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Fãs dão vida a Elvis Presley em festival em BH

Encontro na capital neste fim de semana reúne admiradores que tentam assumir a personalidade do Rei do Rock e reproduzir sua atuação nos palcos

Ana Clara Brant Pedro Galvão

No horário comercial, ele é Diogo, um advogado gaúcho de 35 anos, que mora em Porto Alegre.

Mas, nas horas vagas, ele incorpora, há pelo menos uma década, um dos maiores astros da história da música mundial, Elvis Presley.


Na pele de Di Light, já foi eleito em vários torneios o melhor Elvis e não mede esforços para isso. “Acho que o meu diferencial é conseguir equilibrar de tudo um pouco o que ele tinha. Seja a pronúncia na hora de cantar, a caracterização, a performance, o figurino, o carisma, a entrega e a relação com a plateia. Todas essas categorias são levadas em conta quando a gente participa desses concursos”, diz.
O advogado gaúcho que assume o codinome Di Light como intérprete de Elvis Presley se apresenta neste fim de semana na cidade - Foto: Adam Robinson/Divulgação
Di Light é o destaque da terceira edição do III Elvis Fest Minas, que ocorre hoje e amanhã, no Teatro Bradesco. O evento, idealizado pelos fãs clubes Elvis Uai, de Belo Horizonte, e Elvis Number One, de Recife, tem como objetivo reunir fãs, além de divulgar e manter vivo o legado deixado pelo Rei do Rock.


“A ideia de fazer esses shows é dar a oportunidade para quem viu e quem não viu o Elvis no palco de pelo menos ter uma experiência semelhante ao que era uma apresentação dele”, afirma Di Light.

No repertório, clássicos lançados entre 1968 e 1977, ano de sua morte, como Always on my mind, Burning love e The wonder of you. O show vai contar com a participação especial da pianista Márcia Flores, deficiente visual e auditiva que aprendeu a tocar em um curso a distância e hoje interpreta mais de 100 canções de Elvis no piano.


Fã do cantor e compositor praticamente desde que nasceu, Di Ligth está a todo momento pesquisando sobre a vida pessoal e a carreira do ídolo, justamente para poder incorporá-lo da melhor maneira.


Ele já perdeu a conta de quantas vezes foi a Graceland, a lendária mansão do astro em Memphis, nos Estados Unidos.

Os figurinos que utiliza em suas performances são produzidos pela B & K Enterprises, empresa norte-americana detentora dos direitos sobre o guarda-roupa de shows de Elvis.

“Ele foi um artista completo, extremamente carismático, sensual, abençoado com uma voz maravilhosa. Elvis agregou uma série de virtudes que o tornaram especial”, opina Di Light, que não se considera um cover, mas um tributo ao ícone do rock.
“Cover é uma nomenclatura incorreta. A gente faz o cover de uma música, não de um artista.”

Por outro lado, o uberabense Edson Luís, de 49, não se incomoda com o termo e não se esquece do dia em que teve contato com a obra do roqueiro norte-americano pela primeira vez. Ele tinha 12 anos quando assistiu a Elvis não morreu, filme estrelado por Kurt Russell, e conta que sentiu “algo diferente”.

Desde então, passou a se aprofundar no conhecimento da música de Elvis e não parou mais. Edson diz que não é nada fácil divulgar Elvis Presley em sua cidade, pois, segundo ele, boa parte da população de Uberaba curte mais o sertanejo.

“O rock não é tão difundido. O pop rock até é. Mas não deixo de fazer o meu trabalho. Acho importante manter a memória do Elvis viva e confesso que até gosto quando me chamam pelo nome dele. Faz bem para o meu ego. Gosto de ser o Elvis.
Isso me deixa muito feliz. Até já incorporei as costeletas”, brinca.


Nesta edição, o Elvis Fest vai contar com a presença de admiradores de Elvis Presley não só mineiros. “É a primeira vez que recebemos gente de fora. Temos cinco fãs que vão vir da terra dele, dos Estados Unidos”, comemora Paulo Bonfim, um dos organizadores do evento e presidente do fã clube Elvis Uai. “Ele ainda mexe com muita gente. Consegue transmitir uma emoção que é fora de série e ainda transforma a vida das pessoas através da música. É algo único”, conclui.

