Diogo Nogueira e Sinfônica Heliópolis fazem show na Praça da Estação

Neste domingo (17), o sambista carioca e a orquestra paulista apresentam repertório que vai de Mozart a Roberto Carlos e Milton Nascimento

Estado de Minas 17/11/2019 04:00
Guto Costa/divulgação
Para o sambista Diogo Nogueira, a parceria com orquestra sinfônica enriquece a música popular (foto: Guto Costa/divulgação)
Democratizar a música, unindo erudito e popular. Esse é um dos propósitos da Orquestra Sinfônica Heliópolis, que chega pela primeira vez a BH trazendo como convidado o cantor carioca Diogo Nogueira. Com entrada franca, a apresentação será neste domingo (17) à tarde, na Praça da Estação.

“No mês passado, fizemos show em São Paulo com a banda Paralamas do Sucesso. De BH vamos para o Rio de Janeiro, no dia 24, acompanhando Frejat. Em dezembro, seguiremos para Recife, onde faremos show com Geraldo Azevedo e Elba Ramalho”, informa o maestro Edilson Ventureli, regente adjunto da Sinfônica Heliópolis, mantida pelo Instituto Baccarelli.

É a segunda vez que a orquestra se junta ao sambista Diogo Nogueira – a outra apresentação, em 2008, contou com a participação de Beth Carvalho. “Diogo interpretará oito de seus maiores sucessos. A abertura ficará por conta do projeto mineiro de percussão Querubloco”, afirma o maestro.

O repertório do sambista reunirá Travessia (Milton Nascimento/Fernando Brant), Clareou (Serginho Meriti/Rodrigo Leite), Pé na areia (Rodrigo Leite/Diogo Leite/Cauique) e Tô fazendo a minha parte (Flavinho Silva/Gilson Benini), além de algumas surpresas.

“Há alguns anos venho fazendo shows pelo Brasil com orquestras sinfônicas. É sempre uma emoção muito grande a oportunidade de poder misturar erudito e popular”, conta Diogo Nogueira. De acordo com ele, eventos com esse formato valorizam a música do país. “O povo brasileiro está acostumado a uma coisa mais pop, à instrumentação mais popular. Quando entra o erudito, acho que tudo fica mais bonito”, acredita.

Ao comentar o repertório deste domingo, o sambista destaca Travessia, clássico do Clube da Esquina. “Faço uma homenagem a Milton Nascimento. Esta música ganhou o mundo na voz dele, cheguei até a gravá-la no DVD Alma brasileira.”

MOZART 

De acordo com o maestro Edilson Ventureli, o projeto, que está sendo apresentado em quatro cidades, democratiza a música. “Primeiro o público ouve só a orquestra, com repertório em torno de 50 minutos. Tocamos a Serenata noturna, de Mozart, e Mourão, de Guerra-Peixe, entre outras peças clássicas. Depois visitamos algumas canções populares, entre elas Proposta, de Roberto Carlos, e Se todos fossem iguais a você, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Posteriormente, convidamos o Diogo a subir ao palco.”

Os arranjos são assinados por Jether Garotti Júnior, que se apresentará ao piano. “As pessoas devem entender que orquestra sinfônica pode tocar qualquer tipo de repertório, qualquer música, sem deixar de mostrar os clássicos. Se pensarmos um pouco, podemos lembrar que a música de Mozart era popular na sua época, tocada em chás e bailes. Era uma outra sociedade, com outros valores”, comenta Ventureli.

“Para nós, do Instituto Bacarelli, música é música. Não tem aquela coisa de isso ou aquilo, é música sem adjetivo. É boa ou ruim – aliás, um conceito relativo, subjetivo. Há canções que achamos ruins e outros adoram”, observa.
OSH/divulgação
Orquestra Sinfônica Heliópolis faz shows no país para divulgar a música erudita (foto: OSH/divulgação)

QUERUBINS

A abertura do show ficará a cargo do Querubloco, ligado à Associação Querubins, que há 25 anos desenvolve oficinas de percussão em BH. O projeto mineiro faz da educação musical uma ferramenta de transformação social.

O bloco de carnaval foi criado para ampliar o alcance do trabalho desenvolvido junto de moradores da Vila Acaba Mundo, área carente da Região Sul de BH. A Associação Querubins atende cerca de 200 crianças e jovens de 5 a 17 anos, além de oferecer cursos profissionalizantes para adultos.

INDEPENDENTE 

Com 11 anos de carreira, Diogo Nogueira é um dos principais nomes do atual cenário do samba. Filho do aclamado sambista João Nogueira (1941-2000), lançou os sucessos Alma boêmia, Clareou e Pé na areia. Diogo ganhou o Prêmio Grammy Latino duas vezes. No mês passado, mandou para as plataformas digitais Meu instinto, com quatro faixas. É o primeiro EP independente dele. O mercado e os artistas mudaram, é preciso buscar novas ferramentas, explica. Em 2020, o carioca planeja gravar DVD com o repertório de Meu instinto.

ORQUESTRA SINFÔNICA HELIÓPOLIS E DIOGO NOGUEIRA
Domingo (17), às 17h. Abertura: Querubloco. Praça da Estação, Centro. Entrada franca.






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