Mosaicos da formação do Galpão

Duas publicações somam mais de 500 páginas com toda a história do grupo teatral mineiro e da construção do Cine Horto, espaço cultural da trupe, que comemora 32 anos de estrada

por 25/04/2015 00:13
Fernando Machado Lara/Divulgação
Fernando Machado Lara/Divulgação (foto: Fernando Machado Lara/Divulgação )
Carolina Braga





No texto de apresentação do livro Do Grupo Galpão ao Galpão Cine Horto: uma experiência de gestão cultural, os autores Chico Pelúcio e Romulo Avelar descrevem a empreitada como “ato insano”. Ao percorrer as 336 páginas deste volume e outras 204 de Galpão Cine Horto: uma experiência de ação cultural, fica nítido que o melhor é falar em insanidade necessária.

Em um país sem memória, qualquer iniciativa nesse sentido merece ser louvada. A ideia original era  traçar o panorama histórico do Galpão Cine Horto. Os autores chegaram à conclusão, porém, de que seria importante também contar – ou recontar – a trajetória do Grupo Galpão. Existem outras publicações que já revelam o despertar da companhia, mas nenhuma talvez com a mesma riqueza de detalhes. Isso tem a ver com o objetivo: há um compromisso com o registro histórico.

Nesse sentido, tanto Do Grupo Galpão ao Galpão Cine Horto como Galpão Cine Horto: uma experiência de ação cultural cumprem função de também auxiliar pesquisas, quer seja sobre teatro, sobre as artes cênicas em Minas, assim como as estratégicas adotadas ao longo de 32 anos para a manutenção de um grupo de teatro. O formato escolhido para as publicações evidencia sua vocação para ser obra de consulta. São livros grandes, de difícil manuseio para a leitura.

Todas as fases da companhia estão contempladas, inclusive a criação da Associação Galpão, que antecede a oficina dos alemães George Frosher e Kurt Bildstein, considerada marco inaugural da trupe. Estão registradas as conquistas, momentos delicados e de superação. Até disputas políticas apareceram, como foi a queda de braço com a Prefeitura de Belo Horizonte no caso do FIT-BH.

Escrito a quatro mãos por profissionais de áreas distintas, Do Grupo Galpão ao Galpão Cine Horto se destaca por associar essas duas visões do objeto. Ao mesmo tempo em que é perceptível a força da memória de Chico Pelúcio, as informações são complementadas com contextualizações sobre as políticas culturais no Brasil, área de especialidade de Romulo Avelar.

Parte do primeiro volume, as informações sobre a fundação do Cine Horto, assim como seus principais projetos, aparecem fundamentadas com números, planilhas e análise contextual. A narrativa sobre a experiência que o centro cultural proporcionou desde sua inauguração é o tema do segundo volume. Para a construção desse mosaico foram convidados professores e gestores como Nina Caetano, Gláucia Vandeveld, Leonardo Lessa, Laura Bastos, Reginaldo Santos e Luciene Borges. As contribuições deles compõem os sete capítulos do livro. Mesmo que cada texto tenha um estilo, todos eles giram em torno daquilo que vivenciaram no Cine Horto.

LANÇAMENTO

Hoje, das 11h às 14h, na Livraria Quixote (Rua Fernandes Tourinho, 274, Savassi). Deois do lançamento, a coleção contendo os dois livros será vendida a R$ 100. A compra poderá ser feita na Boutique do Galpão Cine Horto (Rua Pitangui, 3.613) e na loja virtual do Grupo Galpão.


Do Grupo Galpão ao Galpão Cine Horto: uma experiência de gestão cultural
• De Chico Pelúcio e Romulo Avelar
• Edições CPMT
• 336 páginas, R$ 70


Galpão Cine Horto: uma experiência de ação cultural
• Vários autores
• Edições CPMT
• 204 páginas, R$ 50

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