Fodastic Brenfers lança Green album em BH com canções sobre a maconha

Banda faz show nesta quinta-feira, 22, n'A Obra, e fala sobre a erva com letras extrovertidas e som influenciado pelo stoner, punk rock, metal e grindcore

por Pedro Galvão 22/02/2018 08:20

Maíra Cabral/divulgação
(foto: Maíra Cabral/divulgação)

A Cannabis sativa inspirou, entre outras coisas, músicos de várias partes do mundo. É grande o repertório de canções e o número de álbuns sobre a maconha. No Brasil, o Planet Hemp se notabilizou, nos anos 1990, por se dedicar quase totalmente ao tema, com várias canções exigindo a legalização do produto. Duas décadas depois, os belo-horizontinos do Fodastic Brenfers seguem caminho parecido ao falar sobre a erva, mas com letras extrovertidas e som pesado influenciado pelo stoner, punk rock, metal e grindcore. Formada há cinco anos, a banda lança seu primeiro álbum completo, hoje à noite, com show n’A Obra.

Green album, trocadilho relativo ao disco dos Beatles, tem oito faixas e um tema comum presentes nos trabalhos anteriores do grupo, os EPs Jamaican democracy (2014) e Québec (2015). A diferença é a suavidade a mais nas melodias. “Nossas primeiras gravações tiveram pouco espaço de tempo entre elas, eram bem parecidas. Agora houve mais tempo para pensar as músicas. Estávamos com um certo ranço do stoner. Ficou meio repetitivo, há uma cena saturada do estilo em BH, muita gente fazendo igual. Queríamos dar uma variada e colocamos outras influências. O resultado é um trabalho mais acessível para quem curte ou não um som mais pesado”, explica Thiago Machado, guitarrista e vocalista, citando a inspiração dos riffs vinda do Black Sabbath, na faixa Brisadeiro, e do grunge, em Planeta brenfa. Ouça aqui.

UDR

Conhecido como Porquinho, Thiago está à frente de outra banda de rock pesado alternativo da capital, o Grupo Porco de Grindcore Interpretativo. No entanto, o relações-públicas, com carreira destacada em grandes agências de comunicação da cidade, é mais famoso por seu trabalho no grupo UDR. Formado em BH no começo da década passada, o duo que misturava funk carioca, punk rock e rap ganhou projeção nacional com letras jocosas, despudoradas e sátiras sobre sexo, drogas e religião. Em 2016, a banda encerrou as atividades depois de ser alvo de processos, além de condenada em primeira instância devido a esse repertório.

Projetos bem diferentes, tanto no teor das letras quanto musicalmente, há a semelhança em abordar tabus sociais. No entanto, Thiago Machado não se preocupa com as consequências que o Fodastic Brenfers possa sofrer por causa de suas letras. “Não existe a possibilidade de censurar, a música tem o papel muito importante de quebrar o conservadorismo, por chegar mais fácil às pessoas. Apesar de falar de um tema polêmico, não há nada que possa nos comprometer, nenhum traço de apologia. Há uma crítica à hipocrisia de poder comprar todos os artefatos para fumar maconha em bancas de jornal e a droga ainda ser proibida. Vamos sempre nesse tom de irreverência, de forma mais leve”, argumenta.

FODASTIC BRENFERS
Lançamento do disco Green album. Com banda Aldan. Nesta quinta-feira (22), às 20h. A Obra. Rua Rio Grande do Norte, 1.168, Funcionários. R$ 15. Classificação: 18 anos.

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