Exposição registra circuito do jazz em BH

Com 59 imagens, mostra fotográfica traz bastidores e shows de músicos consagrados da cena jazzística da capital

Ana Clara Brant 08/01/2020 06:00
Leonardo Ramos/divulgação
Em cartaz no Sesi Museu de Artes e Ofícios, exposição registra cenas em casas de jazz que remontam aos antigos clubes norte-americanos (foto: Leonardo Ramos/divulgação)

O casal Leonardo Ramos e Karla Danitza acompanha há alguns anos o circuito de jazz em Belo Horizonte. No fim de 2018, após assistirem a uma apresentação do Projeto Quarta Jazz, no Restaurante Fonte Nova, no Santa Efigênia, nasceu a ideia de registrar esse movimento. Ao longo de um ano, Leonardo, que é músico e fotógrafo, e a mulher, que é produtora cultural, percorreram várias casas que têm em sua programação esse ritmo musical que surgiu nos Estados Unidos.
 
O resultado é a exposição Composições – Uma história fotográfica do jazz em BH, que entra em cartaz nesta quarta (8), no Sesi Museu de Artes e Ofícios, na Praça da Estação. “É um registro histórico e imagético de pelo menos 10 casas de jazz na cidade que remontam aos antigos clubes norte-americanos. A mostra não deixa de ser uma experimentação de linguagens fotográficas e formas narrativas da história do jazz em BH”, comenta o fotógrafo.
As 59 imagens trazem os bastidores e os shows de músicos consagrados da cena jazzística da capital,  como Chico Amaral, Kiko Mitre, Célio Balona e Toninho Horta, além da nova geração. “Isso também nos chamou a atenção. Não só o fato de a cidade pulsar com relação ao jazz, mas por ter uma moçada na faixa dos 20, 30 anos que está se destacando. E todos sem exceção foram muito receptivos às fotografias”, frisa Leonardo Ramos, que celebra a sua primeira grande exposição realizada em um museu.
 
Apesar de Belo Horizonte ser palco de festivais importantes do gênero, como o I love jazz e o Savassi Festival, ele optaram por “fugir” desses grandes eventos. “A ideia era retratar o jazz que acontece diariamente pelas ruas da cidade, registrar aqueles artistas que estão sempre tocando e mostrar como realmente o belo-horizontino gosta desse estilo”, diz.

NOVO CIRCUITO Na abertura que ocorre nesta manhã, haverá um pocket show justamente do grupo que impulsionou a exposição. O Projeto Quarta Jazz, formado por João Machala (trombone), Breno Mendonça (sax), Gabriel Bruce (bateria), Aloísio Horta (baixo) e Expedito Andrade (guitarra), se apresenta a partir das 11h30. A produtora Karla Danitza vai aproveitar a oportunidade e lançar o Circuito de Jazz, um mapeamento da cidade em busca de estabelecimentos que abrem suas portas para o jazz, e tem como intuito promover um roteiro turístico da cultura jazzística local.
 
“Acabamos identificando pelo menos 30 estabelecimentos nesse sentido e, por isso, decidimos fazer esse lançamento digital. Trata de um perfil no Instagram (@circuitodejazz), que será atualizado constantemente, trazendo a programação dessas casas. A ideia é que seja uma referência de roteiro não só para quem é daqui, como de fora, já que esses espaços recebem muitos artistas estrangeiros também”, frisa.
 
A campanha para lançamento e promoção do Circuito de Jazz é uma parceria com o Savassi Festival. Em 2020, o Fotografe o Jazz, edital que compõe a programação do festival, será lançado na exposição como convite à expansão dos olhares para o jazz que circula na cidade. Ainda como programação da exposição, em 1º de fevereiro, sábado, o Magnólia, bloco de carnaval inspirado nos cortejos de jazz de Nova Orleans, faz ensaio aberto no hall do museu.

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