Orelha

por 08/06/2013 00:13
Ana Ruth/Divulgação
Ana Ruth/Divulgação (foto: Ana Ruth/Divulgação)


Estética do frio
O escritor e compositor Vitor Ramil está lançando songbook com partitura de 60 canções e álbum duplo foi no mês que vem, com 32 músicas. O songbook tem 310 páginas, biografia do compositor, análises técnicas e críticas, fotos, manuscritos e discografia. O trabalho foi realizado por Vagner Cunha e Fabricio Gambogi (partituras) e Luís Augusto Fischer, Juarez Fonseca e Celso Loureiro Chaves (textos). A editora é Belas-Letras. Já o disco vem com 17 participações de músicos e intérpretes de Brasil, Argentina e Uruguai, entre eles, Jorge Drexler, Milton Nascimento, Fito Paez, Pedro Aznar, Ney Matogrosso, Kleiton e Kledir, Marcos Suzano, Santiago Vazquez e Carlos Moscardini (seu parceiro no disco anterior, Délibáb). Mais conhecido como músico, Vitor Ramil é autor de obra literária sofisticada, com ensaios e romances, entre eles Satolep, publicado pela Cosac Naify.


Machado maduro
Uma nova abordagem para a chamada “crise dos 40” vivida por Machado de Assis é o que oferece João Cezar de Castro Rocha em seu livro Machado de Assis: por uma poética da emulação, no volume da Coleção Contemporânea, da Editora Civilização Brasileira. Entre 1878 e 1880, o romancista passou por conflitos existenciais e artísticos que culminaram com a escrita de Memórias póstumas de Brás Cubas, que inaugura a fase madura do escritor. João Cezar revela como a rivalidade de Machado de Assis com Eça de Queirós ocupa um lugar central neste conturbado período de sua vida e a relação desta turbulência com o resgate anacrônico da técnica clássica da emulação.




Pequeno notável
O novo título da série Filosofias: o prazer de pensar é O ser humano é um ser social, de Marilena Chauí (foto), que coordena a coleção ao lado de Juvenal Savian Filho. Mesmo num livro introdutório, a autora leva ao leitor reflexão filosófica de alto nível, como já havia feito no já clássico Ideologia, que integrou a série Primeiros Passos. No novo livro, destaque para a discussão sobre a democracia, definida pela pensadora como característica de uma sociedade fundada no conflito e que institui direitos.

Amor às palavras
O húngaro Paulo Rónai chegou ao Brasil em 1941, fugindo do nazismo, e ficou no país até morrer, em 1992. Em mais de 50 anos, ajudou o Brasil a civilizar-se e tomar conhecimento de autores que, sem ele, demorariam muito mais tempo para serem lidos. Tradutor de vários idiomas, foi responsável pela edição completa da Comédia humana, de Balzac, entre outros projetos. Rónai foi também crítico literário e ensaísta. Pela Casa da Palavra está sendo relançado o precioso Como aprendi português e outras aventuras, que narra as peripécias do intelectual no mar da literatura e da tradução.

Wilde sem censura
O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, ganha edição sofisticada e “não censurada” pelo selo Biblioteca Azul. Com nova tradução de Jorio Dauster, sem cortes, traz o texto estabelecido por Nichols Frankel, que restaura o romance como foi concebido pelo autor, com passagens sobre o homossexualismo que foram retiradas de edições da época. O volume traz estudo introdutório e centenas de notas elucidativas elaboradas por Frankel, que relaciona o romance com a biografia de Oscar Wilde.

Oficina literária
Um homem comum, com uma profissão meio sem graça, passa os dias em meio a ocupações banais. Este enredo aparentemente sem graça foi oferecido a candidatos a escritores, que se reuniram numa oficina literária comandada por Noemi Jaffe. Desafiados a escrever um conto longo sobre um corretor de seguros, 14 alunos responderam com trabalhos que a professora da USP julgou dignos de publicação. O resultado é o livro 336 horas, da Leya/Casa da Palavra, que acaba de chegar às livrarias. Com diferentes estilos narrativos, há espaço para tudo, do erotismo ao suspense.

Erotismo e excesso
A Autêntica está lançando o segundo livro da série Filô Bataille, O erotismo em edição e projeto gráfico caprichados, com capa dura e duas sobrecapas distintas, com imagens de obras de arte dos artistas plásticos Hans Breder e André Masson, além de diversas ilustrações no miolo. A primeira obra da série foi A parte maldita, precedida de “A noção de dispêndio” em que Bataille apresenta ao leitor um ensaio sobre o comportamento social do homem e sua vocação para o excesso. As próximas obras de Georges Bataille a serem publicadas pela série são: A experiência interior, Teoria da religião e Sobre Nietzsche.

Vida militar
A vida do coronel Antônio da Costa Dias Filho, comandante do 3º Batalhão da Polícia Militar em Diamantina de 1959 a 1961, acaba de ser contada no livro Um exemplo de oficial, organizado por sua filha, a historiadora Maria de Lourdes Reis. Lançado pela 3i Editora, a sessão de autógrafos será terça-feira, a partir das 20h, no Salão Rubi do Clube dos Oficiais da PM, Rua Diabase 200, Prado. Maria de Lourdes é autora de Poder e imprensa na Guerra do Paraguai e Imprensa em tempo de guerra: O jornal ‘O Jequitinhonha’ na Guerra do Paraguai, já na quinta edição.

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