Lucy Alves divide seu tempo em musical, novela, novo álbum e Sapucaí

Cantora, compositora, instrumentista e atriz se desdobra em vários projetos

por Ana Clara Brant 31/01/2016 07:00
Lucy Alves/Divulgação
(foto: Lucy Alves/Divulgação)
“Tudo tem sido na medida certa”, diz Lucy Alves sobre a situação atual de sua carreira. A cantora, compositora e multi-instrumentista paraibana está com a agenda cheia, mas, tranquila, diz que segue “degrau por degrau”. Novo disco, primeiro DVD, musical, novela e até a estreia como puxadora de samba no carnaval da Sapucaí. “Vou fazer 30 anos em março e estou superfeliz com minha idade, com minhas conquistas, mas quero fazer muito mais coisas e continuar aprendendo”, celebra a artista, revelada na edição de 2013 do The Voice Brasil.


Apesar de não ter ficado em 1º lugar no reality – o vencedor foi Sam Alves – , Lucy deslanchou. Logo que deixou o programa, assinou contrato com a Universal e gravou o seu primeiro trabalho solo. Agora, voltou a trabalhar em família, com o Clã Brasil, criado em 2001 e composto por suas irmãs e seu pai. O grupo acaba de lançar Lucy Alves e Clã Brasil no Forró do seu Rosil, que presta homenagem a um dos grandes nomes da música nordestina, Rosil Cavalcanti, que compôs cerca de 82 canções, entre baiões, xotes e cocos. Apesar de ser pernambucano, o compositor fez sua vida em Campina Grande, na Paraíba, estado dos Alves. “Rosil sempre fez parte do meu universo musical e de minha família. Seus parentes externaram a ideia de prestar tributo a ele no ano de seu centenário, já que ele não teve o reconhecimento merecido ao longo da vida. E a gente topou na hora. Pelo fato de ter sido só compositor, Rosil Cavalcanti foi muito ofuscado, sobretudo por alguns parceiros, como Jackson do Pandeiro, que gravou um dos seus principais sucessos, Sebastiana”, analisa.

Além da animada Sebastiana, o álbum conta com três letras inéditas cedidas para esse projeto pela família do homenageado: Coco x baião, Gibão e Tambaú. No CD, Lucy toca acordeom, bandolim, violino e  faz a direção musical. “A gente conseguiu manter a essência do Rosil, mas com a cara do Clã. Ficou um disco leve, gostoso de ouvir e com uma alegria e uma linguagem bem nordestina”, resume. Em breve, também vai chegar às lojas o primeiro DVD da artista de João Pessoa. Estilhaços de amor, gravado no Teatro Boa Vista, em Recife, traz releituras e material inédito de vários compositores da Paraíba. “Ao mesmo tempo em que conta um pouco da minha trajetória, aponta os rumos que essa carreira está tomando”, observa.

 

 

 

ATRIZ A maior novidade na vida de Lucy Alves, porém, é a sua incursão como atriz. Em novembro, estreou no musical Nuvem de lágrimas, livre adaptação de Orgulho e preconceito, da inglesa Jane Austen. A versão brasileira é transportada para o interior do Brasil e composta por músicas de Chitãozinho & Xororó. Depois de ficar em cartaz em São Paulo, segue em março para o Rio. A história de amor entre Bete e Darcy é protagonizada por Lucy e pelo violeiro e cantor Gabriel Sater, filho de Almir. A cantora, que conhecia o texto original e já tinha assistido ao filme estrelado por Keira Knightley e Matthew Macfadyen, diz que essa é uma obra atemporal e que poderia ser adaptada para qualquer época e gênero, inclusive, o sertanejo. “Foi meu primeiro contato com a dramaturgia. Essa troca com os colegas, com o texto, é muito rica. Passei a valorizar ainda mais a palavra nas canções. E essa coisa da coreografia, das performances e do gestual me ajudou, inclusive, nos meus shows. O artista tem que se completo: cantar, tocar, atuar e dançar”, defende.

A verve dramática de Lucy será testada também na TV. Em meados de março, inicia as gravações de Velho Chico, próxima novela das 21h da TV Globo. A trama de Benedito Ruy Barbosa tem o Rio São Francisco e o atual sertão nordestino como pano de fundo. Lucy não pode adiantar muito sobre sua personagem, Luzia, que vai entrar na terceira fase da novela. A entrada no folhetim global ocorreu depois do convite do diretor da produção Luiz Fernando Carvalho tê-la convidado para testes para a minissérie Dois irmãos, ainda sem data para ir ao ar. Mesmo sem ter conseguido o papel, Carvalho não se esqueceu da nordestica e a indicou para integrar o elenco de Velho Chico. “É uma personagem importante e a história transcorre no Nordeste, na minha terra. Vai ser mais um grande desafio”, comenta.



CARNAVAL A miscelânea de atividades não para e, segundo a artista, está rendendo inspirações para um próximo disco. Ela ainda vai ter tempo para desempenhar uma função na Marquês de Sapucaí, no carnaval, inédita em sua carreira. Ao lado de Marquinhos Art Samba, Lucy vai puxar o samba-enredo da Imperatriz Leopoldinense no desfile de 8 de fevereiro em homenagem à dupla Zezé di Camargo e Luciano. Único fundador vivo da escola e um dos autores do samba escolhido, Zé Katimba, natural da Paraíba, teve a ideia de chamar a conterrânea para intérprete. “Foi maravilhoso o samba dele ter sido o vencedor. Além de cantar na avenida ao lado do Marquinhos, vou tocar sanfona também. Nos ensaios, já estou me arrepiando, imagina no dia da folia. Vai ser emocionante”, garante.

MAIS SOBRE MÚSICA