Racionais manda para as redes rap inspirado em Carlos Marighella

Canção de Mano Brown foi tema de documentário lançado em 2012. Dia 11, o grupo de hip-hop será a atração da festa da Galoucura, em BH

por Ângela Faria 03/11/2017 17:26

Klaus Mitteldorf/Divulgação
O grupo Racionais MCs gravou clipe relembrando ação comandada por Carlos Marighella (foto: Klaus Mitteldorf/Divulgação)
Já está na internet Mil faces de um homem leal, do Racionais MCs. Lançado há cinco anos, o rap é tema do documentário Marighella, dirigido por Isa Grinspum Ferraz. O streaming gratuito está disponível na plataforma ONErpm. O filme conta a trajetória do líder de esquerda Carlos Marighella (1911-1969), considerado o inimigo nº 1 da ditadura militar.

Composto por Mano Brown e produzido por DJ Cia, o rap integra o repertório dos shows, mas não entrou nos discos. No dia 11 de novembro, o Racionais volta à capital mineira – certamente, Mil faces... estará na set list. O grupo vai se apresentar na festa da Galoucura, no Clube Labareda, com ingressos a R$ 50 (1º lote) e R$ 60 (2º lote).

Dirigido por Daniel Grinspum e produzido por Juliana Vicente, Mil faces de um homem leal ganhou o prêmio de clipe do ano no VMB 2012, promovido pela MTV. As cenas remetem à ação comandada por Marighella, em 1969, quando ele tomou uma rádio paulistana para divulgar um manifesto contra a ditadura militar. Brown faz o papel do líder esquerdista.

Wagner Moura vai dirigir um longa de ficção sobre a trajetória do guerrilheiro baiano. Especula-se que o ator teria convidado Mano Brown para o papel principal. Adriana Esteves também está cotada para o elenco. O longa é baseado no livro Marighella – O guerrilheiro que incendiou o mundo, escrito pelo jornalista Mário Magalhães.

Carlos Marighella nasceu em Salvador, em 5 de dezembro de 1911. Mulato de origem humilde, ingressou no Partido Comunista Brasileiro (PCB) aos 18 anos. Morou no Rio de Janeiro e em São Paulo. Foi preso e torturado várias vezes durante a ditadura de Getúlio Vargas. Elegeu-se deputado federal pela Bahia, em 1946, quando o gaúcho foi deposto. Porém, seu mandato foi cassado pelo governo Dutra, que perseguiu os comunistas e pôs o PCB na ilegalidade.

A partir de 1948, Marighella passou a viver na clandestinidade. Na década de 1960, o baiano rompeu com o PCB. Fundou a Aliança Libertadora Nacional (ALN), que defendia a luta armada contra a ditadura militar imposta pelo golpe de 1964.

Em 4 de novembro de 1969, Marighella foi morto numa emboscada, em São Paulo. A operação foi planejada por Sérgio Paranhos Fleury, delegado do Departamento de Ordem Política e Social (Dops).

 

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