Orelha

por 15/11/2014 00:13
Editora Academia/Divulgação
Editora Academia/Divulgação (foto: Editora Academia/Divulgação )


Despertar para a vida

“O momento é agora, comece, pratique, busque.” O ensinamento da Monja Coen, a primaz fundadora da Comunidade Zen Budista Zendo do Brasil, agora está disponível no livro A sabedoria da transformação – Reflexões e experiências, que está sendo lançado pela Editora Academia. Bem ao estilo do zen, Monja Coen reúne pequenas histórias, personagens ilustres e anônimos, falando de acontecimentos cotidianos e grandes princípios do budismo. O mais interessante para o leitor é exatamente como os extremos se tocam na prosa sempre limpa e recheada de pequenas narrativas. Com um toque autobiográfico, a autora mostra o valor de cada experiência e seu potencial de transformação na vida. Por meio da meditação e do exemplo de antigos mestres, surgem atitudes como o desapego, a compaixão, o arrependimento, a gratidão e o acolhimento das insuficiências pessoais. Lições singelas de grande sabedoria. Independentemente de religião, um livro que ensina o valor da meditação no dia a dia.

Moisés de Freud

Uma das boas séries dedicadas à psicanálise, mais especificamente à obra de Freud, a coleção Para ler Freud, editada pela Civilização Brasileira, lança dois novos volumes. Ricardo Goldenberg, com Psicologia das massas e análise do eu: solidão e multidão, discute a relação dos fenômenos de massa com tudo o que as pessoas sentem e pensam, como a inveja e o ódio ao diferente. Já Betty Fucks estuda o último livro de Freud, O homem Moisés e a religião monoteísta, trazendo para sua análise a contribuição de pensadores posteriores a Freud, como Lacan, Lévinas, Zygmunt Bauman, Slavoj Zizek e Giorgio Agamben.

Lamare revisitado

Um dos livros mais conhecidos do Brasil, A vida do bebê, do pediatra Rinaldo De Lamare, já vendeu mais de 6 milhões de exemplares desde que foi lançado, em 1941. A Editora Agir acaba de lançar a 43ª edição do manual das mães e pais de primeira viagem, com atualização do texto a cargo de Edmilson Migowski, do Instituto de Pediatria da Uerj. Com novos capítulos e fotografias, o catatau chega a 800 páginas.

Nega Fulô

A Editora Cosac Naify, dentro do projeto de edição das obras completas de Jorge de Lima, está lançando o volume Poemas negros. A edição recupera as ilustrações originais de Lasar Segall e o prefácio de Gilberto Freyre. A novidade fica por conta do comentário de Vera D’Horta e do excelente posfácio de Vagner Camilo. Já foram lançados pela mesma série os volumes Invenção de Orfeu, Calunga e Antologia poética.

Afro-brasileira

Literatura afro-brasileira – 100 autores do século XVIII ao XXI é o título que está sendo lançado pela Editora Pallas, com organização de Eduardo Assis Duarte. Na primeira parte, “Por um conceito de literatura afro-brasileira”, são desenvolvidos parâmetros referentes ao tema; a segunda seção, “Guia de autores e obras”, apresenta escritores afrodescendentes, com dados biográficos e críticos. Por fim, o volume incorpora um artigo de Abdias Nascimento, “A cultura africana na arte brasileira”, que apresenta um panorama da presença africana e afrodescendente na cultura brasileira.

Armorial


Em 1970, o então jovem Raimundo Carrero escreveu um conto, dedicado a Ariano Suassuna (foto): “O bordado, a pantera negra”. Ariano gostou tanto que escreveu um romance de cordel baseado no mote do novo amigo. O tempo passou, o conto e o folheto sumiram e viraram lenda. Descobertos recentemente, os textos ganham nova edição, no pequeno volume com xilogravuras de Marcelo Soares. A edição é da Iluminuras e traz à tona uma importante passagem do movimento armorial, numa bonita homenagem ao mestre Ariano Suassuna.



Revista

Instituto Moreira Salles lança na semana que vem a nova edição da revista de ensaios Serrote, que completa 5 anos. Um dos destaques da revista é o ensaio “Viver bem é a melhor vingança”, do crítico de arte e colaborador da New Yorker Calvin Tomkins. Um dos principais nomes do ensaísmo americano, Joseph Epstein volta às paginas da publicação com “Infantocracia: cada menino, um delfim”, em que aborda o controle que as crianças têm na vida doméstica contemporânea. Em texto de tom pessoal, John Updike (1932-2009) fala da maturidade de um escritor e como isso nem sempre é sinônimo de segurança, já que sempre resiste a esperança de que o último livro possa ser o melhor. Na área visual, o destaque é o ensaio “Quase aurora”, com aquarelas do artista plástico brasileiro Tunga (1952).

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