Irmãs Galvão comemoram 70 anos de carreira no Palácio das Artes

Ícone da música sertaneja tradicional, dupla já gravou 1 mil músicas. Entre os sucessos estão 'Beijinho doce' e 'Pedacinhos'

Ana Clara Brant
- Foto: Acervo pessoal
Completar 70 anos de carreira não é para qualquer um. Por isso, é importante celebrar esse recorde. É o que Mary e Marilene, as Irmãs Galvão, dupla ícone da música sertaneja tradicional, estão fazendo desde o começo de 2017. Além de CD, DVD, documentário e livro, a turnê nacional começa domingo (1º/10), no Palácio das Artes.


“Tem que festejar mesmo. Somos atrevidas (risos). Sempre tivemos um público muito grande em BH. Vai ser um privilégio começar a turnê aí. Vamos começar com o pé direito”, comemora Mary, a primogênita, de 77 anos.

Marilene tem 75.

As duas começaram a cantar ainda meninas. Mary tinha 7 anos; Marilene, 5. A estreia foi com o tango La ultima noche em um programa da Rádio Club Marconi, em Paraguaçu Paulista (SP), comandado por Sidney Caldini. “A gente nunca regravou essa composição. Até que poderia ser uma ideia né? Mas imagina: naquela época, duas meninininhas interpretando tango. Nem a gente entendia muito bem o que era”, brinca Mary.


No repertório do show não vão faltar os sucessos da dupla No calor dos teus abraços, Pedacinhos, Coração laçador, Menino canoeiro, Lembrança e, claro, Beijinho doce. “Todo mundo acha que essa música é nossa, mas ela foi originalmente gravada pelas Irmãs Castro, em 1945. Nós recebemos essa herança”, revela a artista.

As Irmãs Galvão sempre contaram com o apoio dos pais, Bertholdo e Maria. “Eles perceberam que a gente tinha talento, desde pequenas. Fomos amadurecendo ao longo do tempo e estamos aí até hoje. Tudo que fazemos é com muito prazer, amor e dedicação. Abraçamos a música caipira e ela nos trouxe tudo o que temos”, frisa.

A dupla, que gravou cerca de 1 mil músicas ao longo das sete décadas de carreira, decidiu batizar o álbum comemorativo de Soberanas. “Acho que merecemos este título (risos)”, comenta Mary Galvão.

A veterana destaca o papel das mulheres na nova geração da música sertaneja.

Quando as Irmãs Galvão começaram, os homens dominavam o setor. Mary ressalta o trabalho de Marília Mendonça e das duplas Maiara & Maraísa e Simone & Simaria.

“São mulheres lindas, com timbres maravilhosos e que cantam as coisas de agora. Música é assim, evolui. Nem todo mundo aceita o sertanejo de hoje, mas a fila anda. Certamente, o que deu sustentação para essa moçada foi o trabalho de pessoas como a gente, lá da raiz. O sertanejo e o caipira sempre vão ter seu espaço no coração dos brasileiros”, conclui Mary Galvão.

AS GALVÃO: 70 ANOS DE HISTÓRIA
Domingo (1º/10), às 19h. Palácio das Artes, Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro, (31) 3236-7400). Plateia 1: R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia). Plateia 2: R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia). Plateia superior: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia).
Ingressos antecipados: 
www.ingressorapido.com.br

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