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''BH é um ovo podre'': músico mineiro lança disco com crítica à capital

Gravado pelo selo Geração Perdida, álbum de estreia de Pedro Flores mistura folk com viola caipira

Pedro Galvão

Misturando a viola caipira com temas e problemas urbanos, o músico mineiro Pedro Flores encontrou a fórmula para seu primeiro álbum, lançado na última semana pelo selo Geração Perdida.


Entre as oito músicas do álbum que leva seu próprio nome, se destaca a faixa de abertura: Belo Horizonte. Ao contrário do amor à terra que a música caipira costuma celebrar em outros momentos, a canção é uma crítica ao conservadorismo e incongruência de vários setores da população belo-horizontina.

 

Com o refrão “BH é um ovo podre”, a letra alfineta desde os endinheirados motoristas de SUV até os “ateus espiritualistas”, ironizando a ideia de cidade hospitaleira e gentil criada em torno da capital mineira. Ouça:

 

“Muita gente se assusta quando escuta pela primeira vez, achando que é uma música ofensiva, mas na verdade é sobre solidariedade, ou sobre a falta dela”, explica Flores, que nasceu em BH e estava morando fora quando compôs a letra. “Todo mundo fala que BH é um ovo, mas isso é bem restrito à Zona Sul. Se todo mundo realmente se conhece, porque não fazer isso virar uma coisa boa para todo mundo?”, questiona.

 

Apesar da crítica sobre Belo Horizonte, em outra faixa, chamada Sangue brasileiro, o cantor enaltece as belezas do Brasil.

Sempre com voz e viola, as outras faixas ainda falam falam sobre questões pessoais e ainda de outros aspectos sociais e urbanos, como ocupações e violência policial. Ouça o disco na íntegra:

 

Quem se interessar em conferir o novo trabalho ao vivo poderá comparecer ao show de lançamento do disco, neste sábado (19), às 22h, na Casa do Jornalista.

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