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Amar sem temer

Johnny Hooker interpreta canções do álbum 'Coração' em show no Sesc Palladium

Johnny Hooker já perdeu a conta de quantas pessoas tatuaram no corpo “firme e forte como um touro” e “ninguém vai poder querer nos dizer como amar” – versos de, respectivamente, Touro e Flutua, faixas de Coração (2017), seu segundo álbum. “Minhas canções têm ressignificado tanta coisa na vida de tantas pessoas...”, comenta o cantor e compositor pernambucano, que chega nesta quinta-feira (12) a Belo Horizonte para apresentar o show Coração.

Revelado em 2015 com o impecável Eu vou fazer uma macumba pra te amarrar – Maldito!, Hooker, de 30 anos, é uma voz personalíssima na música brasileira. Cantando as dores e alegrias de si próprio e dos outros, ele faz conexão imediata com os tempos atuais.

Com sonoridade mais diversa que a do primeiro álbum, Coração nasceu de um momento difícil. “Depois da explosão do primeiro disco, estava completamente exausto, física e emocionalmente. Sou um artista independente, então faço todo o planejamento da carreira, roteirizo clipes, desenho figurinos, dirijo show. É bem punk”, revela.

Não bastasse isso, o fim de um relacionamento algo traumático o levou a mudar da vida. Hooker deixou o Rio de Janeiro, onde viveu quatro anos, por São Paulo, onde mora desde 2017. Nesse meio-tempo, teve de gravar um disco.

“Estava bem deprimido no começo de 2017.
Ou me entregava ao trabalho, ou cancelava tudo. Escolhi sobreviver, o que demandou uma energia gigantesca”, diz Hoooker, referindo-se ao álbum lançado pela Natura Musical e a sua participação no Rock in Rio, em setembro. A performance deu o que falar devido ao beijo na boca trocado com Liniker no palco.

Flutua, canção-símbolo de novo trabalho, gravada com Liniker, destaca-se em meio às outras faixas do CD. “No primeiro disco, já tinha escrito muito sobre o fracasso do amor. Foi como um exorcismo através de crônicas afetivas, histórias misturadas com coisas que vi quando morava no Recife. O segundo é mais pessoal. Senti a sensação urgente de escrever sobre a vitória do amor.
Apesar dos dias que vivemos, apesar do ódio e das diferenças, o amor acaba vencendo.”

“E flutua, flutua/ Ninguém vai poder querer nos dizer como amar.” Versos assim, simples e absolutamente em consonância com os tempos atuais, ditam a canção pautada pela música negra americana. “Quando escrevi o refrão, fui automaticamente para a figura da Liniker. Nos shows, ela parece flutuar. A música tem um pouco de blues e fala do amor marginal, territórios onde as duas obras (de Hooker e Liniker) conversam. Então, a chamei para gravar a faixa.”

Flutua é, de acordo com Hooker, o grande momento do show, quando os pares se abraçam, muitos inclusive choram. Acompanhado da banda da turnê anterior – Artur Dantas (teclados e violões), Felipe Rodrigues (guitarras), Thiago Duarte (percussão), Joana Cid (baixo), Eduardo Guerra (bateria), Neris Rodrigues (trombone) e Alan Ameson (trompete) –, Hooker divide o repertório em metade de cada álbum.

“Como são apenas dois discos, não tenho tantas canções assim. Criei versões para as músicas do primeiro disco para dar uma conectada com o segundo. Sou fã da Madonna, gosto de como ela canta os clássicos nas turnês, sempre com uma roupagem renovada.
Volta, por exemplo, ganhou versão mais flamenca. O que faço no show é usar as canções de Coração como fio condutor”, conclui.

 

Assista ao clipe de Flutua, com participação de Liniker:

 

JOHNNY HOOKER
Show nesta quinta-feira (12), às 21h. Sesc Palladium. Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro. Plateia 1: esgotado. Plateia 2: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia-entrada). Plateia 3: R$ 60 e R$ 30. À venda na bilheteria e no site ingressorapido.com.br

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