Orelha

por 02/11/2013 00:13
Thomas Coex/AFP
Thomas Coex/AFP (foto: Thomas Coex/AFP)

Maigret na Companhia

Não tivesse feito mais nada, o belga Georges Simenon ganharia a imortalidade pela criação do comissário Jules Maigret, um dos maiores personagens da literatura policial. Mas o escritor foi também um dos mais prolíficos autores de seu tempo, com mais de 200 romances, muitos dele de alto nível literário. Não por acaso, foi comparado por André Gide, que não era dos mais condescendentes, a Honoré de Balzac. Além de policiais, Simenon foi autor de novelas psicológicas, que se contam na casa das dezenas, e de incontáveis livros de memórias. A obra de Georges Simenon, já publicada em parte no Brasil pela Nova Fronteira (nos anos 1980) e atualmente pela L&PM, vai agora sair pelo selo da Companhia das Letras. A editora anunciou que passa a editar o autor em abril do ano que vem. E com um detalhe: a obra completa, que deverá ser a maior série dedicada a apenas um autor já editada no país.

Volta do gaulês

Será lançada esta semana nova história de um dos mais amados personagens dos quadrinhos, Asterix. O álbum Asterix entre os Pictos marca a estreia de uma nova parceria entre o ilustrador Didier Conrad e o roteirista Jean-Yves Ferri. Depois de completar meio século, Asterix, Obelix e companhia contabilizam, só no Brasil, quase 2 milhões de exemplares vendidos. Em todo o mundo, os quadrinhos dos gauleses chegam à espantosa marca de 350 milhões de exemplares. A dupla criadora dos heróis era formada por Albert Uderzo e René Goscinny.

Mundo em guerra


Um dos principais especialistas brasileiros em relações internacionais, o cientista político Moniz Bandeira está lançando A segunda Guerra Fria (Editora Civilização Brasileira), um catatau de mais de 700 páginas, em que analisa as causas, as consequências e, sobretudo, os interesses políticos em jogo nos conflitos no Oriente Médio e nos países do Norte da África. “O objetivo dos Estados Unidos sempre foi a derrubada do regime de Bashar al-Assad, de modo a eliminar a presença da Rússia no Mediterrâneo, fechando suas base navais – Tartus e Latakia – instaladas na Síria, bem como conter o avanço da China no Oriente Médio e no Magreb, isolar o Irã e cortar seus vínculos com o Hizbollah, no Líbano, de acordo com os interesses de Israel”, afirma Moniz Bandeira em seu estudo.

Revistas e as ruas


O Instituto Moreira Salles está lançando novas edições das revistas Serrote e Zum, dedicadas a ensaios e fotografia. A 15ª Serrote traz como destaque caderno especial “Retrato da rua”, com três verbetes escritos por intelectuais que aceitaram analisar os protestos que tomaram conta do país a partir de junho: “Revolta”, por Carla Rodrigues; “Repressão”, por Tales Ab’Sáber; e “Radicalismo”, por Ruy Fausto. A quinta edição de Zum também abre espaço para as revoltas de junho, em ensaio do coletivo Cia da Foto, publicado em forma de cartaz. A revista tem ainda perfil do fotógrafo espanhol Alberto Garcia-Alix, que registrou os anos rebeldes da movida madrileña.

Mandrake reaparece

E por falar em quadrinhos, quem também está de volta é o famoso mágico Mandrake, criado por Lee Falk, o mesmo autor de outro ícone das HQ, Fantasma. Acaba de sair no Brasil o álbum Mandrake, o mágico – O mundo do espelho e outras histórias, pelo selo Pixel, da Ediouro. São três aventuras clássicas, com desenhos de Phil Davis.

Vida de cantor

Enquanto figurões da MPB se fecham em copas e defendem a obrigatoriedade de autorização para biografias, dois cantores populares lançam suas histórias de vida. O brasileiro Leonardo comemora 50 anos com o livro Não aprendi dizer adeus (Casa da Palavra), a partir de depoimento dado ao jornalista Silvio Essinger, sem deixar de falar da infância pobre, da morte do irmão Leandro e o recente acidente com o filho Pedro. Rod Stewart também está nas livrarias com Rod, autobiografia (Globo), que, como é próprio do cantor, é tão bom para desconstruir mitos como para criar novos.

Dose dupla

Quem gosta de cinema está ganhando duas volumosas ferramentas, uma de pesquisa e outra de inspiração pop. A Martins Fontes está lançando o utilíssimo Dicionário de cinema brasileiro – Filmes de longa-metragem produzidos entre 1909 e 2012, de Mauro Baladi. São 1,9 mil páginas de pura informação, com sinopses, fichas técnicas e dados complementares. Integra o volume toda a produção brasileira de filmes de mais de 60 minutos e com bitola superior ou igual a 16mm. Outro livro que vai agradar os cinéfilos e o fãs de listas, que beira as 1 mil páginas, é 1001 filmes para ver antes de morrer, edição comemorativa de 10 anos da série. Lançado no Brasil pela Sextante, passa a contar com mais cinco produções brasileiras contemporâneas.

Sempre Hemingway

A Editora Bertrand Brasil iniciou a publicação de novas edições das obras de Ernest Hemingway. Já foram lançados os volumes O velho e o mar e Paris é uma festa. Os próximos livros, que serão lançados ainda este ano, são O sol também se levanta, Por quem os sinos dobram e Adeus às armas.

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