Orelha

por 04/10/2014 00:13
Reprodução internet
Reprodução internet (foto: Reprodução internet )


Sonetos do Bardo

Com tradução de Vasco Graça Moura, Os sonetos completos de William Shakespeare (Landmark, 344 páginas, R$ 55) chega ao Brasil trazendo 154 poemas publicados em 1609. Pela primeira vez, o conjunto ganha edição brasileira – há 12 anos, ele saiu em Portugal. Respeitado tradutor de poesia, o português Moura explica que o bardo fala tanto de amor quanto dos “mecanismos da traição”. De acordo com ele, Shakespeare nos mostra que “o tempo trai a beleza e as pompas, a velhice trai a juventude, o amigo trai o amigo, o homem trai a mulher, a mulher trai o homem, a tristeza e o desânimo traem a alegria e a escassez trai a abundância.”

Imperatriz viúva

Personagem emblemática da história chinesa, a imperatriz Cixi (1835-1908) é considerada a principal responsável por conduzir a transição de seu país da era medieval à era moderna. A Companhia das Letras lança no Brasil a biografia da pioneira, escrita por Jung Chang. A imperatriz de ferro (520 páginas, R$ 64,50) traz a história da concubina do imperador, mãe do menino de 5 anos que assumiu o trono após a morte do pai. Depois de liderar um golpe contra regentes indicados pelo marido, Cixi introduziu a indústria, as ferrovias e a eletricidade na China. Jung Chang contesta a tese de que a chamada imperatriz viúva não passou de déspota sanguinária.

Poesia


Melissa Mundim lança o livro de poemas P’Rosa gallica, hoje, às 13h, no Espaço 670 (Rua do Ouro, 670, Serra). Paralelamente à sessão de autógrafos, ela abre a exposição Meu ouTro. O prefácio é assinado pela cantora e compositora Simone Guimarães. “Cada palavra manifesta está a nutrir o universo da plasticidade lírica que pinta a letra feminina. Melissa assim dispõe sua vastidão”, afirma Simone.

Juventude e ensino médio




Coordenado por Juarez Dayrell, Paulo Carrano e Carla Linhares Maia, o livro Juventude e ensino médio (Editora UFMG, 339 páginas) será lançado quarta-feira, às 16h, no Auditório Neidson Rodrigues da Faculdade de Educação, no câmpus da Universidade Federal de Minas Gerais (Avenida Antônio Carlos, 6.627, Pampulha). Além da sessão de autógrafos, haverá debate com participação de Dayrell e Maia, além de Miguel Arroyo, Shirlei Sales, Maria Luiza Viana e Inês Teixeira, autores de artigos incluídos no volume.

***

Elaborado a pedido do Ministério da Educação, o livro propõe um diálogo com o professor sobre os desafios que o estudante do ensino médio representa tanto para educadores quanto para a sociedade. O especialista Miguel Arroyo propõe novas referências para a construção do currículo escolar; Nora Krawczyk sugere a desconstrução de representações em torno da escola; Juarez Dayrell e Paulo Carrano apontam temas que facilitam ao educador se aproximar de experiências, saberes e desejos de seus jovens alunos. Wivian Weller aborda a transição desses estudantes para a vida adulta em meio a uma sociedade marcada pelo estigma da incerteza.

Um médico em guerra

Muito se discute sobre a competência de profissionais responsáveis pelo sistema de saúde pública no país. No livro Sob pressão – A rotina de guerra de um médico brasileiro (Editora Foz, 158 páginas, R$ 38,90), o cirurgião carioca Marcio Maranhão, de 44 anos, relata sua rotina em hospitais no Rio de Janeiro e a bordo de ambulâncias do Samu. Ele compara a vida do médico à do malabarista, em meio a vários empregos; descreve o estado permanente de indignação em que vivia ao deparar com o descaso com que doentes são tratados em hospitais; revela sua relação com pacientes ligados ao crime – certa vez, supreendeu-se ao receber um pacote de dinheiro da família de um rapaz que acabara de operar.

***

“Em alguns dias, conseguíamos triunfar sobre as adversidades. Não sei se por influência da sorte, mérito da técnica ou pelo toque da mão divina”, revela Marcio Maranhão em depoimento à jornalista mineira Karla Monteiro, coautora de Sob pressão... . “Armadilhas” surgem diante do doutor, como na ocasião em que ele se viu obrigado a fazer uma cirurgia dentro da enfermaria, por falta de vagas na sala de operações. Depois de muita tensão, a jovem paciente sobreviveu. “Foi uma conduta extremamente arriscada. Mas qual seria a alternativa? Não agir e deixar a paciente morrer?”, pergunta ele ao leitor.

Tião extraordinário



“Astro” de Lixo extraordinário, filme que acompanhou o trabalho do artista plástico Vik Muniz em Jardim Gramacho (RJ) e disputou o Oscar de melhor documentário em 2011, o fluminense Sebastião Santos lança Tião – Do lixo ao Oscar (Leya, 253 páginas, R$ 29,90). Líder de movimentos que mobilizaram catadores no Rio de Janeiro, ele fundou a primeira associação fluminense da categoria. Desde 2012, por meio do movimento Limpa, Brasil, Tião luta para conscientizar o cidadão de que lixo é, sobretudo, uma questão política. Dono de uma empresa de consultoria, atualmente ele faz palestras em todo o país sobre a necessidade de reciclar material descartável.

MAIS SOBRE PENSAR