Saúde

Pesquisadores de diversas partes do mundo estão preocupados com risco de dengue durante a Copa

O esforço mais recente em tentar prever um surto foi divulgado pelo Instituto Catalão de Ciência Climátias, na Espanha

Correio Braziliense

Pesquisadores de diversas partes do mundo têm demonstrado preocupação com uma possível epidemia de dengue durante a Copa do Mundo, evento que atrairá mais de 1 milhão de viajantes ao Brasil entre 12 de junho e 13 de julho deste ano. O esforço mais recente em tentar prever um surto foi divulgado pelo Instituto Catalão de Ciência Climátias, na Espanha. A equipe, liderada por Rachel Lowe, desenvolveu um sistema que prevê o risco da infeção em 533 microrregiões brasileiras durante o torneio, revelando qual o risco que os turistas correrão nas 12 cidades em que os jogos serão disputados. As estimativas foram publicadas no periódico The Lancet The Lancet Infectious Diseases.


Estudiosos concluíram que a ameaça da doença durante a competição é baixa, mas alertaram para um cenário mais perigoso em três cidades sedes: Natal, Fortaleza e Recife. BH ficou no nível médio de risco
Ao analisar dados oficiais, os estudiosos concluíram que, de uma forma geral, a ameaça da doença durante a competição é baixa, mas alertaram para um cenário mais perigoso em três cidades sedes: Natal, Fortaleza e Recife. Curitiba, Brasília, Porto Alegre e São Paulo estão na lista de locais com baixa possibilidade de problema. Ainda de acordo com o estudo, o nível médio de alerta envolve Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Manaus.

Os especialistas sustentam o sobreaviso ressaltando que o Brasil é o país que mais registrou casos de dengue neste século, com mais de 7 milhões de casos reportados entre 2000 e 2013. “A preocupação sobre isso tem estampado manchetes, porém são baseadas em dados antigos. A possibilidade de um grande surto, que seja capaz de se espalhar para outros países, vai depender de um cálculo que inclui vários fatores, como a grande quantidade de mosquitos, o contato deles com os humanos e uma população suscetível’, disse Lowe, em um comunicado à imprensa.

Em um texto anexo à pesquisa David Harley e Elvina Viennet, ambos da Universidade Nacional da Austrália, ressaltaram que as possíveis vítimas do mosquito Aedes Aegypti no Brasil serão moradores de países de baixa ou média renda, “onde a introdução do vírus brasileiro fará pouca diferença”, pois são locais “em que a dengue já é epidêmica”.