Orelha

por 31/08/2013 00:13
Social Labs/Divulgação
Social Labs/Divulgação (foto: Social Labs/Divulgação)


A luta continua

Considerado o melhor livro escrito sobre o Brasil em inglês em 2009 pela Associação de Estudos Latino-Americanos, chega finalmente ao leitor brasileiro Cidadania insurgente – Disjunções da democracia e da modernidade no Brasil, de James Holston (Companhia das Letras). O autor, professor da Universidade da Califórnia, demonstra como, desde as origens, os brasileiros foram privados de direitos políticos e excluídos da propriedade fundiária legal. Por esse motivo, o movimento em direção à conquista da cidadania se deu sempre por meio de estratégias desestabilizadoras do regime histórico de opressão. James Holton utiliza conhecimentos das áreas de antropologia, direito, urbanismo e ciência política para denunciar as origens da desigualdade brasileira e de que forma ela se perpetua no interior das instituições do Estado e da sociedade. O futuro vai exigir mais mobilização: “A democracia brasileira avançou de forma significativa nas últimas duas décadas. No entanto, exatamente quando a democracia se enraizou, novos tipos de violência, injustiça, corrupção e impunidade aumentaram dramaticamente”.

Crimes em alta

Vertigo é o nome do selo dedicado à literatura policial que está sendo lançado pela Autêntica. Os primeiros títulos serão Sete dias em River Falls, de Alexis Aubenque, Os sete crimes de Roma, de Guillaume Prévost, e Meu primeiro assassinato, de Leena Lehtolainem. O catálogo da Vertigo, mesmo concentrado em policiais, será dividido em três vertentes: os romances de época, os policiais escandinavos e os thrillers. A editora promete mais quatro lançamentos ainda este ano. O responsável pela Vertigo é o francês Arnaud Vin, radicado no Brasil há 20 anos.

História de amor

Nita Freire, viúva do educador Paulo Freire, está lançando um livro bastante pessoal: Nós dois (Paz e Terra), relato emocionado sobre a história de amor do casal. A partir da reunião de cartas, bilhetes e fotos, a autora reconstrói a trajetória que uniu os dois. Para quem conhece o lado político de Paulo Freire, autor de Pedagogia do oprimido, é uma oportunidade de conhecer o homem sensível por trás das ideias.

Inéditos de Salinger


O mais misterioso dos escritores contemporâneos, J. D. Salinger (1919-2010 - foto), que se recusou a aparecer em público por décadas e deixou de publicar no auge do sucesso, depois de lançar apenas quatro livros, parece querer dirigir até os lances de sua posteridade. O autor de O apanhador no campo de centeio teria deixado instruções em testamento para publicação de cinco livros inéditos. A informação foi divulgada por Shane Salerno, autor de um documentário sobre Salinger, que será lançado em 6 de setembro. Salerno, com a colaboração de David Shields, é responsável pela extensa biografia do escritor The private war of J. D. Salinger, a ser lançada nos próximos dias nos EUA.

Sempre Bandeira


O mais amado dos poetas, Manuel Bandeira (1886-1968) ganha de uma vez três livros pela Global. Com prefácio de Braulio Tavares, está sendo reeditado Libertinagem, com clássicos da poesia modernista, como “Vou-me embora pra Pasárgada”, “Evocação do Recife” e “Mangue”. Os outros volumes são antologias: Berimbau e outros poemas, com ilustrações de Graça Lima, destinado às crianças; e Para querer bem, organizado por Bartolomeu Campos de Queirós.

Luz interior

Uma escuridão bonita é o nome da novela destinada aos jovens que o escritor angolano Ondjaki está lançando no Brasil (Pallas Editora). Com ilustrações do artista português António Jorge Gonçalves, o livro narra o encontro de um casal de jovens, numa noite sem energia elétrica. Em meio à escuridão e ao medo, eles descobrem emoções muito valiosas.

Tão perto

Dentro da série Otra língua, da Editora Rocco, dedicada a autores latino-americanos e coordenada por Joca Reiners Terron, chegam dois novos títulos às livrarias, ambos de autores argentinos: Como me tornei freira, de César Aira; e Águas-fortes cariocas, de Roberto Artl. O livro de Aira tem prefácio de Sérgio Sant’Anna, que destaca no autor a capacidade “de juntar num mesmo livro doses da mais fina cultura com fofocas de gosto folhetinesco, sempre temperadas com doses de candura e cinismo”.

Arte e política

A revista Dicta&Contradicta, dedicada às humanidades, chega ao 10º volume e tem entre os destaques da edição entrevista com Clodovis Boff e ensaio de Antonio Cicero sobre a distinção entre civilização e barbárie. Fernando Schuler discute as razões do sucesso do esloveno Slavoj Zizek no meio acadêmico brasileiro e o jornalista e escritor Mario Sabino assina duas peças sobre a solidão e a morte.

Lançamento

Carlos Brito Mello lança hoje em Belo Horizonte, às 11h, o romance A cidade, o inquisidor e os ordinários (Cia das Letras). Na Livraria Scriptum, Rua Fernandes Tourinho, 99, Savassi.

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