Em História da África, José Rivair Macedo, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, traça um painel da porção continental mais antiga do planeta. Caleidoscópio de culturas, a África não é um espaço homogêneo nem se limita ao clichê do continente miserável sem saída, às voltas com a Aids e atrocidades étnicas, adverte o autor.
Palco de várias e ricas experiências humanas, o continente é múltiplo: temos a África atlântica, a índica, a do Rio Nilo, a mediterrânica e a África saariana. Macedo mergulha na Antiguidade para emergir no século 21: ensina-nos sobre civilizações que desafiaram os faraós, descreve os efeitos da chegada do islamismo e do cristianismo ao continente, destaca o impacto da ofensiva europeia sobre povos ciosos de suas tradições ancestrais, chama a atenção para o profundo impacto da escravidão sobre o mundo e o Brasil.
O professor adverte: o colonialismo é o verdadeiro responsável pelas mazelas que muitos atribuem à “natureza” dos africanos. Além de drenar riquezas, esse sistema lançou mão do racismo para depreciar sociedades que resistem ainda hoje a se curvar a padrões ocidentais. Europeus ocuparam e unificaram territórios disputados por diferentes etnias e culturas, provocando guerras, massacres e corrupção, quadro que se agravou com a Guerra Fria e a globalização contemporânea.
Não custa lembrar: a balcanização da África, os genocídios e a miséria são o legado dos bwanas.
HISTÓRIA DA ÁFRICA
• De José Rivair Macedo
• Editora Contexto
• 190 páginas, R$ 35