Fãs de Paul McCartney contam suas impressões sobre o show do beatle

Pessoas que estiveram numa apresentação do beatle pela primeira ou pela 11ª vez reafirmam a vontade de ir a mais um, dois, três...

Mariana Peixoto

Paul McCartney fez 2h40min de show na terça-feira, 17, em BH, e interagiu com a plateia falando português. - Foto: Ramon Lisboa/EM/D.A.PRESS


Você veria de novo? Claro, quantas vezes ele vier.

A resposta é a mesma quando o assunto é Paul McCartney. Do pediatra Marcus Vinicius Araújo Costa, de 49 anos, que na noite de terça-feira, 17, no Mineirão, chegou ao show de número 11 do ex-beatle, ao designer gráfico Bruno Borges, de 39, neófito em apresentações dele.

“E tocar em BH tem seu encanto. Lembro-me de que, no primeiro show, em 2013, eu já o tinha visto outras vezes. Mas, como era a primeira vez dele na minha cidade, tinha um clima íntimo. Era algo como ‘eu não fui até o Paul, ele veio até mim’”, comentou a advogada Leila Leão, de 35, seis shows no currículo. Hoje residindo em São Paulo, ela veio à sua cidade natal unicamente para vê-lo.

Quatro anos e meio depois da histórica apresentação naquele 4 de maio, no recém-reinaugurado Mineirão, Paul McCartney fez exatamente o que se esperava dele. Foi um show extenso (2h40min), com um repertório de clássicos (a maior parte dedicada aos Beatles, com 70% das canções da banda), muita interação com o público (não falou uai, como em 2013, mas caprichou no “sô”) e uma hora final em que não se podia desgrudar os olhos do palco (a sequência mais emocionante teve Let it be, com celulares acesos por todo o estádio; fogos em Live and let die e milhares de cartazes com “na na na na” acompanhando o refrão de Hey Jude).

E então, passado esse tempo, o que mudou?

“O que achei é uma coisa óbvia: Paul está mais cansado. A voz um pouquinho mais rouca, acho que em consequência da idade (75 anos, e vale dizer que ele não toma água durante o tempo em que está no palco) e da sequência de shows (de sexta a terça foram três apresentações, com um intervalo de um dia entre cada uma delas).
Mas, em relação ao andamento do show, ele não perdeu em nada em simpatia, tampouco em interação com o público”, avalia Marcus Vinicius.

Se em 2013 o pediatra comprou o pacote VIP, que incluiu assistir à passagem de som de Paul, desta vez ele optou por um lugar mais modesto, na cadeira superior. “Quando o show começou, o som estava bem abafado, mas houve uma melhora (no decorrer da apresentação). Agora, ver o show no gargarejo, como foi da vez passada, é outra emoção”, disse.

EFEITO VISUAL A publicitária Daniele Rosa, de 46, também assistiu a Paul McCartney de outra maneira. No primeiro show, ela o viu na pista; no de terça, ela ficou na cadeira inferior, distante do palco. “Todos os shows são parecidos (este foi o terceiro dela), não tem como ser de outra forma. Mas este foi mais bonito. O som, quando se está atrás, é pior, você sente o delay (atraso), e isso me incomodou. Mas o efeito visual é tão grandioso que você até se distrai um pouco com isso. Como tive uma visão geral do palco, eu me senti numa viagem no tempo. Do meu lado tinha gente mais velha, tinha criança... Acho que só o Paul consegue fazer isso.”

Já a engenheira Renata Borges, de 40, repetiu a pista premium, assim como em 2013. Convenceu um casal de amigos a pagar o ingresso mais caro (R$ 850), “pois o lugar faz toda a diferença”. Agora, quanto ao show, para ela o impacto foi o mesmo do anterior.
“Sempre saio do show mais apaixonada pelo Paul. E desta vez achei que ele interagiu mais com a plateia. Além disso, ter incluído músicas novas (como FourFiveSeconds, de 2015, que ele gravou com Kanye West e Rihanna) foi um diferencial.”

Outro veterano de Paul McCartney, Jeová Guimarães, de 62 (e oito shows de Paul), acha que sempre o mais recente é o melhor. Assistiu à apresentação no Mineirão na cadeira superior. “Para mim, estava tudo perfeito. E o achei mais animado do que em 2013, até mais encantado com a plateia de BH”, disse ele, para quem o grande momento do show foi a canção In spite of all the danger, primeira registrada pelos Beatles, quando eles ainda assinavam The Quarrymen.

Se a primeira impressão é a que fica, a do estreante Bruno Borges é a melhor tradução da força que a música de Paul McCartney tem ainda hoje, em 2017. Bruno passou boa parte do show chorando. “Venho de uma família musical (é filho de Marilton e sobrinho de Lô Borges) e Beatles é uma referência para mim desde menino. O show foi uma coisa indescritível, me provocou um monte de sensações, das dificuldades da vida e da hora em que você começa a dar a volta por cima. Me deu esperança.”

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