Orelha

por 19/04/2014 00:13

Thierry Gouegnon/Reuters
O presidente de Gana, John Dramani Mahama, lançou livro no Brasil (foto: Thierry Gouegnon/Reuters)



Décadas perdidas
No Brasil para participar da 2ª Bienal do Livro de Brasília, o presidente de Gana, John Dramani Mahama, tem seu primeiro livro, Meu primeiro Golpe de Estado, lançado no país pela Geração Editorial. Mahama resgata suas memórias desde os tempos de menino no internato de Acra, capital de Gana, até seu despertar para a política. John Dramani Mahana assistiu seu primeiro Golpe de Estado aos 7 anos, em período de extrema instabilidade na África. Filho de ministro do governo de seu país, viu a família perder tudo com a prisão do pai e a tomada de poder pelos militares. Entre 1966 e a retomada do governo constitucional, em 1982, seu país viveu um período nebuloso, marcado por guerras internas pelo poder, crises econômicas e êxodo de profissionais e intelectuais para fora do continente africano. Mais que autobiografia política, Meu primeiro Golpe de Estado é um relato que une o destino de um homem ao de sua nação.





Policiais

O selo Vestígio, especializado em romances policiais, está com dois novos títulos nas livrarias. Um outono em River Falls, de Alexis Aubenque, é o segundo volume da trilogia do autor francês, que dá sequência a Sete dias em River Falls, já lançado no Brasil. O outro romance é Assassinato na Torre Eiffel, de Claude Izner, ambientado na Paris do século 19.

Perfil

Dando continuidade à série Intelectuais do Brasil, a Editora UFMG lança o volume Leituras críticas sobre Wanderley Guilherme dos Santos, organizado por Otavio Soares Dulci. Além de analisar a obra de um dos mais destacados cientistas políticos do país, o volume permite a introdução ao pensamento de Wanderley Guilherme, em sua vertente teórica e analítica da história política brasileira contemporânea. O livro reúne quatro ensaios e uma entrevista. Pela mesma coleção já foram lançados livros sobre Maria da Conceição Tavares, Leonardo Boff e Silviano Santiago, entre outros.

 

Renato Weil/EM/D.A Press
(foto: Renato Weil/EM/D.A Press)

Resistência

A Belotur está distribuindo um livreto que reúne fotos e informações sobre os lugares de repressão e de luta contra a ditadura civil-militar no período de 1964-1985 em Belo Horizonte. Memórias da resistência é um roteiro que celebra a luta contra o arbítrio em BH. Entre os locais que integram a publicação estão a Fafich da rua Carangola (foto), o Sindicato dos Jornalistas, o DCE e o Colégio Estadual Central.




Rock

Os integrantes da banda AC/DC nunca ligaram para o que escrevem sobre eles. Por isso a biografia de Mick Wall, que está sendo lançada no Brasil pela Globo Livros, é um trabalho útil e necessário. Jornalista britânico especializado em rock, autor da biografia de outra banda icônica, o Metallica, ele passa em revista a trajetória do AC/DC, deixando os mitos de lado para apurar bem sua história. Entre as curiosidades, ele conta como foi feita a escolha do nome da banda (gíria para homessexuais, o que levou muita gente a pensar que se tratava de um conjunto gay), as brigas e mudanças de formação do grupo e os altos e baixos do relacionamento dos irmãos Malcolm e Angus Wilson (foto).

Redes

Quem pensa que só hoje vivemos numa era da comunicação, se engana. E muito. Trocar informações e pautar os comportamentos pessoais e sociais pela comunicação é uma característica humana há muitos séculos. O livro Poesia e política – Redes de comunicação na Paris do século 18 (Companhia das Letras), do historiador Robert Darnton, mostra como a circulação de informações, sobretudo da poesia, foi decisiva na movimentação política de um dos mais revolucionários períodos da história da Europa. Diretor da Biblioteca de Harvard, Darnton mostra que o poder viral das redes já era significativo séculos antes da internet.

Quadrinhos

O processo, de Franz Kafka (1883-1924), ganha versão para quadrinhos, em adaptação da artista Chantal Montellier e do escritor e dramaturgo David Zane Mairowitz (autor de uma versão do romance para o teatro). Os embates entre K, personagem central da narrativa, e os burocratas que o prendem e levam a julgamento ganham tradução visual de grande impacto expressionista, em atmosfera de pesadelo. A edição é da Veneta.

Ideias e canções

Será lançado dia 24, às 20h, no Café 104, na Praça da Estação, o livro A música e o vazio no trabalho: reflexões jurídicas a partir de Hannah Arendt, de Matheus Brant. O volume, que é resultado de dissertação de mestrado, vem com um disco encartado com canções compostas pelo autor, que buscam captar o que vai além dos conceitos. Matheus é advogado, músico, fundador do grupo Chapéu Panamá e do bloco Me beija que eu sou pagodeiro, sucesso no carnaval de BH.

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