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Santa Luzia, Sabará e Caeté

Antigos costumes preservados nas cidades históricas de Minas

Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, tradição da fé é mantida em procissões, cânticos e celebrações durante o feriado religioso

Carlos Altman Gustavo Werneck
Domingo da Páscoa, em Santa Luzia - Foto: Jair Amaral/EM
Em cidades tricentenárias da Região Metropolitana de Belo Horizonte, como Santa Luzia, Sabará e Caeté, homens e mulheres mantêm vivos antigos costumes, como enfeitar as imagens de Nossa Senhora das Dores com rosas, e a de Nosso Senhor dos Passos com folhas de alecrim, manjericão e rosmaninho, perfumando com suavidade os templos dos séculos 18 e 19. E também encenar a Paixão de Cristo no adro das igrejas ou no caminho da Serra da Piedade, onde está a imagem da padroeira de Minas, Nossa Senhora da Piedade, ouvindo os motetos em latim, entre outros atos solenes.
 
Ao longo do caminho, nos Passos da Paixão, que são pequenas capelas, escuta-se também o triste canto da Verônica – nome em latim que significa “face verdadeira” –, a mulher que enxugou o rosto ensanguentado de Jesus e entoa os versos do lamento: “Oh, vós todos que passais pelo caminho, prestai atenção e vede se existe dor igual à minha dor”.
 
Quem for a Santa Luzia poderá acompanhar as celebrações que se iniciam no dia 9, com a procissão de Ramos, às 18h, e terminam no dia 16, com a procissão da Ressurreição, às 8h30. As cerimônias serão conduzidas pelo pároco do Santuário de Santa Luzia, padre Danil Marcelo dos Santos.
 
Via Sacra da Igreja do Rosário ao Morro da Cruz, em Sabará - Foto: Sidney Lopes/ EM  
Sabará guarda um momento muito especial para a tarde da quinta-feira santa (dia 13). Às 15h, na Igreja de São Francisco, começa a cerimônia de abertura do Santo Sepulcro do Senhor Morto. O ritual remonta ao século 18 e é considerado único no país, pois retrata a morte de Jesus na quinta-feira – na véspera, portanto, da sexta-feira da Paixão, quando os católicos relembram a crucificação e acompanham a Procissão do Enterro. A vigília começa logo depois do ritual e vai até a encenação da Paixão de Cristo e procissão. Uma das explicações para o fato tão inusitado é que, nos tempos coloniais, a antiga vila tinha muitos escravos. Diz a história que eles trabalhavam na sexta-feira santa para tirar leite e, portanto, preferiam iniciar a vigília e fazer a abertura do sepulcro na véspera. 
 
Outro momento especial em Sabará ocorrerá na sexta-feira da Paixão, às 4h da madrugada. Trata-se da Via-sacra da Penitência, que sai da Igreja de São Francisco chega ao Morro da Cruz e depois retorna ao ponto de origem, numa duração de cerca de três horas, informa o coordenador da comissão da semana santa local, José Bouzas. “Não se trata de uma simples caminhada, mas de uma via-sacra penitencial”, explica Bouzas.
 
Santuário Nossa Senhora da Piedade, em Caeté - Foto: Henrique Caetano/Divulgação 
E mais uma boa sugestão: quem quiser ficar “mais perto do céu” tem como opção o Santuário Nossa Senhora da Piedade, em Caeté. Na sexta-feira da Paixão (dia 14), haverá a via-sacra rumo ao Santuário Nossa Senhora da Piedade.
 
Para quem tem interesse em outras atrações, as três cidades oferecem várias opções de entretenimento e pontos turísticos
. A começar pelos centros históricos que guardam riquezas inestimáveis e curiosas dessas cidades. Vale a pena a visita.

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