Apple anuncia sistema para analisar fotos do iCloud nos Estados Unidos

Empresa usará tecnologia criptografadas para análise de imagens

26/08/2021 13:42
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(foto: Divulgação)
 
Mais uma vez, a discussão envolvendo a privacidade de dados dos usuários da nuvem e a ferramenta para escanear fotos do iCloud e dos Iphones, com o objetivo de combater o abuso infantil, deu o que falar. A Apple confirmou que escaneia e-mails da plataforma para identificar materiais relacionados ao abuso infantil (CSAM, na sigle em inglês), já faz alguns anos. Apesar disso, essa prática não era aos backups e fotos do serviço na nuvem. A informação foi revelada por site de notícias, nesta segunda-feira, 23.
 

Apple confirma verificação de anexos

 
Ao portal 9to5mack, a Apple confirmou que realiza a verificação dos anexos de mensagens tanto enviadas, quanto recebidas no iCloud desde 2019. A empresa justificou que essa prática ocorre em seu serviço de e-mail para encontrar resquícios de CSAM, da mesma forma que foi anunciado para a plataforma de fotos. 

Outra fala que alarmou ainda mais os usuários, foi a declaração de que este não é o único meio e que a empresa faz uma “varredura limitada”de outros dados, porém em uma “escala minúscula”, sem dar mais informações sobre o caso. 

De acordo com um documento arquivado da Apple, intitulado Nosso Compromisso com a Segurança Infantil: “A Apple usa a tecnologia de correspondência de imagens para ajudar a encontrar e denunciar a exploração infantil. Assim como os filtros de spam em e-mails, nossos sistemas usam assinaturas eletrônicas para localizar suspeitas de exploração infantil. Nós validamos cada combinação com revisão individual”. 
 

Apple vai analisar as fotos na nuvem nos EUA

 
Essa solução encontrada pela empresa veio à tona no começo de agosto, quando a companhia anunciou uma ferramenta capaz de escanear as fotos do iCloud para o monitoramento da pornografia infantil, com a finalidade de combater o abuso de menores. Isso aconteceria através dos algoritmos que foram treinados para identificar certos tipos de conteúdos guardados na plataforma. 

A iniciativa comunicada pela empresa gerou discussões e desconfortos desde o início. A Apple garante que o recurso utilizado é seguro e preserva a privacidade de seus usuários. Como forma de embasar ainda mais sua fala, a empresa disse que este sistema trata apenas de conteúdos relacionados ao banco de dados disponibilizado pelo Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas dos Estados Unidos. 

Infelizmente, os argumentos dados pela companhia não foram suficientes para passar confiança e tranquilidade a todos os seus usuários. Afinal, a grande questão é que todos os conteúdos que estão armazenados no iCloud Photos serão passados por este sistema. 
 

Vice-presidente da Apple lamenta a falta de clareza

 
Craig Federighi, vice-presidente sênior de engenharia de software da empresa, se pronunciou sobre o ocorrido dias depois, devido ao burburinho ocasionado pelo comunicado. “Está bem claro que muitas mensagens ficaram confusas, e o funcionamento do sistema ficou mal entendido”, declarou o executivo. 

Federighi afirmou que a ferramenta é totalmente auditável e enfatizou que a privacidade dos usuários não será prejudicada e que o sistema só acionará alertas caso identifique mais de 30 fotos suspeitas. Durante seu comunicado, a Apple disse que seu recurso de análise de fotos da nuvem será implementado somente nos EUA, mas que a companhia pretende estender a mais países futuramente. 
 

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