três meses depois de Frodo chegar à família. Foi quando a vida dos três passou a ser uma só. “Eu já avisei que o Frodo seria o pajem. Não tenho filho humano, só tenho filho cachorro”, diverte-se. Após o noivado, ela reafirmou o desejo e deixou o cerimonialista preocupado. Lara não ensaiou com Frodo a entrada e o pet nunca passou por adestradores. ‘”Quando a criança é pajem ou daminha, vai andando, para, chora, volta e todo mundo ri. Então, se o Frodo parasse no meio, fizesse xixi, todo mundo riria também”, justifica.Lara conta que o cão nunca usou coleira e sequer roupinhas, por isso, ela preferiu não introduzir a novidade naquele momento. Ele usava uma gravatinha com um protótipo de gola, onde guardava as alianças do casal. A família da noiva insistiu que o shih-tzu entrasse de coleira e ela combinou com as crianças, o cunhado e uma prima da empresária, que eles retirassem a coleira e soltassem Frodo no momento de entrada. O cachorro, de início, ficou desconfiado e parou no meio da passarela, mas, depois de ser chamado pelos donos, seguiu perfeitamente até o altar. Quando Lara começou a organizar o casamento, ela estabeleceu que a cerimônia seria ao ar livre e durante o fim de tarde. A primeira pergunta foi se Frodo poderia entregar as alianças. “Se não pudesse, não ia querer casar aqui lá.” Frodo teve também um dia especial de cuidados no pet shop, seguindo a tradição do dia da noiva. Após a performance, ele retornou para casa com um motorista de Lara, que passou todo o dia à disposição do pet. “Ele não gosta de muvuca”, justifica.

Adriana Borges, maquiadora, 31 anos
Zeca, maltês, 2 anos
Novembro de 2013

A cunhada de Adriana queria que a filha guiasse a coleira de Zeca, mas a noiva decidiu que, se a função não pudesse ser realizada por todos os sobrinhos, não seria por nenhum. A mascote acabou entrando no colo de uma amiga dela. As alianças estavam em uma bolsinha pendurada na coleira. “Foi uma cerimônia muito simples, no cartório. Mandei fazer um smoking para ele, eu mesma tirei as medidas”, conta.Como Zeca tinha apenas sete meses na época do casamento, Adriana ficou com medo de ele se assustar com o ambiente, que era a casa de um conhecido. A dupla, porém, não chegou a ensaiar a entrada e, ainda assim, tudo ocorreu bem.


Gabrielle Antunes, servidora pública, 30 anos
Baby, poodle, 16 anos
Novembro de 2012

Gabriele tinha Baby desde os 10 anos e sempre quis que ele participasse. Na época do casamento, Baby estava com 16 anos e cego e, por isso, entrou em um carrinho conduzido por um primo do noivo. Ela conta que não enfrentou problemas com o pastor que celebrou a cerimônia e escolheu o local justamente porque permitiu a entrada da mascote. “Para fechar o local, já impus a condição: essa era prioridade”, afirma.


Bruna Borges, empresária, 28 anos
Tilla, labrador, 4 anos.; Isac, golden retriever, 5 anos; Valentim, golden retriever, 2 anos, e Joseph, golden retriever, 4 anos
Julho de 2015

Bruna sempre desejou que as alianças fossem entregues de um jeito pouco convencional. “Eu tinha um outro golden que ia entrar com as alianças, mas, em maio, ele faleceu e, com isso, não queria que ninguém ficasse no lugar dele”, conta. A ideia inicial é que o quarteto puxasse uma carruagem, mas, durante os ensaios com o adestrador, Valentim ficou assustado e a opção foi cada um entrar com um pajenzinho. Durante a cerimônia, eles se comportaram bem e foram embora logo antes da festa começar, pois não poderiam entrar no ambiente onde aconteceria a recepção. Bruna lembra que quem deseja levar um bichinho de estimação ao casamento precisa pesquisar bastante. “Foi muito difícil achar o padre e arrumar uma igreja”, lamenta.


Giselle Cavados, bancária, 35 anos
Bono,
schnauzer miniatura, 6 anos
Julho de 2011
Giselle ficou com receio de Bono entrar sozinho e, por isso, os avós conduziram o cão pela coleira. O schnauzer não ensaiou a entrada e não levou as alianças, que já estavam com os noivos, mas permaneceu durante toda a cerimônia e também na festa, usando uma roupinha de cor semelhante à do noivo. O casamento ocorreu no Rio de Janeiro, onde mora a família do marido de Giselle. Ela conta que chegou a visitar 16 casas de festa e apenas três admitiam a entrada de Bono.