 

Rei do pop inspira fã a lançar canal

Há sete anos, o mundo perdia o maior ícone da história da música pop. Em 25 de junho de 2009, Michael Jackson foi encontrado morto em sua residência, em Los Angeles, e parou de deslumbrar plateias de todo o planeta com seus passos de dança mais do que peculiares.

Por outro lado, naquela mesma data, um jovem belo-horizontino fez de uma simples homenagem ao ídolo sua ponte para o sucesso profissional numa vida dedicada à dança e ao legado deixado pelo Rei do Pop. Aos 22 anos, Ricardo Lima Bento Neto, ou Ricardo Walker, é reconhecido pela capacidade de reproduzir com precisão os movimentos de Michael, compartilhando-os via YouTube.
O belo-horizontino Ricardo Walker se dedica à arte de Michael Jackson - Foto: Tarcio Vinicius/Divulgação
“Eu e minha família estávamos com passagens compradas, hotel reservado e ingressos na mão para o show (de Michael Jackson) em Londres, e ele morreu duas semanas antes.

Foi um baque gigantesco”, conta Ricardo, que tinha 15 anos quando o sonho de ver de perto seu artista preferido foi destruído.


No dia da morte de Michael, contando com a ajuda do irmão mais velho, que é cineasta, Ricardo gravou um vídeo dançando um mix de vários hits do artista, devidamente caracterizado com peruca e chapéu.


Ele apenas fez diante da câmera as coreografias que já dançava repetidamente de brincadeira em casa desde os 5 anos, sem treinamento ou especialização em escolas de dança. A precisão dos movimentos, como o clássico “moon walk’’, surpreendeu inclusive a ele, que decidiu postar o vídeo no YouTube.

Depois do sucesso repentino com a primeira gravação, ele começou a fazer aulas de dança e se dedicar ao “cover” de Michael, apresentando-se como tal em alguns eventos na noite de BH. Um ano mais tarde, em 2010, Joseph Jackson, pai do astro, esteve em BH para divulgar o livro O que realmente aconteceu com Michael Jackson.


Na sessão de autógrafos, em uma livraria da capital, Ricardo se apresentou e deixou seu contato e materiais com ele. Dias depois, a produção da turnê entrou em contato, convidando-o a se apresentar no Rio de Janeiro, durante o evento de lançamento do livro, e também em São Paulo e Florianópolis. “Foi o mais próximo que cheguei do Michael”, conta Ricardo.

Nesse meio tempo, Ricardo conheceu o já quase famoso taxista Jean “Walker’’, que fazia sucesso por cantar as canções de Michael pelas ruas de BH. A voz de um combinada com o swing do outro deu origem ao duo The Walkers, um tributo a Michael Jackson.


A dupla de BH, acompanhada de outros dois dançarinos, já se destacava na internet quando participou do reality show Qual é o seu talento?, do SBT, em 2011. Embalados pelos hits de Michael, eles chegaram à final da competição.

A habilidade de imitar o Rei do Pop credenciou Ricardo a frequentar importantes escolas de dança em Los Angeles, para onde se mudou em 2013, como a Internacional Dance Academy e a Debbie Reynolds Dance Studios.

Por lá, ele também participou de workshops com dançarinos que atuavam com o próprio Michael, além de se apresentar em eventos e espetáculos com o cover que já fazia no Brasil e que havia levado para uma turnê marítima pela Europa, a bordo de um cruzeiro, um ano antes.

No começo deste ano, o dançarino voltou ao Brasil, com a ideia de impulsionar seu canal de dança no YouTube. No aniversário da morte de Michael, ele prepara uma nova homenagem ao Rei do Pop. Outro vídeo, parecido com aquele que o projetou, mas com sete anos mais de experiência e intensa dedicação ao legado de Michael Jackson. Gravado na companhia de outros três dançarinos, o vídeo será divulgado amanhã.


Elvis Fest Minas III apresenta Di Light e banda
Hoje e amanhã, às 21h, no Teatro Bradesco (Rua da Bahia, 2.244, Lourdes).
Ingressos: Setor 1: R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia). Setor 2: R$ 90 (inteira) e R$ 45 (meia).
Vendas: www.compreingressos.com e bilheteria do teatro.
Informações: (31) 3516-1360.

Parte da renda arrecadada com a venda de ingressos será doada ao Lar de Idosos Senhor Bom Jesus.

 

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