O endividamento no Brasil alcança quase 70% da população. A variação da renda e do auxílio emergencial, junto com a inflação alterou bastante o orçamento das famílias, principalmente aquelas de menor poder aquisitivo.
A pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) sobre o endividamento e a inadimplência dos consumidores mostra que até junho deste ano, 69,7% das famílias brasileiras possuem dívidas. Um aumento de 2,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
Também houve um aumento na quantidade de famílias inadimplentes, que chegou a 10,8%. No entanto, é um valor 0,8% menor à quantidade de famílias inadimplentes em junho de 2020, em pleno auge da pandemia.
A principal dívida dos brasileiros é com o Cartão de Crédito. 81,8% dos entrevistados assumiram ter contas deste tipo.
Mas também são frequentes os endividamentos com empréstimos pessoais, financiamento de veículos e compras com carnê em diferentes lojas.
Mas também são frequentes os endividamentos com empréstimos pessoais, financiamento de veículos e compras com carnê em diferentes lojas.
De acordo com o Banco Central (BC), o registro de empréstimos realizados por pessoas físicas no período de um ano, passou de 16,5% em maio para 17,5% em junho, superando o volume de operações realizadas por pessoas jurídicas, que caiu de 15,6% para 14,8% nesses meses.
Além da necessidade própria das famílias, outros fatores externos influenciam no aumento da busca por empréstimo, por exemplo, as facilidades para o acesso ao crédito, que estimulam tranquilidade e segurança para contratar.
Com a sanção da Lei 14.179 em 30 de junho deste ano, a possibilidade de contratar um empréstimo é maior. Por meio desta lei se prevê que as instituições que formam parte de sistema financeiro dispensem a solicitação de alguns documentos e comprovantes que servem para aprovar o crédito (quitação de tributos federais, certidão negativa, certidão de quitação eleitoral, regularidade com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço -FGTS-).
Esta lei, que simplifica o acesso ao crédito, estará em vigor até 31 de dezembro de 2021, com o objetivo de minimizar os impactos causados pela pandemia. Outras medidas, como o incentivo ao Crédito Direto ao Consumidor (CDC), permitem que as pessoas tenham maior poder de compra e possam movimentar a economia.
De acordo com o BC, o crédito livre aprovado nos últimos 12 meses soma R$ 1,3 trilhão. As operações foram feitas no cartão (à vista e rotativo), na modalidade consignada, créditos para compra de veículos e também empréstimos pessoais.
Como a modalidade é livre, não é possível saber qual foi o destino desse dinheiro.
Como a modalidade é livre, não é possível saber qual foi o destino desse dinheiro.
No entanto, a maior parte das pessoas que procuraram empréstimos no ano passado, procurava capital para quitar dívidas pendentes. De acordo com uma importante fintech de crédito, 53% das solicitações de empréstimo tinham esse objetivo.
Números que indicam que a maioria dos brasileiros continuam pagando suas contas e procurando honrar suas dívidas. Mas ao mesmo tempo, dá conta das dificuldades que a situação atual impõe ou que a renda da maioria não está sendo suficiente.
Quando convém fazer empréstimos para quitar dívidas?
Até pode parecer estranho fazer uma nova dívida para quitar uma antiga, mas é uma operação bastante comum e em muitos casos é a melhor solução para sair do negativo.
Convém realizá-la somente quando o Custo Efetivo Total (CET) do novo empréstimo seja menor aos juros e encargos da dívida.
Convém realizá-la somente quando o Custo Efetivo Total (CET) do novo empréstimo seja menor aos juros e encargos da dívida.
No entanto, é preciso analisar muito bem cada situação e a capacidade de pagamento antes de assinar um contrato. Também é importante procurar empréstimos confiáveis para autônomos ou para quem trabalha com carteira assinada, visto que existem créditos específicos de acordo com a fonte de renda do cliente. Quem trabalha com carteira assinada pode fazer empréstimos consignados, que em muitos casos têm custos menores.
O principal motivo para quitar dívidas com um empréstimo é limpar o nome.
Com o nome negativado, qualquer operação de compra ou investimento fica mais difícil, sem contar que em muitos casos é negado o dinheiro solicitado.
Com o nome negativado, qualquer operação de compra ou investimento fica mais difícil, sem contar que em muitos casos é negado o dinheiro solicitado.
Por exemplo, o cartão de crédito é uma ferramenta muito útil, mas para quem usa é muito importante pagar em tempo e forma para evitar cair no rotativo. Dependendo do cartão é possível ter que pagar 21,85% de juros ao mês no rotativo, o que equivale a 971,28% ao ano, de acordo com dados do BC. Comparando com outras modalidades, este crédito é o que possui as maiores taxas do mercado.
Para quem está com dívidas do rotativo, sem dúvidas a melhor alternativa é a contratação de um empréstimo.
Porque, de acordo com as taxas praticadas pelas instituições financeiras e divulgadas pelo Banco Central, as taxas de um consignado privado podem estar entre 1,15% e 4,18% ao mês (14,75% e 63,47% ao ano). Quem não pode fazer um consignado, por não ter vínculo laboral, pode fazer um empréstimo pessoal. As taxas cobradas vão desde 0,80% até 22,74% ao mês, isto é, desde 10,03% até 1.069,07%.
Porque, de acordo com as taxas praticadas pelas instituições financeiras e divulgadas pelo Banco Central, as taxas de um consignado privado podem estar entre 1,15% e 4,18% ao mês (14,75% e 63,47% ao ano). Quem não pode fazer um consignado, por não ter vínculo laboral, pode fazer um empréstimo pessoal. As taxas cobradas vão desde 0,80% até 22,74% ao mês, isto é, desde 10,03% até 1.069,07%.
Claro que, as alternativas que oferecem taxas maiores a do crédito rotativo não são convenientes, estaria trocando somente o nome do crédito sem nenhum benefício para o bolso.
Mas, entre as 72 instituições financeiras consideradas na lista de taxas de juros do BC, somente duas têm taxas maiores às do rotativo.
Mas, entre as 72 instituições financeiras consideradas na lista de taxas de juros do BC, somente duas têm taxas maiores às do rotativo.
Se a dívida é de R$ 5.000 com uma taxa de 21,85% ao mês em 24 parcelas equivale a pagar R$ 1.102,10 por mês, no total se paga R$ 26.450,40, dos quais R$ 21.450,40 são juros. Se existe alguma possibilidade de pagar essa dívida em 24 parcelas, mas com 3% de juros, as parcelas ficam em R$ 295,24, no total o crédito é de R$ 7.085,76, somente R$ 2.085,76 de juros.
Cada situação deve ser analisada de forma particular, para avaliar os prós e contras. Além disso, fazer um empréstimo pode servir também para obter descontos na hora de concretizar compras.
O processo será conveniente se os juros cobrados forem menores ao desconto recebido.
O processo será conveniente se os juros cobrados forem menores ao desconto recebido.