Caetano faz 'perpétuo protesto' à tragédia de Brumadinho no Planeta Brasil

Cantor baiano ocupou o Palco Sul no início da noite deste sábado (25); rapper Djonga, que se apresentou antes, promoveu minuto de silêncio pelas vítimas

Pedro Galvão 25/01/2020 19:23

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Caetano Veloso faz show voz e violão no Planeta Brasil (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A.Press)

Em seu show no Palco Sul do Planeta Brasil, no início da noite deste sábado (24), Caetano Veloso se referiu às chuvas que castigam Belo Horizonte e à tragédia de Brumadinho, que completou um ano na data de hoje.

 

O cantor e compositor baiano observou que "ontem e hoje" Belo Horizonte convive com tragédias naturais. E acrescentou: "Houve um desastre em Brumadinho e esse não foi um desastre natural. Que a nossa música sirva de consolo, no primeiro caso, e, no segundo, de perpétuo protesto". Ele emendou a fala com a canção Um índio

 

Assista ao vídeo:

 

 

Caetano subiu ao palco para uma apresentação no formato voz e violão, logo após o show "Ladrão", do rapper mineiro Djonga. A apresentação de Djonga, com horário de início às 16h20, estava em curso às 17h, horário em que foi localizado o primeiro corpo entre as 270 vítimas do rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão.

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Show de Djonga teve minuto de silêncio por Brumadinho (foto: Pedro Galvão/EM/D.A.Press)
 

Djonga promoveu um minuto de silêncio pelas vítimas. Em seguida, ele disse que aquele era o "momento para pensar em quem tem menos condições do que a gente que está aqui" e destacou que, além de Brumadinho, mais gente teve a vida destruída pelas chuvas de ontem.

 

Depois da pausa silenciosa, que não teve adesão da totalidade do público, apesar do bonito momento dos braços levantados com as fitas brancas, o cantor mineiro deu outro recado. "Não vamos deixar de cobrar do poder público. Não vamos deixar de cobrar de quem a gente pôs lá. Mas não podemos esquecer de fazer a nossa parte, porque não dá para esperar nada de político", disse, sob aplausos.

 

Apesar da preocupação com as fortes chuvas que causaram estragos e mortes na Região Metropolitana de Belo Horizonte desde a última quinta-feira (23), o festival começou com tempo aberto na Pampulha. O trágico aniversário foi lembrado logo nos portões de acesso, onde fitas brancas eram distribuídas ao público para uma uma homenagem às vítimas.

O show de Caetano durou exatamente uma hora e incluiu alguns dos sucessos mais conhecidos em sua voz, como Sozinho, O leãozinho, Reconvexo, Sampa e A luz de Tieta, que fez a multidão acompanhar à capela.

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O Planeta Brasil programou 14 horas de show, a partir das 12h de sábado. Além de três palcos na esplanada, uma estrutura foi montada no gramado do Mineirão, dedicada exclusivamente à música eletrônica. (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A.Press)
 

A banda de reggae Natiruts, que se apresentou no mesmo horário em que Caetano, mas em outro palco, também lembrou do assunto. O vocalista Alexandre Carlo convidou o público a erguer as mãos em uma "bênção às vítimas de Brumadinho, mas também aos heróis bombeiros, (que atuaram) em Brumadinho e também os de ontem e de anteontem (no socorro às vítimas das chuvas)".

Usando toda a estrutura do Mineirão (interior do estádio e esplanada), o Planeta Brasil tem 20 atrações nacionais e internacionais, divididas em três palcos principais, além de outros dois, montados no gramado, dedicados à música eletrônica. Foram previstas 14 horas de shows, desde as 12h deste sábado (24).

Além de Caetano, Djonga e Natiruts, Duda Beat, Anavitória e Daparte também foram alguns dos artistas que se apresentaram até o início da noite. Atrações como Black Alien, Matuê, Racionais e Tyga estavam escaladas para os shows de encerramento do festival. Veja algumas imagens:

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