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Festival Palco Hip-Hop vai ocupar todos os espaços do Sesc Palladium

A DJ Kingdom se apresenta no sábado - Foto: Danilo Silva/divulgação
Inclusão. Essa é a proposta do Palco Hip-Hop, evento que vai reunir talentos do rap, dançarinos, DJs e grafiteiros em todos os espaços do Sesc Palladium, na capital mineira. “O festival é o único do gênero no Brasil acessível em libras. Este ano, teremos programação em braille, na porta do teatro, e em áudio para atender pessoas com deficiência visual”, afirma o produtor cultural Victor Magalhães, idealizador do evento.



Além do Sesc Palladium, a agenda se estende à Cafuá – Casa Fusion de Arte e à sede do coletivo Cultura do Guetto. O tema desta sexta edição é “Danças urbanas”.

Entre os destaques da agenda estão as apresentações do rapper Neghaum e da MC Laura Sette, representante da nova geração do hip-hop de BH, além dos grupos de dança Cultura do Guetto, Soul Gueto, Fusion Base, Identidade e do b.boy Led Marques.

Os toca-discos ficarão por conta dos DJs Pat Manoese, Kingdom, Roger Dee, MF e André Rockmaster. O evento integra a programação do Verão Arte Contemporânea (VAC). De acordo com Victor Magalhães, 85% dos artistas são de Minas Gerais – celeiro de jovens talentos do rap nacional. Djonga, Hot e Oreia, Fabrício FBC, Clara Lima, Sidoka, Chris e Coyote, entre outros artistas de BH, têm chamado a atenção do Brasil.



O veterano Monge será o mestre de cerimônias da festa - Foto: Viva Fotografias/divulgação

BATALHAS

“Entre as novidades deste ano estão as batalhas de dança em duplas e o espaço Hip-Hop Família, com jogos interativos, fliperama e workshops, além do librário, que tem o objetivo de ensinar libras por meio de jogos”, conta Victor Magalhães.

Criado em 2011, o festival inicialmente priorizava o rap e a música, mas desde 2015 as danças urbanas ganharam destaque, inclusive com ações voltadas para formação de b-boys e b-girls e workshops. “A gente abrange todos os elementos da cultura hip-hop”, enfatiza Magalhães, referindo-se ao rap, ao grafite, à dança e à arte dos DJs com suas picapes.

Nascida nos guetos e periferias dos EUA nos anos 1970, a cultura hip-hop se espalhou pelo mundo. Atualmente, o rap ultrapassou o rock na preferência dos americanos.

“A nossa ideia é oferecer espaço para que a galera que faz hip-hop no estado possa se apresentar com dignidade, com uma estrutura adequada”, diz Victor.



FOMENTO

Integrante do coletivo Família de Rua – promotor do Duelo Nacional de MCs, concurso de rappers que virou referência do hip- hop brasileiro –, Pedro Valentim é um dos curadores do festival. De acordo com ele, é fundamental o fomento da produção local.

“O festival não se propõe a criar um evento no qual grandes nomes se apresentam. Vez ou outra, pode ter um artista com projeção maior, mas não é esse o foco. Queremos manter a cena viva, pensando em quem está chegando agora, além de valorizar artistas com trajetórias de muitos anos, mas que, às vezes, não têm o reconhecimento que merecem”, diz Pedro.

O integrante do Família de Rua explica que o festival se propõe a entender o contexto do momento, extrapolando o mainstream e apostando no diálogo de gerações. “É o lugar de um exercício mesmo, do trabalho de formiga. Precisamos criar esse ambiente para quem está chegando agora ter espaço para apresentar o seu trabalho, para que as pessoas possam discutir as ações temáticas da cultura hip- hop no Brasil e no mundo”, observa.



Domingo, o rapper Neghaum faz show no Sesc Palladium - Foto: Diogo Andrade/divulgação

Questão de gênero em foco

O experiente Monge, nome de destaque do rap de BH, é o mestre de cerimônias oficial do Palco Hip-Hop. “Nos últimos anos, tenho dividido a apresentação do evento com o Jonathan Horta e sua personagem, a Paola Bracho. O nosso foco é refletir também sobre a questão de gênero”, diz ele.

O MC informa que a diversidade das orientações de gênero é fundamental, norteando a constituição da própria equipe. “Eu e a Paola apresentamos o evento o tempo todo, juntos ou nos revezando”, conta ele.

Além do festival, Monge se dedica ao coletivo Família de Rua, a workshops e ao Griot Urbano, projeto no YouTube com vídeos sobre a cultura hip-hop.

Em 2020, ele vai retomar sua carreira musical. “Tinha dado uma pausa para focar nesses outros projetos, mas volto a produzir e pretendo gravar um disco este ano”, conta Monge.



PALCO HIP-HOP
PROGRAMAÇÃO

» Sexta-feira (31/1)
• Cafuá – Às 20h, workshop de hip-hop com Aline Mathias (Negrona).
Sede do Cultura do Guetto – Às 20h, workshop de b-girling com Fabgirl.

» Sábado (1º/2)
• Cafuá – Às 10h, workshop de house com Nenê. Às 14h, workshop O popping nas danças urbanas,com André Rockmaster.
• Sesc Palladium – Às 14h, bate-papo sobre o tema “Políticas públicas para as danças”, com Tuca Pinheiro, Pat Manata e Regina Amaral. Às 16h, batalha griot. Às 17h, cypher com DJ Kingdom. A partir das 14h, no Grande Teatro, apresentações de Laura Sette, Led Marques e Grupo Identidade, e seletiva da batalha de danças urbanas.



» Domingo (2/2)
• Sede Cultura do Guetto – Às 10h, workshop Lagartixa, com Ivo Alcântara. Às 14h, workshop de waackig, com NatiGlitz.
• Sesc Palladium – Às 13h, bate-papo sobre rede de sustentabilidade, com Kdu dos Anjos, Waldir Marques e Lucas Veríssimo. Às 15h, cypher, com DJ André Rockmaster. A partir das 14h, no Grande Teatro, Neghaum (rap), Cultura do Guetto (dança), Soul Guetto (dança) e final da batalha livre de danças.

» ENDEREÇOS
Sesc Palladium – Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro, (31) 3270-8100
Cafuá – Casa Fusion de Arte – Rua Brasília, 417, Carlos Prates, (31) 3245-0473
Sede Cultura do Guetto – Rua Botelhos, 55, Bonfim, (31) 99299-3802

» INGRESSOS
• Entrada franca para atividades no Sesc Palladium. Ingressos serão cobrados apenas para a programação no Grande Teatro – R$ 2 (inteira) e R$ 1 (meia) –, disponíveis no dia do evento, a partir das 12h.
• Entrada franca na Cafuá e na sede do Cultura do Guetto, mediante inscrição prévia duas horas antes dos eventos