Quarteto do Rio e Roberto Menescal se apresentam no Teatro Bradesco

Em um mês, o músico lançou três discos e chega a BH com o terceiro deles neste sábado, (25)

Mariana Peixoto

Roberto Menescal comemora 80 anos com Mr. Bossa Nova no Teatro Bradesco. - Foto: Paulo Rodrigues/Divulgação

O que é bom e ruim de chegar aos 80? Com a palavra, o mais jovial dos octogenários, Roberto Menescal, que atingiu a marca em 25 de outubro. “O lado bom é que só num mês lancei três discos: Bossa Nova meets The Beatles, Roberto Menescal & Abel Silva – O encontro inédito e Mr. Bossa Nova. A Leila Pinheiro ainda está fazendo um disco com música minhas e estou gravando outro com o Bossacucanova”, comenta.

O lado ruim, é ter que celebrar a chegada da idade. “Mandei fazer seis camisas com o escrito ‘Festa, tô fora’ para ver se o pessoal para. Gosto de encontrar as pessoas, mas, pra mim, são seis no máximo”, avisa Menescal.

É com esse bom humor – e uma das seis camisas na mala – que ele desembarca sábado (25) em Belo Horizonte. Vai se reunir ao Quarteto do Rio para o primeiro show do recém-lançado Mr. Bossa Nova, no Teatro Bradesco.

 

O quarteto – Eloi Vicente (violão e voz), Neil Teixeira (baixo e voz), Fábio Luna (bateria, voz e flauta) e Leandro Freixo (piano e voz) – é “novíssimo e velho ao mesmo tempo”, nas palavras de Eloi Vicente.

Como tal, existe desde 2016. Mas Eloi, Neil e Fábio estão juntos há mais tempo – integraram a última formação do grupo vocal Os Cariocas (1942-2016).


Com a morte do maestro Severino Filho, último dos integrantes da formação original, em março de 2016, a filha dele, a atriz Lúcia Veríssimo, impediu que o grupo continuasse utilizando o nome.

Para esse recomeço, eles não pensaram duas vezes em convocar Menescal, diz Eloi Vicente. “A ideia inicial era chamar vários convidados, pois muita gente tinha falado que estava com a gente (quando decidiram montar o Quarteto do Rio). Na época, fizemos um show com o Menescal no Rio. Ele disse que tinha adorado a formação nova, que o Leandro, ao piano, deu uma subida na parte instrumental”, conta Eloi.

 

 

DEU 13! O disco com convidados virou o disco do Quarteto do Rio com Menescal. Mr. Bossa Nova traz velhas e novas canções de um dos nomes mais conhecidos do gênero criado por Tom Jobim e João Gilberto. Ao decidir fazer um álbum inteiro só com o repertório de Menescal, Eloi pediu a ele algumas novidades. “Mandou 13! Imagine, tinha pedido alguma coisa só”, conta.

Das inéditas, três foram gravadas: Ela quer sambar e Você me ganhou (Menescal e Paulo Sérgio Valle) e Um tiquinho só (Menescal e Andréa Amorim). “Não sei fazer outra coisa, vou fazer o quê?”, brinca Menescal a respeito da alta produtividade. “Comigo não tem essa de agora me inspirei. Só preciso de um toque. É impressionante, faço 10, 15 músicas assim”, acrescenta.

Desde o início da carreira, Menescal teve relação próxima com Os Cariocas.

“É um grupo que sempre teve disposição de ouvir coisas novas. Quando estava começando, eles já gravaram coisas minhas. Quando os meninos falaram que iriam continuar, avisei que estava com eles. É um presente o que me deram.”

Além das inéditas, o repertório clássico de Menescal não poderia ficar de fora. O barquinho e Você ficaram juntas, a capela. Nós e o mar nunca foi registrada pelo grupo. Já O rio, gravada por ele, ganhou um arranjo bem diferente.

O show de sábado dá início à temporada do Quarteto do Rio com Menescal. “Quando falamos do disco, ele disse: ‘Vamos gravar amanhã’. É que estava muito a fim, é um garoto”, conclui Eloi. Não há como duvidar.

QUARTETO DO RIO E ROBERTO MENESCAL
Show de lançamento do álbum Mr.
Bossa Nova. Sábado (25), às 21h. Teatro Bradesco. Rua da Bahia, 2.244, Lourdes, (31) 3516-1360. Ingressos: R$ 130 (inteira) e R$ 65 (meia).

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