Biquíni Cavadão se apresenta em BH com show inspirado na obra de Herbert Vianna

Banda faz das canções do líder do Paralamas do Sucesso inspiração para Ilustre Guerreiro, em apresentação única no Palácio das Artes

por Augusto Pio 03/05/2019 08:40
Raony Correia/Divulgação
(foto: Raony Correia/Divulgação)

A primeira apresentação do grupo Biquíni Cavadão no Palácio das Artes vai ter muito da banda, mas também muito de um artista ligado a outro grupo. O show Ilustre guerreiro, neste sábado (4), às 21h, é uma homenagem a Herbert Vianna, líder da banda Paralamas do Sucesso. Vai trazer sets específicos para as canções do músico paraibano, além dos grandes sucessos do Biquíni, como Tédio, Zé ninguém e Vento ventania, entre outros.

O repertório elenca oito versões para composições de Vianna. “Para se ter uma ideia, Se eu não te amasse tanto assim (Herbert Vianna, em parceria com Paulo Sérgio Valle), ganhou uma pegada bem rock, enquanto que Só pra te mostrar (Herbert Vianna) se desfez de um balanço pop para ganhar um outro introspectivo e espacial. Ska encontrou uma leitura surf music, e Vital e sua moto (Herbert Vianna) saiu de sua característica levada à la The Police para um balanço reggae bem roots”, conta Bruno Gouveia, vocalista do Biquíni. Ilustre Guerreiro foi produzido e gravado pelo músico e produtor paulista Arnolpho Lima Filho, o Liminha, ex-baixista dos Mutantes.

Completam o lado Vianna as músicas Cuide bem do seu amor, Mensagem de amor, O amor não sabe esperar e Aonde quer que eu vá. “Começamos esta turnê em dezembro e já passamos por Rio e Brasília. Trata-se de uma turnê grande e se refere ao disco Ilustre guerreiro, que gravamos homenageando Vianna, não exatamente o grupo Paralamas do Sucesso, mas somente ele”, enfatiza Gouveia

Ele conta que Vianna tem uma importância muito grande na sua vida e na do Biquíni. “Em 1983, fui para a Inglaterra aprimorar o meu inglês e quando voltei para o Rio de Janeiro fui um certo dia até a casa de um velho amigo paraibano, conterrâneo dele. Chegando lá, ele estava com a namorada e me apresentou o Herbert. Ficamos amigos e, no final de 1984, quando ainda estávamos formando a banda, ele sugeriu o nome Biquíni Cavadão. Acredito que somente isto já configuraria uma homenagem a ele.”

Gouveia revela que Vianna participou também da gravação da música Tédio, na qual tocou guitarra. “Na realidade, ele sempre pontuou na história do Biquíni. Chegamos até a gravar uma música dele, Pra terminar, que, mais tarde, virou sucesso na voz de Ana Carolina. Temos uma grande admiração por ele, uma das razões desta homenagem. Naquela época, Herbert já fazia uma ponte entre o rock e a MPB. Como compositor, não resta nenhuma dúvida de que ele tem um trabalho maravilhoso.”

Ele conta que a ideia de gravar um disco em homenagem a Vianna não é nova. “Pensamos nisto em 2017. Só que colocamos em pauta e fomos avaliando a hora de concretizar o projeto, que aconteceu no momento certo, assim que acabamos de gravar o CD As voltas que o mundo dá, lançado naquele ano. É um disco curto, com oito faixas. A ideia não era fazer um show inteiro com músicas de Herbert e, sim, mesclar com alguns sucessos nossos. Pensamos: ‘disco pronto, vamos seguir em turnê por 2019 com o projeto’. Fica a nossa gratidão a quem sempre fez lindas canções e que com sua garra e luz, fez mais do que jus a seu próprio nome.”

PEGADA PRÓPRIA

O vocalista do Biquíni Cavadão ressalta que o disco, que carrega a pegada do grupo, já está nas plataformas digitais. “Certamente, grandes sucessos ficaram de fora e não nos prendemos a uma cronologia. Antes de gravar o trabalho, chegamos a ficar horas no estúdio buscando entender a responsabilidade deste tributo. Os arranjos originais sempre foram perfeitos. Portanto, buscamos passear por novas searas, encontrar novas ideias para cada canção”, diz.

Gouveia conta que, no início, foi difícil escolher quais as músicas de Vianna entrariam no repertório do CD. “Ele tem muita coisa boa, estava difícil. Também achávamos complicado o que fazer com os arranjos das músicas dele. Eram sucessos estabelecidos e queríamos que eles tivessem a nossa cara. Queríamos dar outras ideias para as músicas, não queríamos fazer cover. Aliás, já fizemos isto com dois discos, trabalhando novos arranjos. A verdade é que isto mexeu com a gente e o importante foi que fomos construindo os arranjos dentro do próprio estúdio”, revela.

“Lembro-me que em determinados momentos de nossa vida, era comum perguntarmos diante de uma encruzilhada: ‘o que fazer?’. O que os Paralamas fariam se estivessem em nosso lugar.? Na verdade, Herbert, Bi e Barone sempre serviram como um norte para nossa bússola”, garante Gouveia.

BIQUINI CAVADÃO
Neste sábado (4), 21h, show em homenagem a Herbert Vianna. Palácio das Artes, Avenida Afonso pena, 1.537, 3236-7400. R$ 65 (plateia I), R$ 60 (plateia II), R$ 55 (plateia superior). Vendas: ingressorapido

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