Clássicos (ou candidatos a clássicos) em O que é arte contemporânea? é a turma que nasceu de 1930 para a frente. Vários deles autores pouco conhecidos fora dos círculos especializados e com obras que merecem consideração. Como Robert Ryman, Robert Morris, Richard Long, Bruce Naumann, Chris Burden, entre outros.
O texto não responde à pergunta que dá título ao volume. Prefere apresentar obras que provocam o leitor a responder à questão. É volume simpático e que traz, ao final, biografia dos artistas, glossário e demais informações didáticas. As obras são todas do Museu de Arte Moderna de Nova York, que também criou o catálogo.
Podem-se fazer algumas ressalvas ao volume. A mais importante delas é a ausência, no texto, de alguma observação que, claramente, afirme a importância de ver as obras ao vivo. Não basta explicar que são grandes, pesadas ou como foram feitas. Depois, observação breve, mas sempre esclarecedora, e intrigante, vinda de Lionello Venturi: que a única “certeza” sobre a arte é que muda ao longo do tempo. Consideração essencial para que não se troque uma visão reduzida por outras igualmente limitadas.
O contexto posto pelo livro ainda é maciçamente formado por europeus e norte-americanos – há uma obra da brasileira Anna Maria Maiolino. E o que é valorização de um acervo esconde fenômeno importante: intensa atividade artística, em escala global, que interpela história que ainda é muito centrada exatamente em contexto europeu e norte-americano e, nestes ambientes, reduzida a alguns países, regiões e cidades tidas como cosmopolitas.
O que é arte contemporânea?
• De Jacky Klein e Sezy Klein
• Editora Claroenigma
• 64 páginas, R$ 39,50