Campanha pró-aborto ocupa as redes sociais com a hashtag #ShoutYourAbortion

por AFP - Agence France-Presse 23/09/2015 14:42

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Lançada por três ativistas americanas para denunciar os tabus que cercam o aborto viralizou nas redes sociais graças a centenas de mulheres que se animaram em compartilhar sua experiência. A hashtag #ShoutYourAbortion (Grite seu aborto, em tradução livre) se tornou popular no Twitter a partir de sábado (19/09), depois que a Câmara dos EUA aprovou a redução de recursos do financiamento federal do 'Planned Parenthood'.

O aborto voltou ao primeiro plano do debate nos Estados Unidos com os programas eleitorais dos pré-candidatos à Casa Branca. O papa Francisco, que chegou nesta terça-feira (22/09) ao país, também contribuiu para reavivá-lo no começo do mês, ao perdoar todas as católicas que tiverem abortado. "Comecei o #ShoutYourAbortion porque não me sinto arrependida e não penso em sussurrá-lo", relatou em sua conta no Twitter Lindy West, uma das promotoras do movimento, ao lado de Amelia Bonow e Kimberly Morrison.



O texto compartilhado por Lidy West diz: “Olá pessoal. Mais ou menos um ano atrás eu fiz um aborto em uma Planned Parenthood na Avenida Madison e eu lembro desta experiência com um nível enorme de gratidão. Eu gostaria de falar sobre o ótimo cuidado que eu recebi de cada mulher daquela clínica naquele dia, mas eu vou esperar um pouco porque eu escrevi uma coisa que eu quero compartilhar logo mais em um projeto que estou trabalhando em parceria com a Kimberly Morrison. Eu estou contando isso hoje porque a narrativa daqueles que estão tentando desclassificar o Planned Parenthood se baseia na concepção de que o aborto é algo para ser falado aos sussurros. Algumas pessoas ainda acreditam que de alguma forma — se você é uma mulher boa — o aborto é uma escolha que está acompanhada de algum nível de tristeza, vergonha ou arrependimento. Mas quer saber? Eu tenho um coração bom e ter feito um aborto me fez feliz de uma maneira que eu não consigo classificar. Por que eu não estaria feliz por eu não ter sido forçada a me tornar mãe?”

West contou ao jornal britânico The Guardian sua experiência: "Há quase cinco anos, tomei uma pílula, depois outra, deitei na minha cama uma noite e um dia seguidos. Depois, deixei de estar grávida". "Não é nenhum segredo", garantiu. "Simplesmente é algo do que não falamos".

Bonow  afirma que passou "o dia chorando" quando soube da decisão do Congresso americano. "Muitas mulheres da minha vida e eu nos sentimos destroçadas de que este tema continue sobre a mesa em 2015", ressaltou.

Centenas de mulheres se lançaram nas redes sociais para explicar sua vivência usando a hashtag.

No entanto, os detratores do aborto não perderam a chance de dar sua opinião. "Estou convencido de que os bebês gostariam de participar da campanha #ShoutYourAbortion, mas foram assassinados e vendidos em pedaços", escreveu o usuário Matt Walsh em sua conta no Twitter.