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Turnê brasileira do Guns N' Roses começa nesta terça em Porto Alegre

Vinte e três anos depois da separação, Axl Rose, Slash e Duff McKagan voltam a se reunir. No Brasil, serão seis apresentações

Agência Estado

O guitarrista Slash em show em setembro - Foto: AFP/VALERIE MACON

Uns dizem que pesou no bolso dos integrantes. Outros dizem que se trata apenas de uma vontade de voltar a tocar ao lado daqueles que os acompanharam nos anos mais loucos das vidas deles. O que isso importa? Bem pouco. Se motivos obscuros, secretos, ou até banais levaram Axl Rose (voz), Slash (guitarra) e Duff McKagan (baixo) ao mesmo palco depois de 23 anos, isso é irrelevante. O Guns N’ Roses voltou à formação mais clássica - para completar o quinteto, ainda faltam Steven Adler (bateria) e Izzy Stradlin (guitarra), mas aí já seria pedir demais.

Talvez só os mais ferrenhos fãs da banda pudessem acreditar que algum dia os três estariam juntos em um palco novamente. Farpas voaram de um lado para o outro durante esses mais de 20 anos. “Não nessa vida”, respondeu Axl certa vez a respeito de um retorno de Slash. É com uma gostosa carga de ironia que a banda, com Slash e McKagan, nomeou essa turnê dessa forma.
A not in this lifetime tour passou pelos Estados Unidos e chega, nesta terça-feira, 8, ao Brasil.

O reencontro com o público brasileiro desses três quintos do Guns N’ Roses se dará primeiro em Porto Alegre, atualmente a porta de entrada do País para turnês mais longas de bandas grandiosas. Não é por acaso que Foo Fighters, por exemplo, em 2015, começou seu giro por aqui no Rio Grande do Sul. O mesmo ocorre com o Black Sabbath, cuja turnê de despedida da banda se inicia no Estacionamento da Fiergs, dia 28, antes de passar por Curitiba (dia 30), Rio de Janeiro (2 de dezembro) e São Paulo (dia 4). A questão é de logística.

Por aqui, a banda se apresenta em Porto Alegre (Estádio Beira-Rio), nesta terça-feira, 8, e em seguida toca em duas noites seguidas em São Paulo, dias 11 e 12, no Allianz Parque. A passagem pelo País ainda contará com shows no Rio de Janeiro (no Engenhão, dia 15), Curitiba (Pedreira Paulo Leminski, dia 17) e em Brasília (Estádio Nacional, dia 20).

Axl, sempre arredio a entrevistas, aceitou conversar apenas com o Fantástico, programa dominical da TV Globo. E, mesmo assim, deixou a equipe a esperar por ele por quatro horas - e nem sequer havia a confirmação de que o vocalista de fato falaria. Ao programa, ele explicou que os planos para a reunião começaram ainda em 2014, com a oportunidade de que eles fossem uma das atrações principais do festival californiano Coachella, algo concretizado dois anos depois.

Slash já havia dito que para que uma reunião de fato fosse viabilizada, Axl precisaria ligar para ele. E muita roupa suja entre as duas principais figuras do Guns N’ Roses deveria ser lavada até que isso se resolvesse. Axl ligou, mas o guitarrista estava em turnê solo. Em outubro do ano passado, os dois se encontraram para jantar - e colocar os pingos nos is - na casa do vocalista. E então, o que não seria visto nessa vida, foi e será.

Em maio, em Sevilha, Axl Rose junto ao AC/DC - Foto: AFP/CRISTINA QUICLER Na Argentina, na noite de sexta-feira, 4, o trio clássico foi acrescido de Steven Adler, baterista que integrou o grupo de 1985 a 1990, para a participação em uma canção - Out Ta Get Me, faixa do disco de estreia da banda, Appetite for Destruction, de 1987. Adler também gravou o álbum G N’ R Lies (1988) e deixou a trupe nas gravações dos discos Use Your Illusion I e Use Your Illusion II, lançados no ano seguinte à saída de Adler da banda, por motivos técnicas e discussões com Axl Rose.

Ao Fantástico, Axl diz que as condições físicas de Adler o impedem de seguir com o grupo em uma turnê e descarta completamente a presença de Stradlin por “não contar com ele ”.

A grande atração dessa turnê, contudo, não é a presença de Slash tomando para si os solos que ele criou e pelos quais é referenciado - embora o seu substituto por seis anos, DJ Ashba, tenha tido momentos vergonhosos em terras brasileiras. Axl é a estrela do show.
E enfim parece estar pronto para sê-lo novamente, depois de décadas de decadência.

 

A turnê que o vocalista fez com o AC/DC, no começo do ano, substituindo Brian Johnson, fez bem para o gogó do intérprete de November Rain. No palco, Axl se mostrou um bom cantor como há muito tempo não se via, em canções dificílimas e agudas da banda australiana. Talvez alguns milhões a mais no bolso tenham ajudado. Mas quem liga?

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