Saúde

#nasceleonina: Mulheres organizam campanha para abertura de maternidade parada há 6 anos em BH

Prefeitura de BH afirma que 70% das instalações da Maternidade Leonina Leonor Ribeiro estão prontas e que busca viabilizar recursos para conclusão da unidade prometida para ser inaugurada em 2009 e com custo aproximado de R$ 8 milhões

Movimento de mulheres que luta pela humanização do parto em BH quer abertura de maternidade em Venda Nova
Depois de a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informar que falta 30% para concluir a obra da Maternidade Leonina Leonor Ribeiro em Venda Nova – prometida para junho de 2009 e com custo aproximado de R$ 8 milhões -, mulheres e mães da capital mineira iniciaram o movimento #nasceleonina para pedir a abertura da unidade de saúde. Já são 6 anos de espera por uma maternidade pensada para ser uma das referências na capital mineira no atendimento humanizado ao parto.


Nesta segunda-feira (31/08) a advogada especialista em direito reprodutivo das mulheres, Gabriella Sallit, integrantes da Ong Bem Nascer, do Ishtar BH - Espaço para Gestantes, do Instituto Paulinho, da Parto do Princípio e o Grupo de Apoio à Gestante Belo Horizonte (Gestar) se reuniram com o vereador Gilson Reis (PcdoB) na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) para discutir a situação da maternidade. O deputado Adelmo Leão (PT-MG) também participou do encontro e garantiu apoio à reivindicação.

Além da criação do movimento #nasceleonina, o vereador Gilson Reis propôs a realização de um ato e uma audiência pública no próximo dia 22 na CMBH para solicitar explicações por parte da PBH. Outra audiência também será realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).  Enquanto isso, a mobilização se dá na internet com a divulgação de imagens de mulheres segurando cartazes e explicando por que é importante para a cidade a abertura da Maternidade Leonina Leonor Ribeiro.

A Secretaria Municipal de Saúde afirma que a unidade de saúde terá capacidade para atender 200 partos por mês. A estrutura contemplará seis suítes com banheira no modelo PPP (pré-parto, parto e pós-parto) e dez leitos de UTI Neonatal.

Atualmente, o sistema público de BH oferece apenas 15 suítes no modelo PPP: uma na Maternidade Odete Valadares, outra no Hospital das Clínicas, três no Hospital Risoleta Neves e dez no Hospital Sofia Feldman. Dessas, apenas cinco têm banheira. Entre outros benefícios dos quartos com banheira está o fato de a água morna ser uma das alternativas não farmacológica de alívio da dor.

A justificativa da PBH para tanta demora é que a 1ª etapa das obras, concluída em 2009, não garantia o cumprimento de todos os requisitos do Ministério da Saúde para assistência humanizada ao parto e que, em 2012, foi realizada nova licitação. No entanto, a empresa vencedora abdicou da execução da obra por considerar que realizá-la simultaneamente ao funcionamento da UPA Venda Nova, sem prejuízo do atendimento da unidade, não seria viável. Dessa forma, o processo não se efetivou e, agora, a PBH busca viabilizar recursos para a conclusão das instalações.