Três livros que chegam às livrarias brasileiras trazem depoimentos de sobreviventes do Holocausto. Em O diário de Helga, de Helga Weiss (Editora Intrínseca), a artista plástica tcheca, hoje com 83 anos, apresenta um retrato da brutalidade pelo olhar ingênuo e sensibilidade aflorada de uma menina. O diário narra a segregação dos judeus em Praga e a dura e desumana rotina de privações do campo de Terezín, para onde foram enviadas cerca de 15 mil crianças. Helga Weiss, seguindo o conselho do pai, registrou toda a experiência em desenhos, que são reproduzidos no livro. Outro título é A espécie humana, de Roberto Antelme (Editora Record). Publicado em 1947, se tornou um dos relatos clássicos da vida em campos de concentração. Antelme, que foi casado com a romancista Marguerite Duras, era jornalista e tinha 26 anos quando foi preso. Ele militava na Resistência Francesa sob a liderança de Mitterand. O terceiro livro é Um século de sabedoria, de Caroline Stoessinger (Editora Seoman), que narra a história da pianista Alice Herz-Sommer, a mais antiga sobrevivente dos campos de concentração, hoje com 108 anos.
É melhor crescer
O primeiro volume de Peter Pan, em versão para adultos, chega ao Brasil pela Editora Nemo, em releitura do francês Régis Leisel. O primeiro dos três volumes da série é dividido em dois capítulos: “Londres” e “Opikanoba”. O primeiro mostra Peter no inverno londrino de 1887, contando histórias para seus amigos órfãos, em que narra contos de fadas e descreve como é ter uma mãe carinhosa. Mas, na realidade, sua mãe é uma alcoólatra e não está nem um pouco preocupada com o bem-estar do filho, que passa por situações humilhantes para sustentar o vício dela. Já no segundo capítulo, ele vai vivenciar inusitadas aventuras na companhia de novos amigos e os perigos não vão diminuir, quer seja nos ataques de piratas, quer seja na ameaça dos medos e traumas pessoais ao enfrentar o temido Opikanoba.
Oficina na Flip
Estão abertas as inscrições para a oficina literária promovida pela 11ª Flip – Festa Literária Internacional de Paraty. A oficina tem como tema o ensaio, gênero fronteiriço entre o jornalismo e a literatura. Realizado em parceria com a revista Serrote, do Instituto Moreira Salles, o curso de três dias em Paraty será coordenado por Paulo Roberto Pires. As aulas terão ainda a participação do jornalista e escritor brasileiro Francisco Bosco e do ensaísta e escritor britânico Geoff Dyer. O curso acontece entre 4 e 6 de julho, pela manhã, e tem 15 vagas disponíveis. Os interessados em participar do processo de seleção devem enviar currículo e um texto ensaístico de autoria individual, publicado ou inédito (limite de 30 mil caracteres, contando os espaços), para o e-mail oficinaliteraria@flip.org.br.
História de Minas
A Fundação João Pinheiro está lançando a reedição do livro Noções geográficas e administrativas da província de Minas Gerais, organizada por Friedrich Renger, que integra a Coleção Mineiriana. Datada de 1863, a primeira edição da obra foi publicada por Henrique Gerber, engenheiro alemão a serviço do governo provincial. O documento foi um marco da fixação da representação cartográfica do estado, sendo a segunda carta geográfica de Minas Gerais publicada na forma impressa e a primeira gravada em língua portuguesa. Informações: (31) 3448-9430.
Sempre à esquerda
A vigésima edição da revista semestral Margem Esquerda traz entrevista exclusiva com um dos mais importantes intelectuais cubanos da atualidade, Fernando Martínez Heredia, diretor da revista Pensamento Crítico nos anos 1960. O homenageado da edição é Oscar Niemeyer (1907-2012), que comparece com seu “Poema da curva” e desenhos, na capa e miolo da revista, além de ser tema de um texto do arquiteto Luis Recamán. A revista tem ainda artigos de David Harvey, Antonio Carlos Mazzeo e Celso Frederico, e seção com correspondências inéditas de Caio Prado Júnior ao comitê do Partido Comunista Brasileiro e à embaixada da União Soviética, selecionadas e comentadas pelo historiador Luiz Bernardo Pericás.
História de casal
A historiadora Mary del Priore lança, terça-feira, às 20h, no Teatro Oi Futuro Klauss Vianna, Av. Afonso Pena, 4.001, Mangabeiras, o livro Castelo de papel, uma biografia cruzada da princesa Isabel e de seu marido, o conde D’Eu. Mary mais uma vez realiza a proeza de contar uma grande história, com todo o rigor da pesquisa acadêmica, sem deixar de lado a emoção e o suspense, como fez em outro livro sobre um triângulo real que deu o que falar: Pedro I, marquesa de Santos e Leopoldina, personagens de A carne e o sangue.
Escrituras em liberdade
Será aberta para o público quarta-feira, nas galerias Genesco Murta e Arlinda Corrêa Guerra do Palácio das Artes, a exposição Escrituras em liberdade – Poesia experimental espanhola e hispano-americana do século 20.
Nova livraria
O Palácio das Artes inaugurou esta semana seu novo espaço cultural, a Livraria do Palácio (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro). Com foco em publicações de arte, a livraria comercializará também raras edições de grandes sucessos da literatura, além de reservar um lugar especial para livros mineiros.