Fez bem, Juliana, ao deixar o lançamento para mais tarde. Lua Full estava pronto desde a segunda metade do segundo semestre do ano. A cantora, que já havia esperado tanto tempo entre o álbum de estreia, com seu nome no título, de 2010, preferiu aguardar o calendário virar de vez. "Achei que foi um ano muito pesado", explica a cantora e compositora. "Para iniciar esse novo trabalho, eu quis também um ano novo."
Por mais que essa ideia seja uma superstição - ou, pelo menos, sem explicações científicas -, Lua Full abre com força a temporada de 2017 dos lançamentos fonográficos que não são carnavalescos. Juliana é cantora de voz cristalina, das boas, com técnica sem perder a emoção justamente pelo excesso do bom uso das cordas vocais.
O show de debute de Lua Full já está marcado, aliás. A apresentação ocorre no teatro do Sesc Pompeia, na próxima sexta-feira, 20, com participações de Zé Pi e Thiago Pethit - o último participa de outro destaque do disco, Red Number.
Juliana não sobe ao palco para uma apresentação própria há tempos. Seu último show data de 2012, quando ela ainda promovia o disco de estreia, cuja produção era assinada por Gustavo Ruiz e Rodolfo Dias Paes, o DiPa. Na ocasião, contudo, prestava um tributo a Leonard Cohen, músico morto por esse 2016, como David Bowie, Prince, George Michael e Serena Assumpção. É em homenagem à última, amiga próxima dela, que vem o título do disco. Lua Full é também nome de uma das canções do disco, era um poema de Serena transformado em música por Juliana.
A artista deixou de subir aos palcos ao engravidar de gêmeas, Dora e Helena, hoje com 4 anos. Juliana foi tragada pela vida para longe das apresentações ao vivo. Precisou de repouso ou, como ela brinca, "virou concha". Foi uma gravidez complicada, as meninas nasceram prematuras
Passado todo o processo, com as meninas já com 2 anos de idade, Juliana voltou-se para a música. Suas canções já não seriam como daquele primeiro disco, cujo período de composição havia ocorrido em 2007. Por tudo o que viveu, Juliana Kehl, a artista, era outra. "O que me motivava a escrever era o futuro. Meu presente era difícil", ela diz. Tão otimista quanto o início de 2017. "É um disco sobre um amor que está por vir."
JULIANA KEHL
Sesc Pompeia. Teatro.
Rua Clélia, 93, Pompeia, tel.: 3871-7700. 6ª (20), R$ 6 a R$ 20