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NOITE EM FESTA

Trio paulista 'O Terno' convida Tulipa Ruiz para show hoje em comemoração aos dois anos d'A Autêntica

Tulipa Ruiz sobe ao palco com a banda para dar um tom pop à apresentação de hoje - Foto: Rodrigo Schmidt/divulgação
Quatro amigos fizeram a aposta de abrir em BH um reduto da música autoral e independente. Neste mês de fevereiro, A Autêntica completa dois anos como um endereço consolidado na cena alternativa da capital mineira. Para a comemorar a aposta que vão vencendo até aqui, os amigos convidaram uma das mais significativas bandas independentes nacionais, o power-trio paulistano O Terno, para se apresentar hoje, numa noite comemorativa que reúne ainda Tulipa Ruiz (como convidada dos paulistas) e as bandas mineiras Mordomo e a Valsa Binária.

Com uma estética única que mistura referências sessentistas e contemporâneas, o trio formado por Tim Bernardes, Guilherme d’Almeida e Biel Basile desembarca na capital mineira pela segunda vez com a turnê de seu terceiro disco, Melhor do que parece, lançado em agosto de 2016. “A gente está muito feliz em fazer essa apresentação. A última vez foi especialmente boa, com a casa cheia e um público muito legal”, comenta Tim, vocalista do grupo. Ele é quem está por trás das letras espontâneas e corajosas do álbum, com 12 faixas que mesclam diferentes estilos musicais entre o rock e a música brasileira, que poderiam soam como um tropicalismo atualizado.

Neste trabalho, o trio deixou de lado os temas acinzentados de 66 (2012) e O Terno (2014), para lançar mão de uma sonoridade solar e vibrante, sem abandonar a seriedade das letras autocríticas e irônicas, tampouco a estética psicodélica. Tudo isso deu lastro para que eles criassem a música Minas Gerais, em homenagem ao estado pelo qual os três têm bastante carinho. “Essa música é inspirada em algumas viagens que a gente fez”, conta Tim.

Uma delas foi a desculpa perfeita para que eles conhecessem melhor o baterista Biel, na banda desde 2015. “Nós entramos num carro e fomos para o Festival de Inverno de Diamantina fingir que éramos uma banda.” O grupo ‘de brincadeira’ foi batizado de Juscelino e os Kubitschekers e rendeu sete shows em sete dias, além da entrada definitiva do baterista.


CRESCIMENTO
Sem medo do mainstream, eles decidiram virar pop de vez. “A trajetória d’O Terno foi bastante gradual, na verdade. A gente não teve um salto. Como banda, é interessante ver esse crescimento, porque, além de chegar a lugares muito bacanas, cada vez mais o público é maior e, ao mesmo tempo, a gente pode fazer as coisas do nosso próprio jeito”. Jeito esse que conquistou a cena independente sem afetações, estabelecendo o grupo como um dos mais prolíficos e representativos do cenário musical paulistano. “A bandeira que a gente levanta é a de fazer o que a gente gosta.
E cada vez mais as gravadoras estão abertas para coisas diferentes. Passou do ponto em que ser alternativo é uma coisa exclusiva. E o interessante disso é que é uma cena focada na criatividade”, pondera Tim.

Além de suas baladas de amores e loucuras, O Terno não apresentará, no show de hoje, grandes novidades em relação à passagem do grupo pela mesma casa, em outubro de 2016, na ocasião do lançamento de Melhor do que parece. O diferencial será a presença de Tulipa Ruiz no palco. “A ideia é que a gente não faça apenas coisas um do outro”, adianta, relembrando a última vez em que se encontraram, quando Tulipa cantou a música Culpa, d’O Terno, enquanto eles interpretaram Efêmera, lançada em 2010 pela cantora. “Nós trazemos uma mistura de maluquice com pop”, comenta Tim, defendendo o ponto exato em que os artistas se encontram, ainda que Tulipa tensione mais para o pop e O Terno fique com a maluquice.

Diferentemente do que diz a letra da música que dá nome ao álbum, Tim se mostra bastante antenado em relação ao cenário musical alternativo de Minas, citando Iconilli e Graveola como as bandas que conhece e cujo trabalho acompanha. “Vira e mexe, surge um mineiro aqui nas nossas playlists”, diz.

O Terno %2b Tulipa Ruiz, Mordomo e Valsa Binária
Show de aniversário de dois anos d’A Autêntica (Rua Alagoas, 1.172, Savassi, (31) 3654-9251). Hoje, a partir das 23h.
Abertura da casa às 22h. Ingressos: R$ 40 (antecipado) e R$ 50 (na porta). Mais informações: www.aautentica.com.br.