Orelha

por 28/03/2015 00:13
Márcia Moreira/divulgação
None (foto: Márcia Moreira/divulgação)
Outros protagonistas

Em Rio Negro, 50 (Record), o escritor e músico Nei Lopes (foto) tece envolvente narrativa em que os negros são os protagonistas. Lopes visita o Rio de Janeiro dos anos 1950, invertendo uma equação corriqueira na literatura brasileira: desta vez, eles não estão nas cozinhas ou nos cantos de página. Circulam pelos cafés do Centro da cidade, enquanto debatem – e definem – a vida cultural e política do país, tecendo um mosaico exuberante de uma década essencial para se compreender o Brasil contemporâneo.

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Intelectual singular no panorama da cultura brasileira, Nei Lopes tem se dedicado ao resgate da história da cultura africana e de sua presença no Brasil, atento à valorização das manifestações populares. Sem elos formais com a academia, sua erudição e enorme curiosidade deram origem a obras de referência como a Enciclopédia brasileira da diáspora africana, o Novo dicionário banto do Brasil e o Dicionário literário afro-brasileiro. Autor de poemas e crônicas, Nei Lopes tem uma carreira de destaque como músico. São de sua autoria canções antológicas como Senhora liberdade e Samba do Irajá. Este ano, ele vai lançar, em parceria com Luiz Antonio Simas, o Dicionário da história social do samba.


Genealogia

O lançamento do livro de autoria do ex-deputado, advogado, historiador e genealogista mineiro Luiz Alberto Franco Junqueira, intitulado Família Franco e aliadas: formação da sociedade rural e urbana no Brasil Central (foto), está previsto para breve. Trata-se de uma obra de fôlego, pois o leitor estará diante de quase duas mil páginas escritas ao longo de 15 anos, depois de 30 anos de pesquisas que incluíram viagens, entrevistas, visitas a arquivos públicos e privados, compilações e coleta de documentos oficiais.

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Voltada para a história das famílias, a obra foi dividida em dois volumes. Em A antropologia, a geografia, a história (o homem, o meio, o tempo), o escritor apresenta singular seleção de textos com impressões, lembranças, teorias, críticas, crônicas jocosas e listas genealógicas. Já no segundo volume, Memória dos esquecidos, Luiz Junqueira discorre sobre a história de sua cidade natal, Ituiutaba. Na sequência, oferece estudo genealógico primoroso da família Franco e de outros clãs. Luiz Alberto Franco Junqueira morreu em 2014, às vésperas de publicar o livro que pode ser encontrado na Livraria Scriptum (Rua Fernandes Tourinho, 99, Savassi).

Crime e justiça

Leonardo Isaac Yarochewsky lança hoje o livro Reflexões de um criminalista (Editora Letramento), que discute os riscos de desvirtuamento da Justiça e a complexidade que envolve a aplicação da lei. O autor é advogado e professor da PUC Minas. A manhã de autógrafos começa às 11h, na Quixote Livraria (Rua Fernandes Tourinho, 274, Savassi).

A palavra impressa

A Ateliê Editorial acaba de lançar a revista Livro nº 4, publicação anual do Núcleo de Estudos do Livro e da Edição da Universidade de São Paulo (USP), cuja finalidade é conduzir o leitor à reflexão sobre a difusão de pesquisas que têm a palavra impressa como objeto principal. Resultado do esforço coletivo de professores, pesquisadores e profissionais dedicados ao estudo da palavra, a publicação pretende, desde seu número de estreia, cobrir todo o ciclo de vida da comunicação impressa. De acordo com Ana Luiza Martins, membro do conselho editorial da publicação, Livro preenche uma grande lacuna do mercado editorial. “Os estudiosos da história cultural do país se ressentiam de uma revista voltada especialmente para a temática do impresso no Brasil. Os assuntos que ela aborda – estudos sobre livros e leitores; bibliofilia; artes gráficas, parques gráficos, editoração e congêneres – foram tardiamente cultivados entre nós. Graças a esse periódico, acertam-se as contas com uma imensa defasagem da área”, afirma.


Contra a maré

A Editora Moderna lança Remando contra a maré: os construtores da democracia brasileira, de Luiz Felipe d’Avila, que coloca em pauta o real significado de valores como liberdade e democracia. A construção da soberania popular no Brasil foi resultado do empenho de cidadãos que tiveram a coragem e a capacidade de enfrentar adversidades para trazer progresso ao país, defende o autor. A obra faz homenagem a algumas dessas figuras que moldaram nossa política. O autor revela tudo o que separa personalidades como José Bonifácio, Joaquim Nabuco, dom Pedro II, Prudente de Moraes, Campos Salles e Rodrigues Alves daqueles interessados apenas no poder. Segundo ele, são estadistas que se preocuparam com o fortalecimento das instituições democráticas e o emprego dos meios éticos para atingir os fins políticos.


Virgens

O poeta Wilmar Silva autografa Onze mil virgens, hoje, das 10h às 14h, na Livraria Babel (Rua Pioneiros da Paz, 28, Bairro Santa Amélia). O evento contará com a participação de Bianka de Andrade Silva, professora de literatura da Faculdade de Letras da UFMG, do ensaísta Georg Otte, do escritor e arquiteto João Diniz e da escritora Michelle Campos.

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