Saúde Plena

DERMATOLOGIA

Você sabe qual é o melhor protetor solar para sua pele?

Item indispensável em qualquer estação, o protetor solar se torna protagonista nesta época do ano. Tão variadas quanto os tipos de pele são as opções de produtos. Estima-se que existam pelo menos 16 classificações distintas da epiderme que variam de acordo com a propensão a rugas, sensibilidade, oleosidade, entre outras características. A indústria corre para se adequar a cada uma delas e o consumidor fica cada vez mais confuso na hora de escolher a alternativa que lhe cai melhor.


Uma coisa é certa: todo mundo busca uma opção que não estimule a oleosidade e que, se possível, ainda retire o sebo produzido pela pele. “Não é à toa que os brasileiros querem cada vez mais produtos com toque seco, que depois de aplicado garanta uma sensação de pele mais sedosa.”, afirma o farmacêutico e diretor da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), Gerson Appel.

As versões livres de óleo ou oil free já prometiam isso, mas geralmente decepcionam os avessos ao brilho excessivo. “Na prática, a base utilizada na produção é livre de óleo, como é o caso do gel. Só que os fotoprotetores químicos adicionados são naturalmente oleosos. Portanto, apesar de ser oil free, esses protetores têm óleo”, alerta o professor de cosmetologia da UNA Gabriel Bastos. “E quanto maior o fator de proteção solar (FPS), maiores serão os teores de gordura”, acrescenta Appel.

Uma boa dica é buscar produtos que contenham na formulação fotoprotetores físicos. Esses sim, livres de óleo. À exceção dos casos em que a pele já é naturalmente seca, qualquer outro tipo pode recorrer às alternativas físicas. A grande desvantagem dessa versão é que a pele fica esbranquiçada, tonalidade que vai sumindo à medida que o protetor seca. Para evitar o incômodo, as mulheres têm a vantagem de recorrer aos protetores que funcionam como base. Além do efeito estético, a base é aliada e potencializa os efeitos do fotoprotetor.


PERSONALIZADO
Se ainda assim as marcas oferecidas no mercado não forem capazes de atender sua necessidade, a saída pode estar na manipulação. “O processo de produção tem que ser respeitado. A farmácia deve prover um laudo que comprove o fator de proteção contra raios UVA e UVB. Se não oferece isso não há como o consumidor comprovar que as exigências estão sendo respeitadas”, alerta Gabriel.

Para a esteticista Patrícia Rodrigues, de 32 anos, a grande vantagem da manipulação é a possibilidade de agregar funcionalidades que as versões comerciais não têm. “Além do toque seco, ainda coloco a base no meu tom de pele”, afirma. Para chegar à formulação ideal para seu tipo de pele, é recomendável procurar um dermatologista que vai fazer a prescrição mais correta.

Mudanças nas regras

A partir de julho deste ano, a legislação sobre os protetores solares ficará mais rígida. Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), aprovada em junho do ano passado, passa a valer e promete mudanças importantes para o consumidor. O professor de cosmetologia da UNA Gabriel da Silva Bastos reconhece que a alteração mais significativa para a saúde dos brasileiros será a obrigação de informar o fator de proteção contra a radiação UVA.


“Os produtos vêm apenas com informações sobre o fator de proteção solar (FPS), que protege contra o UVB, radiação responsável por deixar a pele vermelha e ardendo”, afirma o profissional. O risco, porém, recai sobre o UVA. “Ele é silencioso e provoca envelhecimento e câncer de pele”, alerta Gabriel. A partir de julho, deve ser informado no rótulo o fator de proteção UVA, hoje mais conhecido pela sigla PPD. “Deverá ser de pelo menos um terço da proteção UVB”, informa Gabriel.

A Anvisa vai fechar o cerco contra produtos que se dizem multifuncionais, ou seja, além do objetivo principal, têm proteção solar. É o caso de batons, cremes antissinais e até xampus. “Eles terão que entrar nos parâmetros de proteção solar, que são mais rigorosos que os estéticos. Há quem deixe de usar o protetor acreditando nesses produtos”, afirma Gabriel.

A verdade é que usar um hidratante ou produto antissinais com FPS não descarta a necessidade de reforçar a proteção com filtro solar. As mudanças estipuladas pela Anvisa ainda determinam que o FPS mínimo passe de dois para seis (veja quadro). Mas vale lembrar que a recomendação da Sociedade Brasileira de Dermatologia é de aplicar, pelo menos, fator 30.

NOVO RÓTULO
» Mudanças a partir do 2º semestre
» Fator de proteção mínimo passa de 2 para 6
» Proteção contra os raios UVA deverá ser equivalente a um terço do fator de proteção contra o UVB
» Proibido divulgar 100% de proteção
» Indicação da necessidade de reaplicar o produto