Orelha

por 10/01/2015 00:13
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NO ESCURINHO
DA ESTANTE...
Da literatura para o cinema (Editora Best Seller), de Henri Mitterand, traz interessante abordagem sobre filmes que fizeram história e os livros que os inspiraram. Nos verbetes, o leitor encontra sinopses, fichas técnicas, bibliografias e informações pedagógicas. Entre os longas está O idiota, dirigido por Akira Kurosawa, inspirado no romance de Dostoievski editado em 1877. Bem antes disso, porém, a história foi publicada como folhetim na revista O Mensageiro Russo, em 1868 e 1869. Apocalypse now, de Francis Ford Coppola, veio de O coração das trevas, de Joseph Conrad; Barry Lyndon, de Stanley Kubrick, é uma releitura de As memórias de Barry Lyndon, de William Thackeray; e Doutor Jivago, dirigido por David Lean, originou-se no romance de Boris Pasternak.

Alguns livros se revelaram prolíficos na telona. Lançado em 1898 por Pierre Louÿs, La femme et le pantin inspirou Mulher satânica (1935), de Josef Von Sternberg; La femme et le pantin (1959), de Julien Duvivier; e o clássico Esse obscuro objeto do desejo (1977), obra-prima de Luis Buñuel. Madame Bovary (1857), de Gustave Flaubert, ganhou três rostos: de Valentine Tessier, dirigida por Jean Renoir em produção que estreou em 1934; de Jennifer Jones, no longa de Vincente Minelli (1950); e Isabelle Huppert, dirigida por Claude Chabrol (1991).


BASTIDORES DA GUERRA
Operação Brasil: O ataque alemão que mudou o curso da Segunda Guerra Mundial (Editora Contexto), escrito pelo tenente-coronel do Exército Durval Lourenço Pereira, investiga a entrada do país no conflito, que durou de 1939 a 1945. O autor revela bastidores da operação lançada pelo 3º Reich em agosto de 1942, com o propósito de arrasar portos e a navegação brasileira. Durante três anos, Durval Pereira vasculhou arquivos oficiais alemães, brasileiros e norte-americanos. Com 336 páginas, o livro custa R$ 49,90.

ALMANAQUE
Tatu, jacaré, jabuti, onça e macaco são os protagonistas de Almanaque Bichos do Brasil (Editora Moderna), de Rosane Pamplona. A autora aborda o quinteto, tão ligado ao imaginário nacional, sob o enfoque da zoologia, do folclore, de curiosidades linguísticas, da ecologia e da cultura popular.

MUSICAL
O livro Bilac vê estrelas, do escritor mineiro Ruy Castro, virou musical dirigido por João Fonseca, que comandou também espetáculos inspirados nas vidas de Cassia Eller, Cazuza e Tim Maia. A peça está em cartaz no Teatro Sesc Ginástico, no Rio de Janeiro. Fonseca dirigiu peças volta2das para a história cultural do país como Era no tempo do rei (baseada em outro livro de Ruy) e Oui oui. A França é aqui!..., inspirada na obra de Gustavo Gasparani
e Eduardo Rieche.

CARTAS DE ALCEU E DRUMMOND
Drummond & Alceu, livro escrito por Leandro Garcia Rodrigues, aborda a relação entre os escritores Carlos Drummond de Andrade (foto) e Alceu Amoroso Lima, destacando o jovem poeta de Itabira como um rapaz dividido entre a formação católica e o ceticismo profundo em relação à religião. Terça-feira, Rodrigues faz palestra, às 19h30, na Casa Fiat de Cultura (Praça da Liberdade, antigo Palácio dos Despachos). O evento é parte da agenda da mostra QuasePoema – Cartas e outras escrituras drummondianas, que reúne a correspondência trocada pelo autor de Fazendeiro do ar com a mãe, dona Julieta Augusta.

O livro traz 132 cartas que Alceu e Drummond enviaram de 1929 a 1982. A dupla escreveu sobre crises de fé, impasses existenciais, dúvidas sobre a vida e a atividade intelectual no Brasil. O modernismo brasileiro também é pano de fundo dessa correspondência. Crítico literário, Garcia é professor da Universidade Católica de Petrópolis.

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