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Juliana Kehl prepara lançamento de novo disco

'Lua Full' chega ao mercado em 20 de janeiro

Agência Estado
- Foto: Caroline Bittencourt
Lua Full
, o segundo disco de Juliana Kehl, não merecia ser lançado em 2016. Ou melhor, o duro ano passado não fez por merecer o álbum da cantora paulistana que chega às lojas e nas plataformas de música digital nesta sexta-feira, 13. Há, nas 11 músicas e em seus 44 minutos, um otimismo tão florido que, caso surgisse em 2016, essa sensação seria submetida a um cinismo cinza e, corrompido, o disco passaria despercebido.

Fez bem, Juliana, ao deixar o lançamento para mais tarde. Lua Full estava pronto desde a segunda metade do segundo semestre do ano. A cantora, que já havia esperado tanto tempo entre o álbum de estreia, com seu nome no título, de 2010, preferiu aguardar o calendário virar de vez. "Achei que foi um ano muito pesado", explica a cantora e compositora. "Para iniciar esse novo trabalho, eu quis também um ano novo."

Por mais que essa ideia seja uma superstição - ou, pelo menos, sem explicações científicas -, Lua Full abre com força a temporada de 2017 dos lançamentos fonográficos que não são carnavalescos. Juliana é cantora de voz cristalina, das boas, com técnica sem perder a emoção justamente pelo excesso do bom uso das cordas vocais.

- Foto: Caroline BittencourtE eis um exemplo disso: Anoiteceu, a sexta canção do disco, é uma velha conhecida. A faixa, composta por uma trupe boa da música paulista (Zé Pi, Mauricio Fleury, Leo Cavalcanti e Tatá Aeroplano), saiu no disco Rizar, de Zé Pi, de 2015 e chamou a atenção pela delicadeza agridoce daqueles poucos versos. Zé não é cantor como Juliana, tem uma voz mais frágil e há beleza nessa interpretação sincera. A versão de Lua Full tem a participação do autor da canção no violão e na voz, mas reverbera para outro canto
. A troca da fragilidade tocante da canção original pela pureza pop da voz de Juliana, aliada aos arranjos de violoncelo, fez bem à música. Anoiteceu renasce pronta para as rádios FM e para embalar abraços apaixonados durante a performance da moça ao vivo.

O show de debute de Lua Full já está marcado, aliás. A apresentação ocorre no teatro do Sesc Pompeia, na próxima sexta-feira, 20, com participações de Zé Pi e Thiago Pethit - o último participa de outro destaque do disco, Red Number.

Juliana não sobe ao palco para uma apresentação própria há tempos. Seu último show data de 2012, quando ela ainda promovia o disco de estreia, cuja produção era assinada por Gustavo Ruiz e Rodolfo Dias Paes, o DiPa. Na ocasião, contudo, prestava um tributo a Leonard Cohen, músico morto por esse 2016, como David Bowie, Prince, George Michael e Serena Assumpção. É em homenagem à última, amiga próxima dela, que vem o título do disco. Lua Full é também nome de uma das canções do disco, era um poema de Serena transformado em música por Juliana.

A artista deixou de subir aos palcos ao engravidar de gêmeas, Dora e Helena, hoje com 4 anos. Juliana foi tragada pela vida para longe das apresentações ao vivo. Precisou de repouso ou, como ela brinca, "virou concha". Foi uma gravidez complicada, as meninas nasceram prematuras
. Juliana teve depressão pós-parto. Seis meses após o nascimento delas, ela se separou. "Foi um turbilhão na minha vida", explica. "Quando me senti forte de novo, comecei a compor novamente e liguei para o Gustavo", conta ela. Assim como no primeiro disco, ela queria dois produtores. Desta vez, além de Gustavo, ela teve ao seu lado Luiz Chagas, pai do produtor e da cantora Tulipa Ruiz.

Passado todo o processo, com as meninas já com 2 anos de idade, Juliana voltou-se para a música. Suas canções já não seriam como daquele primeiro disco, cujo período de composição havia ocorrido em 2007. Por tudo o que viveu, Juliana Kehl, a artista, era outra. "O que me motivava a escrever era o futuro. Meu presente era difícil", ela diz. Tão otimista quanto o início de 2017. "É um disco sobre um amor que está por vir."

JULIANA KEHL

Sesc Pompeia. Teatro.

Rua Clélia, 93, Pompeia, tel.: 3871-7700. 6ª (20), R$ 6 a R$ 20