Saúde

Artista cria pintura divertida em capacetes para bebês que têm a 'síndrome da cabeça achatada'

A norte-americana Paula Strawn transformou equipamentos médicos em divertidos acessórios. Nos Estados Unidos, estatísticas indicam que pelo menos 13% dos bebês têm a síndrome

Letícia Orlandi

Nos Estados Unidos, as estatísticas indicam que a assimetria craniana atinja 13% das crianças. Uma das opções de tratamento é o uso de capacetes feitos sob medida, durante três meses, em média
A síndrome da cabeça achatada (Flat Head, em inglês) ou assimetria craniana, conhecida ainda como plagiocefalia posicional, é uma condição bem comum entre os bebês. Nos Estados Unidos, as estatísticas indicam que ela atinja 13% das crianças. A assimetria pode ser observada já no nascimento, principalmente de gêmeos, porque os bebês são obrigados a ficar em determinadas posições dentro do útero, ou ainda pelo uso do fórceps. Mas pode ser causada também pelos longos período em que o recém-nascido fica na mesma posição, uma vez que o crânio do bebê é composto de placas móveis.


Clique para ver mais fotos do trabalho da artista com os pequenos capacetes

Essa mobilidade é necessária para permitir que a criança passe pelo corpo da mãe durante o parto e também permite que o cérebro do bebê cresça. Se ele ficar deitado sempre na mesma posição, as placas não se movimentam na região que se apoia no berço, por exemplo, e a cabecinha pode ficar plana.

Embora a ciência ainda esteja investigando se a síndrome causa apenas prejuízos estéticos ou se pode afetar o desenvolvimento cerebral, da mandíbula e dos olhos, uma das alternativas de tratamento é o uso de pequenos capacetes, feitos sob medida para a criança. Geralmente usados por três meses e retirados apenas na hora do banho, os produtos costumam ter boa aceitação pelo bebê.

Para tornar o período de uso mais divertido e diminuir a estranheza diante de um bebê que usa o equipamento, uma artista norte-americana resolveu pintar os capacetes. A ideia surgiu quando uma amiga de Paula Strawn disse estar preocupada com as reações das pessoas ao sair com seu bebê em público. Depois de ver o resultado neste primeiro projeto, o pediatra da criança encorajou a artista a investir nessa atividade. Em dez anos, Paula pintou mais de 1300 capacetes e também algumas próteses para pernas. Veja mais fotos na galeria.

Paula Strawn já fez mais de 1.300 pinturas em capacetes. Ela desenha também em próteses para pernas e outros equipamentos médicos infantis. Clique para ver mais fotos
Paula explica que usa tinta não-tóxica e que as mães sempre trazem os capacetes de acordo com a orientação do pediatra e do fabricante. Geralmente o trabalho é feito em dois dias, no máximo três. Para saber mais, visite a página no Facebook.

A revista científica norte-americana Pediatrics trouxe algumas dicas para prevenir o achatamento da cabeça do bebê:
A ideia surgiu quando uma amiga de Paula Strawn disse estar preocupada com as reações das pessoas ao sair com seu bebê em público. Os modelos são personalizados
- De forma supervisionada, aumente o tempo que a criança fica de barriga para baixo. O bebê deve passar, pelo menos, 30 minutos por dia nessa posição. O ideal é ir aumentando aos poucos para que a criança se acostume e desenvolva os músculos do pescoço e da nuca. Enquanto o bebê estiver acordado, faça atividades com ele na posição de bruços. A criança NUNCA deve ficar nesta posição sem supervisão, pois há risco de sufocamento e morte súbita.

- Mude a direção que o bebê dorme no berço semanalmente, variando seu campo de visão e oferecendo novos estímulos para que a criança olhe em diferentes posições.

- Cuidado com a cadeirinha. O apoio para a cabeça é duro e pode facilitar o desenvolvimento da assimetria. Por isso, especialmente nos primeiros 6 meses, é importante que a criança só fique na cadeirinha enquanto estiver no carro.

- Varie a posição do bebê no colo, inclusive na hora de amamentar. Na maioria dos casos, o reposicionamento é suficiente para evitar a plagiocefalia posicional. Mas, caso aconteça o achatamento, é importante procurar orientação médica rápido. Até os 6 meses, o problema é revertido facilmente.