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Alcione faz show de boleros neste sábado (29) na capital

Marrom também promete revisitar seus sucessos em apresentação que ocorre no BH Hall

Pedro Antunes/Estadão Conteúdo Helvécio Carlos
Parece que foi outro dia que Alcione esteve em Belo Horizonte para um de seus shows inesquecíveis.
Mas lá se vai quase um ano desde a última apresentação da cantora na capital. Para alegria dos fãs, ela está de volta, cheia de entusiasmo e carinho pela cidade. “Adoro cantar em BH, pois aí recebo muito afeto de um público exigente”, diz, por telefone, do Rio de Janeiro.
Alcione não via a hora de retornar a Belo Horizonte - Foto: Marcelo Tabach/divulgação
Marrom, como é carinhosamente chamada pelos fãs, chega com novidades, entremeando sucessos de sua carreira com boleros, pelos quais sempre foi apaixonada. “O disco e o DVD gravados em setembro, no Rio de Janeiro, chegam às lojas em dezembro. Como em meus shows nunca posso deixar de cantar Estranha loucura ou Meu ébano, optei por mesclar os repertórios”, conta.

Ela sempre desejou registrar os boleros preferidos, mas reconhece: as gravadoras não admitiam que uma sambista como ela se dedicasse a outro estilo. “Agora, com o meu selo Marrom Music, distribuído pela Biscoito Fino, posso colocar em prática alguns projetos pessoais”, conta. Risque (de Ary Barroso) e Corsário (de João Bosco e Aldir Blanc) fazem parte deles.
“Tem muita coisa bonita”, derrete-se ela, satisfeita com o trabalho.

Marrom gosta da estrada. “Houve época em que fazia três, quatro shows em uma noite. Hoje, minha rotina mudou e o cachê aumentou”, diz, bem-humorada. “Não posso deixar de bater perna por este país, que é enorme. Às vezes, levo até oito anos para voltar a alguma cidade”. Não é o caso de Belo Horizonte, onde o encontro anual com Alcione é de lei.

Animadíssima, ela garante não ver a hora de subir ao palco do BH Hall, onde se apresenta amanhã. A relação com Minas, aliás, não se resume aos fãs. Entre os parceiros e amigos ela cita Vander Lee (1966-2016), de quem gravou Mais um barco, Wagner Tiso e Milton Nascimento.

Alcione e Bituca se apresentaram juntos há cerca de 15 anos. “Como não aceitar um convite para cantar com Milton?”, diz ela. O projeto resultou em shows nos Estados Unidos, na turnê que incluiu também Wagner Tiso.

Mais do que admiração pela trajetória de Bituca, Alcione lembra o carinho dele com o projeto Mangueira do Amanhã. “Milton doou um piano para lá, foi muito importante para o nosso trabalho.”

Dona de um vozeirão, Alcione revela que há alguns anos, ao descobrir um pequeno calo nas cordas vocais, recorreu à cirurgia espiritual. “Graças ao doutor Fritz, nunca mais soube o que é ficar rouca”, agradece.

BOLEROS
Show de Alcione. BH Hall.
Avenida Nossa Senhora do Carmo, 230, São Pedro, (31) 3209-8989. Amanhã, às 22h. Arquibancada: a partir de R$ 70 (inteira). Mesa: R$ 400 e R$ 480..