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Os números foram apresentados na Câmara dos Deputados durante sessão solene pelo Dia Mundial de Combate à Tuberculose. Com indicadores ainda considerados altos, o governo assumiu o compromisso de redução em 95% dos óbitos e em 90% do coeficiente de incidência da doença até 2035.
"Progredimos, mas há ainda muito o que avançar", afirmou Carlos Basile, da Parceria Brasileira contra Tuberculose. Em seu discurso, ele disse estar preocupado com a redução da vacina contra a doença em postos de saúde, identificada no último mês em razão de problemas de abastecimento. De acordo com o Ministério da Saúde, a situação deverá ser regularizada até o início de abril. Semana passada, foram entregues 18 mil doses. Dia 31, seguem mais 522 mil e dia 2, as 410 mil doses restantes para abastecer os estoques.
Uma das estratégias consideradas essenciais para o controle do número de casos da doença é o diagnóstico rápido da infecção. Atualmente, 94 municípios e o Distrito Federal - capitais e cidades consideradas estratégicas - dispõem de teste rápido. As cidades contempladas atualmente pelos testes rápidos respondem por 60% dos números de casos.
"Ainda consideramos a tuberculose como um grande desafio", afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro. O ministro observou que as taxas da doença são significativamente altas em dois grupos: população carcerária e moradores de rua.
O ministro lembrou ainda que a doença é muito desigual no País. Amazonas e Rio lideram com números de casos. "Estamos lidando com uma doença mutifatorial: condição social, de moradia e de vida são preponderantes para determinar o risco da doença", disse. Ele lembrou que na população indígena o risco de ter a doença é três vezes maior do que a população em geral. Na população de rua, o risco é 47 vezes maior. "O sucesso das ações está ligado a uma aliança de vários setores da sociedade", defendeu.
"Podemos viver num mundo livre de tuberculose. Para isso, é preciso que países caminhem conjuntamente", disse Chioro. "Diagnosticar e tratar adequadamente a tuberculose significa romper a cadeia de transmissão", completou.
O ministro atribuiu as dificuldades enfrentadas na entrega de vacina contra tuberculose ao atraso na obtenção do certificado de boas práticas do laboratório fabricante, a Fundação Ataulpho Paiva, e a problemas de abastecimento de água na fábrica.