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Cantor Belchior é homenageado com festa na capital mineira

Autor de clássicos da MPB, ele conquistou uma legião de fãs com sua poesia ácida, na contramão de modismos

Francelle Marzano
Morto em abril, Belchior ganha tributo de músicos mineiros - Foto: Internet/reprodução

“Presentemente/ eu posso me considerar um sujeito de sorte/ porque apesar de muito moço/ me sinto são e salvo e forte”. Os versos de Alucinação, de Belchior, poderiam muito bem traduzir o sentimento do cantor e compositor, morto em 30 de abril, diante da festa que ele vai ganhar hoje em BH.

Em única apresentação no Teatro Bradesco, o tributo ao artista cearense vai reunir o bloco Volta Belchior e os músicos Chico Amaral, Pedro Morais, Flávio Renegado, Gustavo Maguá e Marina Machado.

Autor de clássicos da MPB, Belchior conquistou uma legião de fãs com sua poesia ácida, na contramão de modismos. O artista enfrentou problemas financeiros e se afastou dos holofotes. Amparado por amigos, morreu numa pequena cidade gaúcha.

Esse “exílio” inspirou a criação do Volta Belchior, bloco belo-horizontino que estreou na folia deste ano. A ideia, conta o vocalista Sylvio Rosa, era reverenciar a obra do compositor, mobilizar admiradores e fazer com que ele retomasse a carreira. A notícia de sua morte surpreendeu os carnavalescos mineiros, que decidiram homenageá-lo.

Em 1976, Belchior chamou a atenção com o disco Alucinação, que trazia os hits Velha roupa colorida, Como nossos pais e A palo seco. Todos eles estão no repertório do show desta noite, que incluirá, claro, Medo de avião, Apenas um rapaz latino-americano e Comentários a respeito de John. Esta última ficará a cargo de Gustavo Maguá e Flávio Renegado, que prometem uma mistura de ritmos.
“Vai ser uma grande homenagem. Juntar todos esses artistas fortalece não só o bloco e o próprio cantor, como a música popular brasileira”, comenta Maguá.

Sylvio Rosa diz que a proposta do tributo é fazer releituras das canções – algumas em ritmo de carnaval e outras na versão original. Sylvio vai dividir o palco com Chico Amaral e Marina Machado em Paralelas, sucesso de 1977.

“São hits poderosos, que marcaram nossa infância. As letras nos tocam, tudo tem muita qualidade musical”, comenta a cantora Marina Machado. “Nossa expectativa é tocar a alma das pessoas, fazer com que elas sintam a emoção que a gente sente quando ouve Belchior”, conclui.

TRIBUTO A BELCHIOR
Com bloco Volta Belchior, Chico Amaral, Pedro Morais, Flávio Renegado, Gustavo Maguá e Marina Machado. Hoje, às 21h. Teatro Bradesco, Rua da Bahia, 2,244, Lourdes, (31) 3516-1360. Ingressos: R$ 30. Classificação: 16 anos..