Sedutora – da performance no palco às parcerias com o irmão, o poeta Antônio Cícero –, Marina manteve a plateia na palma da mão, mesmo que a voz, vez por outra, falhasse. “Saudades de vocês”, anunciou ela, abrindo o famoso sorriso, sua marca registrada.
FÃ-CLUBE A paixão de Marina por Belo Horizonte vem do início da carreira. Entre uma canção e outra, ela lembrou que seu primeiro fã-clube, Todas, surgiu na capital mineira. “Tenho uma relação bacana com BH. Fiz shows importantes por aqui. Já estava chateada por não vir mais. Será que vamos nos perder?”, questionou. “Vem morar aqui!”, gritou outro admirador. “Agora que moro em São Paulo, posso fazer tudo”, brincou a autora de Fullgas.
Durante o bate-papo, Marina contou que Primeiro de abril, do disco Virgem (1987), foi incorporada pela primeira vez a uma turnê. “Ela foi composta no violão. Não tinha muito sentido acrescentá-la no repertório dos outros shows. Coube neste. É o meu lado Joni Mitchell, que sempre adorei”, comparou.
A cantora e compositora brincou ao revelar que críticos e músicos não reconhecem como sambas quatro de suas composições, mas não revelou quais.
RENATO Marina fez homenagem a Renato Russo com uma releitura de Cedo. “Sempre me lembro do Renato. Fico pensando o que ele estaria fazendo hoje. Fora que estaria indignado com o Brasil. Que país é este? foi composta há anos, mas as coisas continuam as mesmas”, criticou. De Cazuza, ela cantou Carente profissional, uma das duas músicas do repertório de “Caju” gravadas por ela – “até agora”, avisou.
Depois de errar os primeiros acordes de Na minha mão, Marina não se inibiu em reiniciá-la. “Não gosto de errar essa música. Vai de novo”, comentou, sob aplausos. Quase no finalzinho da apresentação da turnê No osso, ela se levantou do sofá e trocou o violão pela guitarra, garantindo a dose de rock and roll à noite. A plateia fez coro em Uma noite e meia e À francesa.
Marina deixou o palco emocionada.