Mulheres comandam a festa no Cold Hot, atração de sábado em BH

Festival em frente ao Brasil 41, em Santa Efigênia, tem shows de Júlia Ribas, Aline Calixto e Dona Jandira, além de cardápio feminista. Yanã Bar vai preparar os petiscos Pagu e Maria, Maria

Augusto Pio 13/03/2020 04:00


Shows, gastronomia e intervenções artísticas – tudo sob a batuta das mulheres. Essa é a proposta da sétima edição do festival Cold Hot, neste sábado (14), em Belo Horizonte. As atrações são as cantoras Júlia Ribas, Aline Calixto e Dona Jandira, a Banda AfirmA, o Cortejo Sagrada Profana e as DJs Naroca e Bruna Castro.

Comes e bebes ficarão a cargo dos bares Classe A, Yaña, Las Chicas Vegan e Cogumelado. A fotógrafa mineira Isadora Giannetti Viotti vai expor imagens que ressaltam o autoconhecimento feminino e a poesia do cotidiano.

A cantora Júlia Ribas está feliz em participar do festival. “Amo a feminilidade, gosto de estar em todo assunto que trata das mulheres. Foi um convite precioso dos organizadores exatamente no Mês da Mulher, com apresentações de várias de nós”, diz.

Júlia vai cantar músicas de seu EP De volta pra casa. “Nesses quase cinco anos de reclusão por causa de maternidade, dei uma catalogada na obra do meu pai. Fui percebendo algo latente: a obra de Marku fala da feminilidade de uma maneira muito gostosa”, conta.

Mineiro de Pirapora, o cantor e compositor Marku Ribas (1947-2013) se destacou pela sonoridade eclética, fazendo dialogar samba-rock, soul, reggae e ritmos afro, entre outros gêneros musicais. Marku sabia usar como poucos o corpo como instrumento de percussão.

Primogênita de Marku, Júlia receberá uma convidada especial: sua irmã, Lira Ribas. “Ela vai fazer uma intervenção comigo, ao lado da cantora Josi Lopes. Nossa tripla parceria nasceu no Festival de Tiradentes”, revela.

O repertório terá canções autorais e composições de João Luiz Nogueira, Ivan Santos, Kadu Vianna, Makely Ka, Marku e Arnaldo Antunes. “Todas estão no meu EP. Vou encerrar com a clássica Zamba ben, composta por meu pai”, diz Júlia.


Quintal

Paulo Marques/divulgação
Comandado por mulheres, festival Cold Hot promete um sábado feminista em BH. A cantora JÚLIA RIBAS está entre as atrações (foto: Paulo Marques/divulgação)


De volta para casa representa uma “repaginada”, de acordo com a cantora. O projeto celebra os 25 anos de carreira dela. “E veio coincidir com meus 40 anos”, afirma. “Os músicos Felipe Fantoni, Arthur Resende e Pedro Melo me propuseram fazer um EP. Ele surgiu no quintal onde cresci, onde meu pai gostava de dar as suas entrevistas.”

O repertório foi garimpado no acervo pessoal de Marku. “Tem músicas inéditas, como Namoroso, que ele fez para a minha irmã Lira e ainda não havia sido registrada. Já Favela blues é uma regravação que contou com a participação do Toninho Horta”, conta Júlia.

Outra inédita é Niger blues, de Marku, que contou com a participação do trombonista Leonardo Brasilino e do pianista cubano Nestor Lombida.


Samba



Alagoana radicada em BH, Dona Jandira promete show com sambas de Noel Rosa, Paulinho da Viola, Tom Jobim e Chico Buarque. Ela é convidada da banda AfirmA. “Estou muito feliz em participar desta homenagem às mulheres”, diz a cantora.

Cheia de projetos, Dona Jandira vai lançar um álbum este ano. “Nos inscrevemos na lei de incentivo e estamos esperando os trâmites para começarmos a gravar. Enquanto isso, continuo com os shows. Não podemos desistir de trabalhar”, diz ela, que tem 81 anos.

A cantora Aline Calixto – que ao lado de seu bloco acaba de arrastar verdadeira multidão no carnaval de BH – vai apresentar show em homenagem a Clara Nunes (1942-1983). Outra atração do Cold Hot será a Fanfarra Feminina Sagrada Profana, formada por 50 percussionistas, instrumentistas de sopro e performers. O repertório terá releituras de canções de Elza Soares, Chiquinha Gonzaga e Rita Lee.


Cardápio tem Pagu e Maria, Maria

Cecília Ganzarolli/divulgação
Sagrada Profana comanda o cortejo marcado para as 16h30 (foto: Cecília Ganzarolli/divulgação )


A gastronomia feminista ganhará destaque no Cold Hot. O Yanã Bar, inaugurado há cerca de oito meses, levará seus quitutes para lá. A proprietária Carol Pacheco diz que o objetivo do espaço é destacar o trabalho feminino. “É uma casa onde só trabalham mulheres. Valorizamos o misticismo da mulher, trabalhamos muito com ervas em nosso cardápio”, conta ela.

As iguarias mais pedidas do Yanã, segundo Carol, são o Pagu, croquete de costelinha marinada com cachaça e alecrim (R$ 15, cinco unidades); Maria, Maria, bolinho de grão-de-bico recheado com couve (R$ 15, cinco unidades); Palpite, bolinho de quatro queijos (R$ 15, cinco unidades); e Malemolência, porção de pastel de angu (R$ 25, dez unidades).

“É a primeira vez que participamos do Cold Hot, estamos muito animadas. Nossa experiência vem dando certo, com repercussão muito legal”, diz Carol. “Mariana Azevedo, a nossa chefe de cozinha, está amando participar do festival. Ela garante que o público vai adorar os nossos pratos.”

Quem for ao Cold Hot encontrará várias opções de petiscos, pratos e sanduíches. O Classe A, por exemplo, servirá porções de camarão e de tilápia com batata chips (R$ 30 cada). O Cogumelado promete acarajé com vatapá de cogumelos (R$ 15) e batata ao murro com pesto de cogumelos defumados (R$ 18).

O Las Chicas Vegan levará para lá seu hambúrguer especial, com pão australiano, burger defumado de soja, maionese de ervas, cheddar vegano e cebola caramelizada (R$ 25), além do espaguete sem glúten de cogumelos com molho de tomates frescos (R$ 15). Há também opções de salgados, como a coxinha de cogumelos e o enrolado de salsicha vegetal (R$ 8).

ATRAÇÕES
12h – DJ Naroca
14h30 – Júlia Ribas
16h – DJ Bruna Castro
16h30 – Cortejo Sagrada Profana
18h – Banda AfirmA convida Josi Lopes, Jhê, Bia Nogueira e Dona Jandira
19h30 – DJ Bruna Castro
20h – Aline Calixto
21h30 – DJ Bruna Castro

7º COLD HOT – ESPECIAL MULHERES
Sábado (14), a partir das 12h. Avenida Brasil, 41, Santa Efigênia. Entrada franca. Ingressos devem devem ser retirados no site da plataforma Go Free. Informações: (31) 3241-4341

MAIS SOBRE MUSICA