Streaming lidera receita pela primeira vez nos EUA

O faturamento total da indústria musical dos Estados Unidos aumentou 11,4% em 2016

01/04/2017 09:56
KEVORK DJANSEZIAN/AFP
Taylor Swift está entre as artistas que criticam o repasse de receitas das plataformas aos músicos (foto: KEVORK DJANSEZIAN/AFP)

Pela primeira vez na história da indústria musical americana, o streaming representa a maioria das receitas, impulsionando o crescimento dessa indústria no seu nível mais alto dos últimos 20 anos, segundo dados divulgados nesta semana. O faturamento total da indústria musical dos Estados Unidos aumentou 11,4% em 2016 – para uma receita anual de US$ 7,7 bilhões, a mais alta desde 1998, segundo a Associação da Indústria de Gravação dos Estados Unidos.

Por outro lado, o streaming representou a metade do volume de negócios registrados no final da década de 1990, antes da revolução da música on-line. Mais da metade das receitas da indústria da música em 2016 (51%) vêm do streaming e das assinaturas de serviços digitais como Spotify, Apple Music e Tidal, em comparação aos 9% em 2011.

A relevância do streaming nos Estados Unidos, o maior mercado de música no mundo, confirma a tendência global dos últimos anos. Outra organização, da Federação Internacional da Indústria Fonográfica, com sede em Londres, também registrou um crescimento histórico em 2015. Os dados de 2016 serão conhecidos nas próximas semanas.

O streaming, que permite aos usuários escutar on-line as músicas de sua escolha, gerou perdas em outros formatos, historicamente os maiores geradores de receitas para os artistas. As receitas procedentes dos downloads em plataformas como o iTunes caíram 22% em 2016. As vendas de CD recuaram 21%.

Uma exceção é o vinil, que tem tido um renascimento graças ao interesse dos colecionadores. Ainda assim, as receitas do vinil subiram modestamente, cerca de 4% em 2016.

As principais gravadoras acolheram a chegada do streaming como uma nova forma de estimular a indústria da música, depois de anos de luta contra os downloads ilegais no final dos anos 1990. Alguns artistas se queixam por não se beneficiarem do avanço do streaming, afirmando que as receitas para eles são limitadas.

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