Show com hologramas em Paris revive astros da música já falecidos; veja fotos

Ídolos franceses que já se foram, como Claude François, Dalila e Mike Brant "se apresentaram" juntos na noite de quarta-feira (11). Espetáculo custou quase seis milhões de euros e trabalho de vários anos

por AFP 12/01/2017 15:01
CHRISTOPHE ARCHAMBAULT / AFP
(foto: CHRISTOPHE ARCHAMBAULT / AFP)
Em uma experiência inédita no mundo, astros da música francesa retornaram aos palcos de Paris na forma de hologramas, algo espetacular do ponto de vista técnico, mas também um tanto frustrante para muitos fãs.

Claude François, Dalila, Mike Brant e Sacha Distel "se apresentaram" juntos na noite desta quarta-feira (11) no Palácio dos Congressos, na estreia deste espetáculo inédito, denominado "Hit Parade".

Após uma espera programada, o holograma de Claude François sobe no palco, acompanhado de suas bailarinas, conhecidas como "Clodettes". Ele entoa "Cette année-là", uma lendária canção francesa, que costuma embalar todo fim de festa na França.

"Quando o vi, me emocionei, mas queria que se aproximasse. Eu me senti frustrada", diz Veronique Tudela, de 51 anos.

"É uma tecnologia ingrata porque queríamos mais", resume seu marido, Thierry.

O figurino e as coreografias são muito bem cuidados. Durante uma hora e meia, os ídolos dos anos 1970 interpretam uma dúzia de sucessos da 'chanson française', como "Gigi l'amoroso" (Dalida), "Qui saura" (Mike Brant) e "Toute la pluie tombe sur moi" (Sacha Distel).

Mas pouco a pouco, o público vai entendendo os limites deste novo tipo de espetáculo.

Os hologramas, por exemplo, ficam na parte posterior do palco e o público gostaria de ter maior interação, uma experiência que superava o fato de ouvir um álbum ou ver um filme biográfico.

Seis milhões de euros

O estúdio francês de efeitos visuais Mac Guff, responsável por filmes de animação, como "Meu malvado favorito" e "Os Minions", trouxe de volta à vida os quatro ídolos franceses, que juntos venderam 250 milhões de discos.

A Mac Guff usou a tecnologia da "motion capture" (captura de movimento) para recriar os rostos em três dimensões e para o corpo, recorreu a pessoas de carne e osso, com as mesmas proporções físicas dos artistas falecidos. Também utilizou câmeras de altíssima definição, com qualidade doze vezes superior à de um filme.

O custo total de quase seis milhões de euros, além de um trabalho titânico de vários anos.

Até agora, os espetáculos com hologramas se limitavam sobretudo a breves sequências, como uma única canção, como foi o caso, em 2014, do falecido 'rei do pop' Michael Jackson, durante os Billboard Music Awards.

A outra única referência conhecida é a atuação, há cinco anos, do rapper americano Tupac Shakur, falecido em 1996, durante a edição de 2012 do festival de Coachella, na Califórnia.

"Está muito bem feito, a gente não distingue entre o verdadeiro e o falso", afirma no Palácio dos Congressos Katia Cygankiewicz, de 35 anos, enquanto assiste a um número em que os hologramas se misturam a bailarinos de carne e osso.

"Mas não sabemos se estamos em um show ou no cinema", afirma.

Grande fã de Dalida, Celine Papin, de 41 anos, questiona-se menos e assegura desfrutar do concerto.

"Nunca vi estes artistas (no palco), tenho a sensação de voltar no tempo", assegura.

Depois de Paris, o espetáculo "Hit Parade" começará em abril uma turnê por outras cidades francesas, Suíça e Bélgica.

Confira imagens do show:

CHRISTOPHE ARCHAMBAULT / AFP
(foto: CHRISTOPHE ARCHAMBAULT / AFP)


CHRISTOPHE ARCHAMBAULT / AFP
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CHRISTOPHE ARCHAMBAULT / AFP
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