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Um velho punk contemplativo

Ícone do punk rock nacional, Wander Wildner faz show em BH


Ele pode até não ser alegre o tempo inteiro, como diz em uma de suas mais de 200 canções. Mas criativo Wander Wildner nunca deixou de ser ao longo de mais de 30 anos dedicados ao rock. Como líder dos Replicantes, ícone do punk rock nacional dos anos 1980, foram cinco discos. Em carreira solo, mais 12, sendo o último deste ano. Inspirado por diferentes ritmos e pelas mudanças de cidade, o cantor e compositor gaúcho, que se diz “um viajante desde sempre”, traz seu repertório novamente a BH nesta quarta-feira, em mais uma edição do projeto Minas Pocket, na Sala Juvenal Dias do Palácio das Artes.

Além de clássicos como Bebendo vinho, Eu tenho uma camiseta escrito eu te amo e O mantra das possibilidades, ele também vai incluir alguns de seus novos trabalhos. Em janeiro deste ano lançou o álbum De gritar me cansei rouco e ao pensar no mundo eu me vi louco. Porém, o disco mais recente já é passado na inquieta mente do artista. Quase na mesma época, ele se mudou para o pacato balneário de Campeche, em Santa Catarina, depois de um tempo perambulando pelas metrópoles São Paulo, Berlim, Porto Alegre e Lisboa.
O sossego da atual residência já rendeu quatro singles, gravados em casa, e relacionados com esse momento.

“Quando lancei o disco, acabou aquilo ali. Era uma forma de colocar para fora aquela situação. Agora é um outro momento. Essas novas músicas têm a ver com meu estar atual. Falam sobre amor, pé no chão, mudança do clima, o mar, a imensidão do céu. A penúltima música que lancei foi Éter na mente, que junta física quântica com amor, numa coisa maluca”, argumenta o músico, que também homenageou os Beach Boys em outro desses lançamentos recentes, disponíveis para audição em seu site pessoal.

No Minas Pocket, Wander Wildner terá a companhia de Claudão Pilha, que já foi seu anfitrião algumas vezes n’A Obra, onde o gaúcho já tocou em passagens anteriores por BH. Claudão, como é conhecido Cláudio Rocha, é dos responsáveis pela casa de shows na Savassi e tem seu projeto solo que mescla punk rock e garage, além de manter outros projetos, como a banda Dead Pixels.
Embora seja um formato intimista, quase sempre acústico, como fará Wildner, o mineiro não abrirá mão da guitarra. “Bem antes de eu pensar em mexer com banda, ouvia Surfista calhorda no rádio e pensava ‘que música legal!’. Agora, vou tocar com quem fez essa música. É a vida ensinando para a gente que as coisas que a gente quer estão por aí”, declara.

A admiração é mútua. O gaúcho diz que, “quando fui convidado, pensei imediatamente nele. Além de adorá-lo como pessoa, tem um som muito original e experimental que admiro muito”. A proposta é que Claudão se apresente por 15 minutos antes de dividirem o palco em um número especial. Em seguida, Wildner concluirá sua apresentação solo, com seu diversificado cancioneiro.

Wander Wildner e Claudão Pilha no Minas Pocket
Hoje, às 20h, na Sala Juvenal Dias do Palácio das Artes (Av.
Afonso Pena 1.537, Centro, (31) 3236-7400). Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia), à venda na bilheteria do local e no site www.ingressorapido.com.br. Recomenda-se conferir disponibilidade..